Por: João Pedro e Marilene Maia | 07 Abril 2018
O mercado formal de trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos registrou criação de postos de trabalho no mês de fevereiro, com saldo de 1.680 postos criados. No mês de janeiro foram criados 1.765 postos de trabalho, ou seja, o mercado de trabalho se manteve estável no Vale do Sinos. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, e são divulgados através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, monitora a questão do trabalho mensalmente e publica análises sobre o mercado de trabalho na Região do Vale do Rio dos Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre.
Apenas dois municípios do Vale do Sinos fecharam postos de trabalho no mês de fevereiro, Nova Santa Rita (-51) e Novo Hamburgo (-7). Os demais municípios apresentaram criação de postos de trabalho, destacando-se Esteio (318), Sapiranga (241) e Dois Irmãos (215).
O setor que mais contribuiu para o resultado positivo do mês de fevereiro foi a indústria da transformação, que criou 1.736 postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços (157), construção civil (86) e serviços industriais de utilidade pública (10). Os demais setores registraram fechamento de postos de trabalho, destacando-se o comércio (-271).
Os trabalhadores admitidos no mês de fevereiro, em sua maioria, têm grau de instrução até o Ensino Médio completo (87,81%), 5,18% têm Ensino Superior incompleto e 7,01% têm Ensino Superior completo.
Na tabela abaixo estão dispostas as médias salariais dos trabalhadores admitidos em fevereiro na região. Ao analisar a tabela fica claro que as remunerações dos trabalhadores são aproximadamente iguais independentemente de seu grau de instrução. Não há um incremento significativo na renda conforme o trabalhador aumenta seu grau de instrução até que complete o ensino superior.
Arte: João Pedro
As mulheres no Vale do Sinos receberam em média R$ 189,61 a menos que os homens, equivalente a 87,25% do salário masculino em média, mantendo o mesmo patamar de desigualdade registrado nas contratações dos meses anteriores.
Arte: João Pedro
Na função de vendedor de comércio varejista, as mulheres receberam em média R$ 329,33 a menos que os homens, sendo que elas são maioria das contratadas em fevereiro nesta função. A mesma situação é observada na ocupação de faxineiro, em que as mulheres foram maioria dos contratados neste período e tiveram salário médio menor que os homens em R$ 101,38.
Ainda na perspectiva das desigualdades de gênero no mundo do trabalho, as mulheres se mantêm como maioria dos trabalhadores admitidos no mês de fevereiro nas faixas salariais mais baixas, e os homens, maioria nas faixas salariais acima de 1,5 salário mínimo.
Leia mais
- Mês de janeiro tem criação de postos de trabalho no Vale do Sinos e apresenta remunerações desiguais entre os sexos
- Mulheres representam apenas 28% dos trabalhadores do Vale do Sinos que recebem acima de 2 salários mínimos
- Mulheres recebem em média 11,6% a menos que homens na Região Metropolitana de Porto Alegre
- A reforma trabalhista e o apoio oficial ao trabalho escravo
- Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil
- A frágil recuperação do mercado de trabalho brasileiro
- O cibernético e o humano no trabalho. Correr na frente do computador é complicado, mas é preciso aprender a correr com ele. Entrevista especial com Cesar Alexandre de Souza
- Trabalho escravo 'moderno': locais precários são maioria
- 'Reforma' aumenta emprego precário e alimenta trabalho infantil
- O emprego não corre perigo; seu salário sim
- As perigosas mutações do trabalho e do emprego
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Mercado de trabalho no Vale do Sinos em fevereiro de 2018 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU