19 Janeiro 2016
O Governo da Colômbia autorizou a busca dos restos mortais do padre Camilo Torres, membro do ELN que caiu em combate há quase 50 anos, confirmaram nesta sexta-feira fontes da Arquidiocese de Cali.
A reportagem foi publicada por Religión Digital, 16-01-2016. A tradução é de Evlyn Louise Zilch.
O arcebispo dessa cidade, Darío de Jesús Monsalve, disse que falou com o presidente Juan Manuel Santos, que lhe explicou que a Procuradoria e Medicina Legal estão investigando no departamento de Santander, onde morreu Torres, para encontrar seus restos mortais.
O sacerdote morreu em 1966 no Patio Cemento (Santander), durante o primeiro combate em que participou como membro do ELN contra o Exército Nacional.
Seu corpo foi enterrado em um lugar que nunca foi revelado e desde então se tornou em um dos ícones desse grupo de guerrilha e dos movimentos de esquerda na América Latina, pelo que o cantor chileno Víctor Jara dedicou-lhe uma canção.
O arcebispo Monsalve disse nesta sexta-feira que está muito otimista sobre a missão de busca, uma vez que seu objetivo é poder “dar um enterro cristão” a Torres.
O ELN pediu há uma semana ao Governo que buscasse os restos de Torres através de um comunicado em seu site e em sua conta do Twitter.
Em seu pedido afirmou que este seria um "gesto de paz" para iniciar as conversações com este grupo subversivo.
“Apelamos para que os restos mortais de Camilo Torres, cuja localização é desconhecida desde o dia de sua morte, sejam entregues e seja dado em nome da sua dignidade, o enterro apropriado”, sinaliza o comunicado do ELN publicado no último dia 08 de janeiro.
Torres, nascido em 1929 em Bogotá e ordenado sacerdote em 1954, foi fortemente influenciado pela doutrina da Teologia da Libertação, ele foi cofundador da primeira faculdade de Sociologia da Colômbia e da Frente do Povo Unido, um movimento de inspiração marxista, antes de juntar ao ELN.
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O Governo da Colômbia autoriza a busca pelos restos do sacerdote Camilo Torres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU