Por: Lara Ely | 04 Outubro 2017
Após 60 anos de ditadura em Cuba, a família Castro deixará o poder. Ao sair do cargo de presidente em fevereiro de 2018, o atual presidente Raul permitirá aos cubanos que escolham quem irá governar a ilha comunista pela primeira vez desde a morte do seu irmão Fidel, em novembro do ano passado. Previsto para ocorrer em 22 de outubro, o pleito foi transferido para 26 de novembro devido aos impactos do furacão Irma. O segundo turno, marcado para 29 de outubro, ocorrerá em 3 de dezembro.
Durante este mês, são escolhidos os delegados para as assembleias municipais (câmaras de vereadores), o primeiro passo antes da designação de um novo presidente. O voto no país é secreto e exercido de maneira voluntária. Quem não o fizer não pode ser punido e os mandatos são revogáveis. Outra curiosidade é que os eleitos não receberão nenhuma remuneração pelo mandato e continuam a exercer suas profissões – sendo proveniente daí seu único salário. Este processo de indicação vale para cubanos maiores de 16 anos, incluindo militares.
Constituído pela Assembleia Nacional, as Assembleias Provinciais, as Assembleias Municipais, o Conselho Popular e a Circunscrição Eleitoral, que é o degrau básico de todo o sistema, o sistema do Poder Popular em Cuba não possui nenhum órgão subordinado a outro formalmente.
O governo não permite a participação de outros partidos além do Partido Comunista e trabalhou para anular a eleição de candidatos oposicionistas sem sigla. Autoridades alegam que os dissidentes são pagos por governos estrangeiros e grupos exilados como parte de um plano para derrubar o sistema socialista da ilha e reinstalar o capitalismo e a dominância dos Estados Unidos, encerrados no país na revolução de 1959.
Em pronunciamento, Esteban Lazo Hernández, presidente da Assembleia Nacional, salientou que essa primeira etapa do processo eleitoral serve para “propor e nomear ali cubanos e cubanas patriotas, responsáveis, capazes e sensibilizados com os problemas das pessoas; os quais terão a missão de levar adiante o aperfeiçoamento do Poder Popular no caminho rumo ao futuro escolhido por nosso povo”.
Para o lugar de sucessor dos irmãos Castro, fala-se em Miguel Díaz-Canel, um engenheiro eletrônico que não usa uniforme militar e se declarou favorável a abertura da internet na ilha.
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Cuba se prepara para as primeiras eleições após morte de Fidel Castro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU