04 Janeiro 2021
O jornal The Times publicou nessa quarta-feira, 30, uma breve notícia que sublinha um fato inédito: o episcopado da Austrália pede que o Papa Francisco esclareça a história que circula na imprensa há dias sobre muitos milhões de dólares enviados pelo Vaticano a pessoas individuais na Austrália entre 2014 e 2020.
A nota é de Il Sismografo, 30-12-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os prelados, por meio do arcebispo de Brisbane, Dom Mark Coleridge, presidente do episcopado, especificam que nem mesmo um centavo chegou às hierarquias locais, às dioceses ou a órgãos ou instituições católicas, instituições de caridade, ordens religiosas ou qualquer entidade eclesiástica australiana.
O pedido dos bispos chega poucos dias depois que um relatório da agência governamental australiana responsável por detectar abusos criminosos no sistema financeiro (Austrac) constatou essas transferências.
Dom Coleridge declarou ao jornal australiano: “O que é certo em meio a grandes incertezas é que os bispos australianos não estavam cientes dessas transferências até a sua divulgação pela Austrac na semana passada. Ficamos chocados com a dimensão das transferências”, acrescentou.
O arcebispo Coleridge, que atuou na Secretaria de Estado do Vaticano durante quatro anos, disse estar ciente das alegações de que “contas numeradas” eram usadas em nome do Vaticano por pessoas que não faziam parte da Santa Sé para realizar transferências e investimentos internacionais.
Leia mais
- “Chega de ‘catimba’. Depois dos escândalos financeiros, era preciso uma reforma de verdade.” Entrevista com Nunzio Galantino
- “Os processos judiciais não são infalíveis.” Entrevista com o cardeal George Pell
- Depois dos escândalos, papa Francisco retira a autoridade financeira da Secretaria de Estado do Vaticano
- O triunfo de George Pell. O Papa tira os fundos da Secretaria de Estado
- Dom Mark Coleridge: Francisco quer fazer da sinodalidade uma “característica permanente” na vida da Igreja
- Escândalo financeiro no Vaticano: o Papa Francisco não abandona o objetivo de uma Igreja pobre
- Teologia do povo: as chaves para entender a ''Igreja dos pobres''
- ''Quero uma Igreja pobre para os pobres''
- “Jesus não quis templos, nem escritórios, nem casas de retiro. Jesus ia pelas ruas se encontrar com o povo”. Entrevista com José M. Castillo
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Austrália. Bispos pedem que Francisco esclareça os milhões de dólares transferidos pelo Vaticano a pessoas individuais, mas não à Igreja local - Instituto Humanitas Unisinos - IHU