09 Novembro 2017
Diferentes interpretações sobre o número crescente de pessoas que abandonam as igrejas na Alemanha. Enquanto o EKD (Igreja Evangélica Alemã) não vê razão para se mobilizar, o cardeal Gerhard Müller convida à anunciação. O historiador Wolffsohn, ao contrário, considera que a Alemanha seja uma república pagã.
A informação é publicada por KNA, 07-11-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
O presidente do Conselho da Igreja Evangélica Alemã, Heinrich Bedford-Strohm, diante do número de pessoas que abandonam as duas Igrejas, continua a acreditar que não exista nenhuma razão para apresentar a situação melhor do que é, mas nem para ser alarmista. Existem ainda 46 milhões de pessoas na Alemanha que são membros das Igrejas, lembrou o bispo na noite de segunda-feira em Passau. Além disso, em sua opinião, os números são a expressão de uma adesão mais sincera em relação, por exemplo, aos anos 1950. Naquela época, as pessoas não deixavam as igrejas porque temiam sanções sociais, enquanto hoje se sentem livres. Em 2016 foram 162.000 pessoas que deixaram a Igreja Católica, e 190.000 aquelas que deixaram a Igreja Evangélica.
O desafio, no entanto, seria esclarecer por que, mesmo em condições de liberdade, valeria a pena ser membros de uma Igreja, ressalta Bedford-Strohm. Que considera que a Boa Nova deve tornar-se evidente e resplendecer através dos crentes. Ao mesmo tempo, em sua opinião, é equivocado considerar pagãs as pessoas que continuam a serem membros da Igreja, mas não são mais praticantes. Conversando com eles, Bedford-Strohm constatou repetidamente que eles escolheram esse caminho de forma consciente.
A pesquisa que é realizada na Igreja Evangélica a cada dez anos também mostra que aumenta continuamente o número daqueles que afirmam não poder sequer imaginar sair da Igreja.
Embora nos países ocidentais industrializados cresça o distanciamento com a Igreja e aumente a secularização, o cardeal Gerhard Ludwig Müller convida a continuar a proclamar com coragem a Boa Nova, considerando que não existem alternativas.
Ao contrário, o historiador Michael Wolffsohn fala da Alemanha como uma "república pagã". O fenômeno de fato não se refere apenas às Igrejas cristãs, mas também à comunidade judaica. Na sociedade, a religião desempenha um papel cada vez mais reduzido, afirma o historiador. Acrescentando que a ignorância das pessoas sobre o que é celebrado no Natal ou no Pentecostes, já havia começado no século XIX.
Estas declarações dos representantes das Igrejas e do historiador foram feitas durante um encontro da série "Menschen in Europa" (As pessoas na Europa) do jornal Passauer Neue Presse.
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Alemanha, República pagã? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU