18 Fevereiro 2015
Os cardeais reunidos com o Papa Francisco para discutir a reforma do Vaticano estão dando continuidade aos diálogos e não devem fazer votação formal alguma para aprovar, ou não, as mudanças na burocracia da Igreja, disse nesta sexta-feira (dia 13) o padre jesuíta Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 13-02-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Falando numa coletiva de imprensa, Lombardi novamente indicou que o processo para reformar a burocracia vaticana pode levar mais tempo do que incialmente era esperado.
Os cerca de 160 prelados reunidos em Roma para discutir a reforma, informou o porta-voz, falaram sobre a necessidade de se ter um “caminho gradual” onde algumas mudanças na burocracia, conhecida como Cúria Romana, podem acontecer antes que um novo organograma organizacional explicando o papel dos departamentos vaticanos seja finalizado.
Os cardeais reuniram-se nesta quinta-feira e sexta-feira (12 e 13 de janeiro) no Vaticano para discutir o processo de reforma, que parece estar definhando em debates sobre o propósito, o escopo e o papel da Cúria.
As reuniões dos cardeais nestes dois dias foram secretas, não se tendo uma divulgação de suas observações ou resumos do que disseram. No entanto, Lombardi concedeu uma coletiva de imprensa na sexta-feira à tarde em que resumiu alguns dos temas centrais debatidos.
O porta-voz disse que os cardeais abriram o encontro de sexta-feira pela manhã com os relatos dos cardeais George Pell e Reinhard Marx, que presidem duas novas instituições no Vaticano responsáveis pela reforma financeira, com especial atenção ao Banco Vaticano.
Pell, prelado australiano, é o presidente da nova Secretaria para a Economia; Marx, alemão, preside o Conselho da Economia, que supervisiona o trabalho desta Secretaria.
Na sequência destas apresentações, Lombardi disse que os cardeais fizeram cerca de 20 perguntas sobre o trabalho das duas instituições, focando-se principalmente no que elas realizaram até então.
Perguntado se o papa interviu em algum momento nas discussões dos cardeais, Lombardi disse que o papa está escutando, mas não interveio, já que ele não quer interferir.
Lombardi também disse não achar que haverá votações formais entre os cardeais, visto que estas reuniões “não são um lugar de votação”, mas um “diálogo fluído”.
Entre os assuntos que, segundo Lombardi, foram debatidos nas intervenções dos cardeais na quinta-feira de tarde estão:
• a relação entre a Cúria Romana e as Igrejas locais, em particular “como melhor servir a Igreja no mundo”;
• a noção de subsidiariedade, ou como a Cúria Romana poderia partilhar e dividir responsabilidades entre as dioceses locais e as conferências episcopais;
• a necessidade de o Vaticano servir as Igrejas locais que não têm tantos recursos ou onde os católicos não constituem um grande número da população;
• um desejo de “pôr uma luz” no trabalho que o Vaticano realiza com outras instituições internacionais.
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Vaticano: Os cardeais não vão votar a reforma da Cúria - Instituto Humanitas Unisinos - IHU