18 Agosto 2018
O Papa Emérito Bento XVI não questionou o diálogo cristão-judaico em seu artigo publicado na revista Communio de julho, como alegam teólogos católicos e judeus. Foi o que afirmou o cardeal da Cúria responsável pelas relações com o judaísmo à agência de notícias KNA, em 13 de agosto.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada em The Tablet, 16-08-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Críticos judeus disseram que Bento XVI não consegue apreciar o judaísmo contemporâneo. Mas o cardeal Kurt Koch disse que o papa emérito quis aprofundar o diálogo católico-judaico. “Bento XVI discute as convicções básicas do diálogo cristão-judaico não para expandir os problemas ou para relativizar ou minar as convicções, mas sim para especificá-las e diferenciá-las – e, portanto, aprofundá-las – teologicamente”, explicou o cardeal Koch.
“As reflexões de Bento XVI estão preocupadas com um entendimento intracristão que promova o diálogo judaico-cristão, mas não com um documento de diálogo cristão-judaico em si mesmo”, disse o cardeal. “É de grande importância para mim”, enfatizou, “que o artigo não cause incertezas no lado judaico, mas esclareça a posição católica. E que ninguém no lado cristão se sinta no direito de ter a ideia de que o antissemitismo e o antijudaísmo estão, de alguma forma, justificados e de que os cristãos devem ou deveriam tentar converter os judeus”.
O cardeal Koch reiterou que o artigo de Bento XVI não havia sido destinado à publicação, mas, como ele apontava para muitas perspectivas no diálogo cristão-judaico que precisavam ser aprofundadas, ele (o cardeal) havia defendido que ele fosse publicado.
“Embora o artigo não retroceda em nada no que diz respeito ao diálogo judaico-cristão, um diálogo genuíno significa que ambos os parceiros devem dar conta das convicções religiosas a que se comprometem no diálogo, sem querer se missionar uns aos outros”, disse.
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Cardeal Koch defende artigo de Bento XVI sobre judeus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU