Por: André | 09 Outubro 2014
Em um mundo em que as desconfianças entre as confissões cristãs são cada vez mais ridículas, o Papa Francisco convidou para “não se resignar diante desta divisão, que causou tantos conflitos ao longo da história. E inclusive guerras! Isto é uma vergonha!”
A reportagem é de Juan Vicente Boo e publicada no jornal espanhol ABC, 08-10-2014. A tradução é de André Langer.
O Santo Padre insistiu para não se acostumar com esta situação de fato, embora não seja de hoje, pois “as divisões entre cristãos ferem a Igreja, ferem a Cristo”.
Com grande energia, Francisco propôs aos 80 mil participantes da Audiência Geral para se comportarem de modo fraterno com os evangélicos, ortodoxos, anglicanos ou membros de qualquer outra confissão: “Caminhemos juntos! Ajudemo-nos uns aos outros”.
Convidando para uma mudança definitiva de atitude, o Papa comentou que “em todas as comunidades há teólogos. Deixemos que os respectivos teólogos discutam, mas nós caminhemos todos juntos, ajudando-nos uns aos outros e fazendo obras de caridade juntos. É isto que se chama ecumenismo espiritual”.
A ideia de deixar discutir à parte os teólogos não é nova. Durante o voo de retorno de Jerusalém, em 26 de maio passado, o Papa comentou com os jornalistas que o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, com quem rezou no Cenáculo, lhe havia confirmado um detalhe do primeiro encontro de seus predecessores, 50 anos antes: “Contou-me que Atenágoras disse a Paulo VI: ‘Nós caminhos juntos tranquilos, e coloquemos todos os teólogos numa ilha, e que discutam entre si. Entretanto, nós, caminhamos pela vida”.
Neste encontro com os fiéis que encheram a imensa Praça São Pedro, Francisco estava especialmente contente, e terminou revelando o motivo: “Diz-se que não se deve contar coisas pessoais (na audiência), mas eu estou muito agradecido ao Senhor porque hoje se completam 70 anos da minha primeira comunhão”. E acrescentou que além de fazer entrar em comunhão com Jesus, esse sacramento “nos introduz também na comunhão com os outros”.
Em algumas audiências gerais da primavera passada, o Papa havia convidado os fiéis para “fazer alguns ‘deveres’ quando voltarem para as suas casas: informem-se sobre a data do batismo de vocês para poderem celebrá-lo cada ano”. Embora não tenha aconselhado a fazer o mesmo com a primeira comunhão, ficou claro que ele, pessoalmente, recorda a data e a celebra.
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“Deixemos a discussão para os teólogos e os cristãos caminhemos todos juntos”, pede o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU