Por: Jonas | 17 Novembro 2015
Reivindicar o nome de Camilo Torres, “que tem muito a oferecer e ensinar à Colômbia, que se projeta na reconciliação, na verdade e na justiça transicional”, pediu o arcebispo de Cali, dom Darío de Jesús Monsalve.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 15-11-2015. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/zvuJwc |
No dia 15 de fevereiro, completam-se 50 anos da morte do religioso em um combate com o exército, após sua vinculação à guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) e não se sabe onde estão seus restos.
“Submetido até em seus restos mortais ao segredo de Estado, ao silêncio da Igreja e ao estigma guerrilheiro sobre seu nome, tem muito a oferecer e ensinar”, expôs dom Monsalve.
Movimentos sociais e ecumênicos realizaram em Cali um encontro e anunciaram eventos para comemorar os 50 anos do desaparecimento de Camilo Torres.
O sacerdote anunciou, em janeiro de 1966, sua vinculação ao ELN, guerrilha que havia surgido um ano antes, e um mês depois de morre em combate.
Seu pensamento influenciou na corrente da teologia da libertação entre sacerdotes do continente.
“Que seu pensamento social e teológico, sua liderança pela unidade, sua obra e suas cinzas, voltem à memória do povo e da Igreja, ao patrimônio acumulado para a paz com verdade e justiça social, com reconciliação e perdão, como base de garantias do nunca mais”, expõe dom Monsalve.
No sábado passado, 7 de novembro, ocorreu o evento “Caminho ao Cinquentenário... Padre Camilo Torres, sinal de reconciliação”, um encontro espiritual e social de reconhecimento e reivindicação à vida de Camilo Torres, do qual participaram comunidades de base, grupos acadêmicos da igreja popular, animadores sociais, religiosos e meios de comunicação.
Neste espaço, propiciou-se o diálogo com o sacerdote e sociólogo François Houtart, que acompanhou o padre Camilo Torres em seu caminho ministerial, social e político; e que também é conhecedor do legado de Camilo Torres, em suas posturas sociopolíticas e teológicas.
“Camilo Torres se lê como o profeta da paz. Ele foi à montanha não para matar alguém, mas para morrer por todos. O renascimento que se dá hoje, nesta missa da Ermita, com perspectiva de gênero, é muito atual e muito emocionante, por todo o feito ecumênico, porque quer dizer que valeu a pena, que não morreu em vão e nos permite a ressurreição de um país que está em cinzas”, afirmou o historiador Vladimir Zabala, participante do evento.
Durante o ato, conferencistas e participantes reconheceram o trabalho e o legado de Camilo Torres, promotor da teologia da libertação, com um encontro ecumênico, realizado na igreja da Ermita e do qual participaram diversas expressões de igreja popular e de comunidades.
“Estamos diante de ti com as recordações de homens e mulheres, que através da história nos deixam o legado do que significa, não só conhecer e entender o Evangelho, mas também vivê-lo, assumi-lo, integrando o social, político e cultural como expressão do amor eficaz”, expressou Aura Dalia Caicedo, representante das Comunidades Afrodescendentes.
Para os líderes de diversos credos, a vida de Camilo Torres é um exemplo de unidade para assumir a reconciliação na qual todos estamos empenhados, abrindo as portas à integração entre a religião e o social.
Ao finalizar o encontro, dom Dario de Jesús Monsalve, arcebispo de Cali, convidou a comunidade a render uma homenagem a Camilo Torres, como imagem de regresso e reencontro entre os colombianos.
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Arcebispo de Cali pede uma homenagem à memória do padre Camilo Torres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU