20 Dezembro 2018
"O “Livro-Agenda Latino-americana Mundial” é “o livro latino-americano mais difundido, cada ano, dentro e fora do Continente”. Ele é “sinal de comunhão continental e mundial entre as pessoas e as comunidades que vibram e se comprometem com as Grandes Causas da Pátria Grande, como resposta aos desafios da Pátria Maior”
O artigo é de Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia da UFG.
“Gente simples, fazendo coisas pequenas,
em lugares pouco importantes,
consegue mudanças extraordinárias”
(Provérbio africano)
O “Livro-Agenda Latino-americana Mundial” é “o livro latino-americano mais difundido, cada ano, dentro e fora do Continente”. Ele é “sinal de comunhão continental e mundial entre as pessoas e as comunidades que vibram e se comprometem com as Grandes Causas da Pátria Grande, como resposta aos desafios da Pátria Maior” (página1).
Este Livro-Agenda, “além de ser para uso pessoal, foi pensado como instrumento pedagógico para comunicadores, educadores populares, agentes de pastoral, animadores de grupos, militantes etc.”.
Ele “é regido por um ‘ecumenismo (e ‘macro ecumenismo’) de soma’ e não ‘de subtração’” (página 9).
O tema do “Livro-Agenda Latino-americana mundial 2019” é: as Grandes Causas no Pequeno. O método (caminho) seguido é sempre “ver-julgar-agir” (“analisar-interpretar-libertar”).
Fazendo uma breve memória “à maneira de introdução fraterna”, José Maria Vigil e Pedro Casaldáliga lembram: “Desde suas primeiras edições, nosso Livro-Agenda se declarou a serviço das Grandes Causas. Primeiramente foram as Grandes Causas da Pátria Grande, e as agrupamos em cinco principais: Causa Indígena, Causa Negra, Causa Popular, Causa da Mulher e Causa Ecológica”.
Lembram também: “A partir de 2000 ampliamos o título: Livro-Agenda Latino-americana ‘Mundial’, para assumir a crescente consciência de mundialização. Não era mais possível enxergar somente o nosso Continente, Desde então, o Livro-Agenda dedica seu olhar e sua mensagem a outras Grandes Causas, latino-americanas e de todo o mundo: a Pátria Mundial, o diálogo entre as culturas, o diálogo entre as religiões, a democracia, a recuperação da política, um novo socialismo, a crise climática planetária, a proposta indígena de Sumak Kawsay, a liberdade, os direitos humanos, a igualdade, a propriedade, a ecologia integral, a igualdade de gênero... Temas, títulos e lemas do nosso Livro-Agenda nestes últimos anos”.
Citando as palavras de Mounier “ainda que tudo seja político, o político não é tudo”, lembram ainda: “Temos que redescobrir que as Grandes Causas estão também comprometidas nesse imenso âmbito do ‘pequeno’, do nosso dia a dia, do pessoal-privado, da intimidade, do familiar, das amizades, da nossa casa, do entretenimento, do ócio... Nestes múltiplos aspectos devemos ser, incorruptivelmente, militantes permanentes das ‘Grandes Causas’, para sermos completos, inteiros, holísticos”.
Por fim, comunicam: “Nesta nova edição, o nosso Livro-Agenda quer levar nossa atenção para essa área do pequeno, daquilo que normalmente é deixado de lado, tradicionalmente invisibilizado, olimpicamente esquecido... As ‘Grandes Causas’ estão em jogo também - não apenas - no ‘pequeno’” (páginas 10-11).
Na “apresentação” do Livro-Agenda, José Maria Vigil reconhece que “em poucos anos surgiram temas impensáveis” e pergunta: “Quando havíamos detidos nos direitos dos animais? Ou no terrível sofrimento que causa neles a nossa dieta? Quando o cardápio e a alimentação eram assuntos políticos? Quando pensávamos que tão importante como cuidar dos animais é cuidar do cuidador - a própria saúde, o equilíbrio emocional, o espiritual? Ou na conveniência de pensar em nossa morte, preparar nossa velhice? Nunca imaginamos que um dia teríamos que refletir sobre o abuso sexual na Igreja e na sociedade, ou no tráfico de pessoas, que se estende por todo o Continente”.
José Maria Vigil conclui: “Já não é só a ecologia: existem muitos temas novos. Não podemos deixar que a Grande Pátria, a espiritualidade libertadora e a Teologia da Libertação fiquem nos anos 80 do século passado. Temos que ampliar a linguagem, abrir horizontes e olhar o futuro. Estamos dispostos a fazer isso?” (página 8).
Termino com as palavras da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, responsável pela edição brasileira deste Livro-Agenda: “A gente aprendeu no Evangelho: o Reino não chega já por meio de grandes árvores, mas cresce devagar, pequeno entre os pequenos, como aquela semente de mostarda, a menor delas. Muitas das grandes causas nasceram de pequenos gestos...” (página inicial).
Feliz Natal e Ano Novo, “fazendo coisas pequenas”, para conseguir “mudanças extraordinárias”.
Comunico aos prezados leitores e leitoras que - se Deus quiser - voltarei a escrever no início fevereiro.
Nota:
A edição brasileira do Livro-Agenda Latino-americana Mundial 2019 - pelo grande interesse que suscitou - esgotou rapidamente. Brevemente - como aconteceu com as edições anteriores - a versão online poderá ser lida, acessando: Latino-americana mundial 2019. São 43 textos: 6 no Ver, 22 no Julgar e 15 no Agir. Leiamos! Vale muito a pena!
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As Grandes Causas no Pequeno Livro-Agenda Latino-americana mundial 2019 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU