Refugiada iraniana consagrada bispa de Loughborough

Guli Francis-Dehqani e Justin Welby | Foto: Cathedral Canterbuy

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13 Dezembro 2017

Durante uma cerimônia liderada pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, realizada no último dia 30 de novembro na Catedral Canterbury, a refugiada iraniana Guli Francis-Dehqani foi consagrada bispa de Loughborough. É a primeira mulher pertencente a uma minoria étnica que se torna bispa na Igreja da Inglaterra.

A informação é de Marta D'Auria, publicada por Riforma – Semanário das Igrejas Evangélicas Batistas Metodistas e Valdenses, 15-12-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Filha do ex-bispo do Irã, Hassan Dehqani-Tafti, que também foi o primeiro presidente bispo da província de Jerusalém e do Oriente Médio, Guli Francis-Dehqani fugiu para a Inglaterra depois de uma fracassada tentativa de assassinato contra seu pai realizada por homens armados que invadiram a sua casa, atirando e ferindo sua mãe Margeret. Seu irmão, que permaneceu no Irã, foi assassinado em 1980.

Durante o serviço religioso altamente simbólico realizado em 30 de novembro na presença dos bispos de toda a Inglaterra meridional, Francis-Dehqani segurou o cajado pastoral usado pela primeira vez por seu pai no Irã.

A bispa irá atuar em Leicester, capital do condado de Leicestershire, e seu ministério será voltado principalmente a favor dos paroquianos negros, asiáticos e pertencentes às minorias étnicas (Bame). Anteriormente, atuando na direção da Diocese de Peterborough, Francis-Dehqani destacou a lentidão com que a Igreja da Inglaterra tem trabalhado para promover a consagração de bispos imigrantes. "Em certo sentido, a Igreja fala sobre isso há 20-30 anos, mas concretamente não vimos muitas mudanças. Ainda vivemos a herança dos anos 1950 e 60, quando não acolhemos plenamente os imigrantes".

Francis-Dehqani acrescentou que a experiência de ter chegado ao Reino Unido como imigrante e de ter lutado para se integrar, vai ajudá-la a atender os grupos das minorias étnicas na Diocese de Leicester. "Eu sei o que significa estar nas margens e sei que trabalho é necessário para que seja estabelecido um sentimento de pertencimento. A minha experiência e a minha formação pessoal me propiciam uma compreensão bastante singular dos problemas que surgem quando se colocam juntas culturas diferentes".

E ela acrescentou: "Precisamos continuar a trabalhar nas bases para incentivar maiores vocações em nossas congregações e comunidades onde há mais pessoas pertencentes às minorias étnicas".

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