''A Igreja parece um navio sem leme'', afirma cardeal Burke

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03 Novembro 2014

Depois de ter denunciado manipulações e "censuras" no Sínodo, o cardeal Raymond Leo Burke, (foto) prefeito da Signatura Apostólica, continua elevando a sua voz a tons cada vez mais preocupados, criticando o papa, mas dizendo, ao mesmo tempo, que não quer "parecer como uma voz contrária ao papa". A última entrevista foi a realizada por Darío Menor Torres, publicada hoje na revista Vida Nueva.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 31-10-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Muitos me manifestaram preocupação", afirma o cardeal norte-americano. "Em um momento tão crítico, em que há uma forte sensação de que a Igreja é como um navio sem leme, não importa por qual motivo, mais importante do que nunca é estudar a nossa fé, ter um guia espiritual sadio e dar um forte testemunho da fé."

"Tenho todo o respeito pelo ministério petrino – acrescenta Burke – e não quero parecer que sou uma voz contrária ao papa. Gostaria de ser um mestre da fé com todas as minhas fraquezas, dizendo a verdade que hoje muitos de nós percebem. Sofrem um pouco de enjôo, porque, segundo eles, o navio da Igreja perdeu a bússola. É preciso pôr de lado a causa dessa desorientação, porque não perdemos a bússola. Temos a constante tradição da Igreja, os ensinamentos, a liturgia, a moral. O catecismo não muda."

"O papa, justamente, fala da necessidade de ir para as periferias", continua o prefeito da Signatura Apostólica. "A resposta das pessoas foi muito calorosa. Mas não podemos ir para as periferias de mãos vazias. Vamos com a Palavra de Deus, com os sacramentos, com a vida virtuosa do Espírito Santo. Não estou dizendo que o papa faça isso, mas há o risco de interpretar mal o encontro com a cultura. A fé não pode se adequar à cultura, mas deve chamá-la novamente à conversão. Somos um movimento contracultural, não popular."