19 Julho 2012
O sacerdote e sociólogo belga François Houtart, conhecido como o "papa antiglobalização", disse nessa terça-feira em Manágua que o governante venezuelano, Hugo Chávez, tem uma "saúde bastante extraordinária" e está em condições de vencer as eleições presidenciais de outubro próximo.
A reportagem é do sítio Religión Digital, 17-07-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Houtart declarou a meios de comunicação oficiais na Nicarágua que, na semana passada, se reuniu com Chávez em Caracas e confirmou que o governante venezuelano, diagnosticado com câncer, "está em um estado de saúde bastante extraordinário" após o tratamento ao qual se submeteu contra esse mal.
Ele acrescentou que, embora a oposição venezuelana postule Henrique Capriles como candidato único, Chávez poderá conquistar a sua reeleição à presidência.
"Eu penso que Chávez vai ganhar. Eu estive com ele há três dias, e ele está em um estado de saúde bastante extraordinário e me parece que ele faz demais, porque a sua presença é incrível em todas as partes", disse ele.
Houtart, de 87 anos, está em Manágua para participar de um encontro de três dias dos movimentos sociais na América Latina, que começou nessa terça-feira.
Em suas primeiras declarações, ele afirmou que o capitalismo tem "um futuro absolutamente sem saída", porque "chegou a tantas contradições que não pode se reproduzir, embora ainda seja muito forte e essa morte possa durar".
Ele também defendeu que a esquerda em todo o mundo terá que "lutar" para acabar com o capitalismo, porque esse sistema "não vai cair por si só".
A esse respeito, ele reconheceu na Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), liderada pela Venezuela, "o único projeto" anticapitalista e pós-capitalista focado na "complementaridade e na solidariedade".
Ele advertiu, no entanto, que "a direita é um perigo real" na região, especialmente "quando encontra uma estratégia política de uma certa unidade".
O padre belga chegou à Nicarágua na tarde dessa segunda-feira e será uma das principais figuras do encontro dos movimentos sociais latino-americanos, que se reunirão em comemoração pelo 33º aniversário da revolução sandinista.