Iniciaram no dia 12 de julho, no Rio de Janeiro, no Brasil, as celebrações pelos 70 anos de presença dos Frades Menores Conventuais na América Latina e no Caribe. É particularmente celebrado este aniversário na Província São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro, não só as Olimpíadas. Na metrópole brasileira três dias, de 13 a 15 de julho próximos, serão dedicados à celebração dos 70 anos de missão dos Frades Menores Conventuais na América Latina e no Caribe. Um calendário denso de iniciativas, conferências, cine fórum e uma celebração sentido na Província São Francisco de Assis, no Brasil. eucarística conclusiva, através das quais repercorrer as memórias históricas e o valor da evangelização franciscana da América do Sul. Se a ocorrência diz respeito a toda a América Latina e ao Caribe, o encontro com a história é particularmente sentido na Província São Francisco de Assis, no Brasil.

A reportagem é de Simone M. Varisco, publicada por Caffè Storia, 12-07-2016. A tradução é de Benno Dischinger.

Passaram de fato 70 anos desde aquele dia 28 de março de 1946, no qual alguns frades norte-americanos da Província Imaculada Conceição desceram ao Brasil para criar aí uma presença estável. A escolha recaiu sobre Rio de Janeiro. Sua obra seguia quanto já fora tentado sem sucesso no início dos anos 1900 por alguns coirmãos da Província de Gênova em Honduras e da Província Romana em Minas Gerais. Três anos depois os pioneiros norte-americanos se reuniram com dois confrades italianos, o padre Vittorio Valentini e o frade Marino Temporin, os quais partiram da Basílica de Santo Antônio de Pádua, para Santos, no Brasil.

Os dois italianos acabaram por estabelecer-se numa jovem paróquia de periferia da cidade de Santo André, São Paulo, dedicada ao Senhor do Bom Fim. Único adorno era uma cruz recebida como presente. O primeiro convento era tão simples e pobre que o padre Vittorio costuma chamá-lo de Rivotorto, em recordação do tugúrio aos pés do monte Subasio onde moraram inicialmente Francisco de Assis e alguns companheiros.

“No dia cinco [de janeiro de 1949], com as nossas pobres bolsas, nos estabelecemos finalmente em Santo André, no Parque das Nações, na rua Suíça”, recordava o padre Valentini. “A igreja era uma sala com dois pequenos sinos montados sobre duas estacas. Uma pecinha era reservada para mim e frei Marino dormia na cozinha. Compramos a crédito uma estufa a gás e duas camas. Não necessitávamos de cobertores, porque o calor era intenso”. Era o início daquela realidade missionária que se teria tornado a província religiosa de São Francisco de Assis. Nos anos subsequentes, consolidada a presença franciscana no maior país sul-americano, de Pádua teria de fato chegado o reconhecimento de “delegação missionária”, primeiro, e de “Comissariado para a América Latina” depois, junto ‘a Argentina e ao Uruguai, durante o Capítulo Provincial de Pádua de 1955.

Em 1970 a região foi erigida a Custódia Provincial e, finalmente, a Província de São Francisco de Assis aos 23 de setembro de 1991.

O logotipo para a ocorrência foi confiado ao artista Lúcio Américo de Oliveira. Motivo gráfico principal é o Tau, no qual ecoam o frade menor como Cristo crucificado – vestido com o saiote cinza claro em uso naquelas terras de missão – e o abraço da Ordem e da Igreja às riquezas humanas e culturais do mundo, nas quais encontrar as sementes do Evangelho.

O olhar direcionado para o alto sublinha a origem e o fim divino da evangelização.

No interior do Tau encontra espaço um mapa estilizado da América Latina e do Caribe, vermelha do sangue dos tantos mártires, das violências passadas e presentes, mas também do amor pela terra. No fundo, a faixa policroma representa o dinamismo do Espírito Santo.