13 Setembro 2021
O Papa Francisco pediu ao L'Osservatore Romano para que corrija um texto seu não reproduzido corretamente sobre os "Papas Concubinários"... L'Osservatore "tinha medo da verdade"
A reportagem é publicada por Il Sismografo, 12-09-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Aqui está um trecho do discurso do Pontífice hoje aos Participantes do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Carmelitas:
“Na escola de Cristo, trata-se de ser fiéis ao presente e ao mesmo tempo livres e abertos ao horizonte de Deus, imersos no seu mistério de amor. A vida carmelita é uma vida contemplativa. Este é o dom que o Espírito ofereceu à Igreja com Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, e depois com os santos e santas carmelitas, são muitos. Fiel a este dom, a vida carmelita é uma resposta à sede do homem contemporâneo, que no fundo é sede de Deus, sede de eternidade e muitas vezes não a se entende, procura-se por toda a parte. E está a salvo de psicologismos, espiritualismos, ou de falsas atualizações que escondem um espírito de mundanismo.
Vocês bem conhecem a tentação dos psicologismos, espiritualismos e das atualizações mundanas, o espírito do mundanismo. E sobre isso peço-lhe, por favor: cuidado com o mundanismo espiritual, que é o pior dos males que podem acontecer à Igreja. Quando li isso nas últimas páginas de Meditação sobre a Igreja do padre de Lubac - leiam as últimas quatro páginas - não pude acreditar: mas por que - eu ainda estava em Buenos Aires -, por que isso acontece? O que é esse mundanismo espiritual?
É muito sutil, é muito sutil, entra e a gente não percebe isso. O texto cita um padre espiritual beneditino, de Lubac assume aquele texto e diz: 'É o pior dos males que pode acontecer à Igreja, aliás pior do que aquele tempo dos Papas concubinários'.
Eu disse isso também aos claretianos outro dia... Parece que o Osservatore Romano se assustou com este texto, que não é meu, é de Lubac, e colocou 'pior que os padres concubinários'; tinha medo da verdade, espero que o Osservatore se corrija. O mundanismo espiritual é terrível, entra em você. Há no Evangelho, disse Jesus, quando fala de 'demônios educados', dos 'diabos educados', porque Jesus diz o seguinte: quando o espírito imundo é expulso da alma de uma pessoa, começa a vagar por lugares desertos e depois 'fica entediado', 'não tem trabalho', e fala: 'Vou voltar para ver como era aquela minha casa'. Ele volta e vê que tudo está limpo, tudo está em ordem, Jesus diz: 'Ele vai e pega sete demônios piores do que ele e entram. E o fim daquele homem é pior do que o começo'.
Mas como esses sete demônios entram? Não como ladrões, não: tocam a campainha, dizem olá e entram devagar, vão entrando aos poucos e você não percebe que tomaram posse da sua casa. Este é o espírito do mundanismo. Entra aos poucos, também entra na oração, entra. Cuidado com isso. É o pior dos males que pode acontecer à Igreja e, se não acreditam em mim, leiam as últimas quatro páginas da Meditação sobre a Igreja do padre de Lubac. Cuidado com o mundanismo espiritual”.
Em nossa tradução do discurso dirigido pelo Santo Padre aos participantes do capítulo dos Claretianos – publicado na edição de ontem, sexta-feira, 10 de setembro, na página 8 – aparece a expressão incorreta "padres concubinários" em vez de "papas concubinários".
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O Papa Francisco pede ao L'Osservatore Romano que corrija um texto seu não reproduzido corretamente sobre os "Papas Concubinários" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU