Por: Jonas | 13 Mai 2015
O meio ambiente e o papel dos indígenas americanos, Romero e Mugica, Cuba e os Estados Unidos, os armênios, os ruandeses e os congoleses. São alguns dos temas abordados durante a audiência que o Papa Francisco concedeu ao argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 12-05-2015. A tradução é do Cepat.
Pérez Esquivel foi “novamente” recebido pelo Papa, no Vaticano, no 41º aniversário do assassinato do padre Carlos Mugica, explica em um comunicado o pacifista argentino. O padre Mugica foi assassinado no dia 11 de maio de 1974, em frente à Igreja portenha de São Francisco Solano, de onde acabava de sair após celebrar a Missa. “Entre os temas abordados - lê-se na nota -, o Prêmio Nobel da Paz expressou para Sua Santidade a sua alegria e seu apoio pela beatificação de dom Óscar Arnulfo Romero, mártir de El Salvador. Também pelo papel fundamental que está desempenhando na reaproximação entre Cuba e Estados Unidos”. “O Papa - declarou Pérez Esquivel - disse-me que o encontro com Raúl Castro foi muito bom e acredito que, graças a Francisco, os acordos estão em um bom caminho para o reconhecimento recíproco que coloca fim ao embargo”.
Pérez Esquivel, prossegue a nota, levou ao Papa a sentença sobre o genocídio armênio, emitida pelo tribunal permanente dos povos, do qual participou como juiz: “Francisco pode ajudar na compreensão entre os povos para resolver seus conflitos, para desarmar as consciências armadas”. Além disso, o Prêmio Nobel argentino entregou a Francisco “documentos recentes sobre o genocídio latente em Ruanda e no Congo”. Para concluir, em vista da próxima encíclica sobre o meio ambiente do Pontífice argentino, Pérez Esquivel e o Papa “falaram sobre a Argentina e a preocupante situação das populações indígenas”: “O Papa me falou sobre a necessidade de respeitar e reconhecer os indígenas latino-americanos entre os melhores guardiões da natureza e da Criação”.
Adolfo Pérez Esquivel, pacifista cristão, foi preso e torturado durante a ditadura militar argentina (1976-1983). Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Jorge Mario Bergoglio “foi uma das tantas vítimas da ditadura, não um cúmplice”, afirmou imediatamente após a eleição de Jorge Mario Bergoglio. A poucos dias do final do Conclave, foi recebido pelo então recém-eleito Papa, em seguida, reuniu-se com a imprensa, no dia 21 de março de 2013, e afirmou que para o Papa Francisco dom Óscar Arnulfo Romero “foi um dos grandes profetas e mártires da Igreja”.
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Pérez Esquivel com o Papa: a memória de Romero e de Mugica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU