O ‘Cristo do roubado’ do Peru

Fonte: Tierras de América

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14 Fevereiro 2017

A estátua é conhecida como o Cristo do Pacífico e foi financiada pela Odebrecht, que está sendo investigada e processada por pelo menos sete países da América Latina.

A reportagem é publicada por Tierras de América, 13-02-2017. A tradução é de André Langer.

Era o orgulho dos peruanos que vivem na encosta de uma colina chamada Morro Solar, ao sul de Lima, a capital, e que agora está se transformando no monumento da vergonha. O escândalo começou quando se ficou sabendo que a estátua foi financiada pela Odebrecht, que está sendo investigada por pelo menos sete países da América Latina por distribuir propina a altos funcionários e presidentes para, em troca, abocanhar milionárias licitações.

No Peru, três presidentes estão na mira da justiça. O último deles é Alejandro Toledo, que se encontra de férias em Paris e pelo qual o governo peruano oferece uma recompensa e o FBI emitiu uma ordem de prisão internacional. Mas, também está envolvido o ex-presidente Alan García, que governou o Peru entre 2006 e 2011 e reconhece ter convocado “um grupo de amigos e de empresas” e investido 30 mil dólares de suas economias pessoais, “porque queria que [o Cristo do Pacífico] fosse uma imagem que abençoasse e protegesse o Peru”.

O “Cristo do roubado” mede 37 metros e é uma réplica quase idêntica do famoso Cristo do Corcovado do Rio de Janeiro. A obra custou mais de 800 mil dólares provenientes em grande parte dos cofres da construtora brasileira que, naquele momento, se dispunha a inaugurar a Linha 1 do Metrô de Lima, “uma obra – afirma o maior jornal peruano, La Razón – pela qual hoje se sabe que pagou sete milhões de dólares em subornos”.

A estátua converteu-se em um monumento à corrupção, e mais que o Salvador do Mundo recorda os 29 milhões de dólares distribuídos pela Odebrecht para ganhar licitações públicas entre 2005 e 2014, anos em que governaram os presidentes Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala. Com Alejandro Fujimori na prisão desde 2005, os presidentes peruanos com cheiro de corrupção são quatro. Um novo recorde latino-americano.

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