Por: João Pedro e Marilene Maia | 10 Fevereiro 2018
No mês de dezembro, o segundo mês de vigência da reforma trabalhista, o Brasil fechou 328.539 postos no mercado formal de trabalho, uma retração muito mais expressiva no número de postos se comparado com o saldo do mês anterior, de menos 12.292 postos de trabalho. O resultado do mês de dezembro contribuiu para que o Brasil fechasse o ano com menos 20,8 mil postos de trabalho. Os dados foram divulgados em janeiro pelo Ministério do Trabalho e Emprego, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged.
A questão do trabalho é um dos temas de análise do Observatório das Realidades e Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, que através das informações do Caged acompanha os dados relativos à movimentação do mercado formal de trabalho da região.
Assim como no mercado nacional, o saldo entre admitidos e desligados da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA foi negativo, com o fechamento de 8.994 vagas. O setor de serviços foi o que fechou mais postos, com menos 3.486, seguido pelo setor da indústria de transformação, com saldo de menos 3.463 postos de trabalho.
Também foi negativo o saldo entre admitidos e desligados no mercado formal de trabalho do Vale do Sinos, com o fechamento de 4.519 vagas, contrastando com o resultado do mês anterior, em que foram criados 104 postos de trabalho e terminando com o ciclo de saldos positivos que havia se instaurado em julho de 2017.
Conforme mostra o infográfico abaixo, todos os municípios da região tiveram um saldo negativo na criação de postos de trabalho. O município com o saldo mais baixo foi o de Canoas, com menos 1.467 vagas no mercado formal de trabalho, seguido de Novo Hamburgo, que fechou 1.092 vagas e Sapiranga, que fechou 512 vagas no mês de dezembro de 2017.
O resultado negativo do mês de dezembro deve-se principalmente ao setor da indústria de transformação, que fechou 2.914 postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços, com saldo negativo de 940 postos e o setor da construção civil, com saldo negativo de 912 postos de trabalho. Nenhum setor registrou criação de postos de trabalho em dezembro de 2017 no Vale do Sinos.
Quanto à faixa salarial dos trabalhadores admitidos no mês de novembro, 6.943 (94,9% dos admitidos) estão situados na faixa salarial de 1,01 a 3,0 salários mínimos, assim como os desligados, onde 10.717 (90,55% dos desligados) estavam na mesma faixa salarial.
As faixas etárias responsáveis pela maioria dos fechamentos de postos de trabalho foram a faixa dos 30 aos 39 anos, que correspondeu a 1.301 fechamentos no mercado de trabalho formal, a faixa dos 40 aos 49 (-879) e a dos 50 aos 64 anos (-737), que juntas representam 64,54% dos fechamentos desse mês.
Os homens representaram 65,32% dos postos de trabalho fechados, com -2.952 postos, e as mulheres, 34,67%, com -1.567 postos de trabalho no Vale do Sinos.
Ainda não é possível determinar se esses saldos negativos na criação de empregos, tanto no nível nacional quanto regional, são reflexo da reforma trabalhista em vigor desde novembro, visto que dezembro, em todos os anos, é um mês caracterizado por saldos negativos no mercado formal de trabalho.
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Vale do Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre: 2017 termina com saldo negativo de postos de trabalho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU