A Sanga do Pedro Lira na música e na voz de Demétrio Xavier

Foto: Adriano Becker | FZB

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Por: Cristina Guerini | 18 Março 2017

O músico, compositor e apresentador do programa Cantos do Sul da terra, Demétrio Xavier, esteve na Unisinos, na quinta-feira, 16-03-2017, apresentando a Audição comentada de músicas relacionadas ao Bioma Pampa/Campos do Sul. A palestra integra o ciclo de estudos Os Biomas brasileiros e a Teia da vida, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, cuja programação segue até o dia 14 de junho de 2017.

Durante a atividade, o locutor da FM Cultura declamou e cantou composições que têm o Pampa gaúcho como tema central. Esse tipo de geografia, que ocupa 63% do território do Rio Grande do Sul, é reconhecido como patrimônio cultural e ecológico, dada sua biodiversidade, com mais de 3 mil espécies de plantas, 100 espécies de mamíferos e 500 de aves. Em sua paisagem predominam os campos, entremeados por capões de mata, matas ciliares e banhados.

Demétrio lembrou diversos autores para contar a história e o folclore da região, entre eles, o poeta modernista lírico dos pampas, Augusto Meyer, porto-alegrense que trouxe o caráter regionalista à poesia. Meyer começou a escrever na década de 1920, foi um dos fundadores do Instituto Nacional do Livro e sua produção o levou a ocupar a 13ª cadeira da Academia Brasileira de Letras, em 1960.

Além disso, o ministrante trouxe a "lenda" contada por um amigo campeiro, José Rosa, que afirmava sempre ver cerração em uma sanga localizada às margens da BR 290, no quilômetro 142, em Porto Alegre. E a partir desse 'causo' Demétrio escreveu a letra da música A Sanga do Pedro Lira, que teve a sua melodia composta por Marco Aurélio Vasconcellos. A canção, para o compositor, "é uma maneira de dar lugar a uma forma de ver a vida". 

Conheça a letra da canção "A Sanga do Pedro Lira", de Demétrio Xavier e Marco Aurélio Vasconcellos.

Tem coisas que sempre são
Tem coisas que ninguém tira
Sempre haverá cerração
Na sanga do Pedro Lira
Não importa se é verão
Tanto faz se o vento vira
Passarás com cerração
A sanga do Pedro Lira

Pode a lei virar mentira
Pode o sim tornar-se não
E a sanga do Pedro Lira
Inda terá cerração
Se um homem de razão
Provar que a Terra não gira
Não negará a cerração
Da sanga do Pedro Lira

Pode ir-se embora a traíra
Pode morrer o chorão
Na sanga do Pedro Lira
Ficará a cerração
Há quem tema assombração
Tem quem já viu curupira
Eu creio na cerração
Da sanga do Pedro Lira

Vi o mundo numa pira
Ardendo num vermelhão
E a sanga do Pedro Lira
Tapada de cerração
Nada mais causa impressão
Nada a ninguém admira
Nada ergue a cerração
Da sanga do Pedro Lira

Eterna corre a paixão
Sob a fumaça da ira
Igualzinha à cerração
E a sanga do Pedro Lira
Tem coisas que sempre são
Tem coisas que ninguém tira
Sempre haverá cerração
Na sanga do Pedro Lira

A interpretação de "A Sanga do Pedro Lira" pode ser vista em 1h32min do vídeo abaixo.

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