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Etty, necessitamos muito daquele seu bilhetinho

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Por: Jonas Jorge da Silva | 10 Março 2020

Crise ecológica, extinção das espécies, guerras, campos de refugiados, desigualdade econômica, extrativismos, violação de direitos, agrotóxicos, doenças, epidemias, extremismos, racismo, intolerância religiosa... Parece que um deslizamento, como esses provocados com a intensificação das chuvas, soterrou nossa humanidade, nossa capacidade de respirar um ar puro e de se irmanar na grande celebração da vida.

São tempos duros, em que a nossa casa está soterrada e com ela, aos poucos, vamos amontoando destroços, empilhando restos sobre restos sobre a morada de Deus em nós. É preciso desenterrá-lo de nossos escombros existenciais, de nossas fracassadas estruturas sociais que geram medo e morte. São tempos urgentes, em que a mística de Etty Hillesum (1914-1943) fulgura como resposta às adversidades do mundo contemporâneo.

Foi nessa direção que no dia 07 de março, véspera do dia internacional de celebração das lutas das mulheres, rezamos a partir da vida dessa jovem holandesa, de família judia, que experimentou a Deus no horror dos campos de concentração. O encontro foi promovido pelo CEPAT, em parceria com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Encontro de espiritualidade do CEPAT: "Rezar com os Místicos" - Etty Hillesum (Foto: Igor Sulaiman Said Felicio Borck)

Com suas cartas e seu diário (1941-1942), Etty nos deixou um legado de esperança que não nasce de fora, ao contrário, brota de dentro, de nossa possibilidade de desenterrar a Deus. “Há dentro de mim um poço muito profundo. E lá dentro está Deus. Às vezes, posso chegar até o poço, mas com frequência há pedras e cascalho sobre ele, e Deus está enterrado. Então ele tem que ser novamente desenterrado”, vivencia a jovem que foi morta aos 29 anos.

Na turva atmosfera de um nazismo desalmado, Etty nos dá provas da existência amorosa de Deus, “apesar de”, ou seja, independente das nossas torpes escolhas como humanidade, do estado de decomposição em que se encontra a nossa casa, que é morada de Deus. Assim, constata: “ [...] não vejo nenhuma outra solução, realmente não vejo nenhuma outra solução a não ser voltar-se para o seu próprio cerne e a partir de lá exterminar toda a podridão. Não acredito mais que possamos melhorar qualquer coisa no exterior se não melhorarmos antes em nós mesmos. E esta me parece a única lição que aprendemos dessa guerra, que só temos a buscar em nós mesmos e em nenhum outro lugar”.

A mística de Etty Hillesum questiona as tentações humanas de erigir para si a falsa imagem de um Deus instrumental, dominador e distante, de quem apenas esperamos e nada oferecemos. Em seu processo de interiorização, Etty descobre o Deus que brota da gratidão, da alegria, da confiança na vida acima de tudo e com liberdade interior: “Não me sinto nas garras de ninguém, sinto-me apenas nas mãos de Deus. (...) Enfim, estou mesmo nas mãos de Deus. Meu corpo com todas as suas mazelas também. Se em algum momento me sentir derrotada e perturbada, então em algum lugar num cantinho dentro de mim tenho de saber que irei me erguer outra vez, do contrário estarei perdida”.

A confiança em Deus faz com que Etty subverta o sentido comum de uma sociedade que muito espera do céu e pouco se lança a esse horizonte: “Acho a vida bela e me sinto livre. Os céus se estendem dentro de mim, assim como acima de mim. Acredito em Deus e nos homens, e ouso dizer isso sem falso pudor”.

Deus não pode ser responsabilizado pelos tempos de escuridão, penúria e sofrimento vividos por nós. Somos nós que, ao enterrarmos Deus, abrimos caminho para a disseminação do ódio. O antídoto para o ódio é a manifestação do amor, conforme a jovem mística intui: “Uma coisa é certa, deve-se contribuir para aumentar a reserva de amor sobre esta terra. Cada migalha de ódio que se acrescenta ao ódio exorbitante que já existe torna este mundo inóspito e inabitável”.

Para resistir a esse mundo inóspito e inabitável, em meio às barbáries do nazismo, Etty se propõe a ajudar Deus: “E se Deus não me ajudar mais, então eu ajudarei, sim, a Deus. [...] Partirei sempre do princípio de ajudar Deus tanto quanto possível e, se conseguir isso, bem, então estarei ajudando os outros também”. Também em outra passagem afirma: “Deus não nos deve nenhuma explicação, e sim nós a ele. [...] E Deus também não é responsável pelos desatinos que nós mesmos causamos: nós somos os responsáveis”.

Em seu processo de escuta interior, de escavação em sua morada, Etty se torna uma defensora de Deus, uma guardiã dessa Fonte de Vida que a crueldade humana insiste em sabotar a partir de perversas estruturas que conspiram com a morte. Conclui que “a única certeza de como se deve viver e o que se deve fazer só pode emergir das fontes que borbulham lá no fundo de si mesma”. E é capaz de ser grata, mesmo em meio às intempéries: “agradeço-te por poder ser tão repleta de amplidão, e essa amplidão não é mais que estar preenchida por ti”.

Dizem que do trem, a caminho de Auschwitz, onde morreria em novembro de 1943, Etty conseguiu jogar um bilhetinho endereçado à sua amiga Christine van Nooten, datado em 7 de setembro de 1943 e que foi encontrado por um camponês. Nele estava escrito: “Abro a Bíblia ao acaso e encontro isto: O Senhor é o meu grande refúgio. A partida chegou de forma inesperada, apesar de tudo. Deixamos o campo [de concentração] cantando. Adeus’”.

Mais do que nunca, necessitamos muito desse bilhetinho. Ler, reler e interiorizar essa máxima: “Deixamos o campo cantando”. Sem ceder à melancolia de nossos tempos, reconectar-se com a alegria que vem de Deus, “apesar de...”. E como não se lembrar da encíclica Evangelii Gaudium, a alegria do evangelho?

Sim, é verdade, não tirar os pés do chão é indispensável para evitar desvarios e quimeras. Contudo, pobre homem/ mulher que, ao recusar a pedagogia do sofrimento, não é capaz de enxergar o Mistério. Foram nas noites mais escuras que Etty se deu conta da clarividência de Deus.

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