20 Mai 2015
Maurizio Bracchino se casou no sábado de manhã com Simona Deponti, no município de Treviglio. Quem oficiou o rito foi o prefeito, Giuseppe Pezzoni. E, no dia mais importante de sua vida, marido e mulher só pensavam no telefonema que receberiam à tarde. “Eu não tenho o seu número direto, devo discar aquele da central no Vaticano, então espero que me telefone pelo celular – diz o esposo -. Quando ouço o acento argentino quando diz “sou Giorgio (Jorge é o nome de Bergoglio, ndr)”, fico agitado, me tremem as pernas, a emoção é sempre fortíssima”.
A reportagem é de Rosanna Scardi, publicada pelo jornal Corriere della Sera, 18-05-2015. A tradução é de Benno Dischinger.
Bracchino, com 54 anos, é médico oculsta num hospital, onde trabalha há vinte anos. Ele se divide entre o poli ambulatório de via Matteotti, o estúdio privado de via Cavour e sua habitação em Mozzanica. A neo-esposa, de 43 anos, radiante em talhe rosa tênue e com as rosas brancas entre os cabelos, trabalha numa ótica em Vailate. “Nós nos conhecemos porque ele visitou minha mamãe e ela serviu de intermediária, depois descobrimos que havia entre nós uma afinidade”, conta Simona sobre o início da história sentimental.
A dupla se casou após sete anos de noivado. As flores cor de laranja na sede da prefeitura não foram uma escolha pessoal. “Somos ambos divorciados, não podíamos fazer de outro modo”, respondem.
O bisavô materno de Bracchino e o avô de Bergoglio eram irmãos. Portanto a mãe do médico, Carla Rabezzana, é a prima direta do Papa. “Minha mãe e seu pai brincavam juntos na casa de família em Portacomaro, um lugarejo na província de Asti – recorda o médico Bergamasco -. Ainda hoje, a cada duas semanas, o Papa lhe telefona, é uma hora marcada à qual nunca falha”.
A relação familiar foi cultivada no decorrer dos anos. Francisco tinha telefonado também antes de entrar no conclave que, sem imaginá-lo, o teria eleito o sucessor de Bento XVI. O Papa Francisco tinha reatado as relações entre os dois ramos da família há uns quarenta anos. Quando se tornou padre provincial dos jesuítas argentinos, havia começado a vir à Itália e havia localizado a avó de Bracchino. O primeiro encontro ocorreu quando o doutor era criança, tinha somente seis anos e vivia com os pais em Turim. E na principal cidade piemontesa a família se reunirá novamente.
A expectativa é para o domingo, dia 21 de junho, quando o Pontífice venerará o Santo Sudário que será exposto, por sua vontade e de forma extraordinária, no igreja de São João.
“O dia seguinte foi mantido livre para dedicar-se a nós, certamente nos concentraremos todos na sede arquiepiscopal”, esclarece Bracchino.
A ligação com o ilustre parente é íntima. Hoje mais do que nunca. Os dois primos já se encontraram em fevereirodo ano passado, em Roma. Maurizio quisera que conhecesse a sua Simona. E há poucos dias havia anunciado o seu casamento. “Não nos fez um augúrio particular – diz -. Mas era feliz por nós, se sentia isso pela sua voz”.
Antes o casal estivera em viagem na Patagônia, em setembro de 2013, quando Jorge Bergoglio ainda era o arcebispo de Buenos Aires. “Ver Giorgio lá entre seu povo foi uma alegria infinita, que jamais poderemos esquecer – explicam os recém-casados. Ele vivia de modo modesto, não possuía automóvel, relógio ou celular, vivia de caridade e fé. Deslocava-se a pé ou de ônibus. Ao meio-dia dividia o almoço com os índios. É humilde, disponível e doce. E não vemos a hora de reabraçá-lo”.
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Casamento do primo do Papa Francisco. “Ele nos telefona a cada duas semanas” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU