Por: Jonas | 18 Março 2013
A Igreja católica salvadorenha espera que o papa Francisco logo beatifique ao assassinado arcebispo de San Salvador, Óscar Arnulfo Romero (foto), cujo processo de beatificação está aberto no Vaticano desde 1994.
A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 18-03-2013. A tradução é do Cepat.
Romero, que se caracterizou por defender os mais pobres e desprotegidos, foi assassinado por um franco-atirador, no dia 24 de março de 1980, enquanto presidia uma missa na capela do hospital para doentes com câncer Divina Providência, localizado em San Salvador.
O papa argentino Jorge Mario Bergoglio, “que tenho a honra de conhecer pessoalmente”, “tem uma devoção” por Romero e uma “convicção total de que é um santo e um mártir; portanto, tudo indica que as estrelas estão alinhadas” para que o beatifique, manifestou o bispo auxiliar de San Salvador, Gregorio Rosa Chávez, na conferência dominical na Catedral Metropolitana.
“Estou muito otimista porque tem sido dado elementos, de forma progressiva e todos na mesma direção”, para que Romero seja beatificado, acrescentou. Destacou que “se houvesse uma pesquisa entre os países da América Latina, há uma absoluta maioria espetacular em favor de dom Romero; portanto, acredito que o momento está se amadurecendo, só que nós estamos nos tempos de Deus, que não são iguais aos nossos tempos”, esclareceu. Ele reconheceu que “é preciso respeitar os processos da Santa Sé” para beatificação de Romero.
Em 1994, o Vaticano abriu o processo de beatificação de Romero, a quem muitos latino-americanos chamam “São Romero da América”, apesar de ainda não ter sido beatificado. Neste sábado, milhares de salvadorenhos e estrangeiros celebraram antecipadamente os 33 anos de seu assassinato, que ainda continua impune.
A Comissão da Verdade, que investigou os crimes cometidos durante a guerra civil, apontou ao já falecido militar Roberto D’Aubuisson, fundador da direitista Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), partido que governou o país durante 20 anos (1989-2009), como um dos principais autores do homicídio do arcebispo.
Rosa Chávez também se mostrou “muito otimista” em relação ao novo pontificado de Francisco, não apenas porque escolheu um nome “inédito”, mas porque disse que irá trabalhar pelos mais pobres, trabalho que segue “o caminho da igreja latino-americana”, destacou. “Sendo um pouco exagerado, o centro da Igreja se deslocou para a América Latina, deixou de estar na Europa e isto mudará muitas coisas”, apontou.
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À espera que o Papa Francisco reconheça “São Romero da América” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU