28 Julho 2021
Aproximadamente 30% de todas as agressões sexuais contra menores na Polônia estão ligadas a representantes do clero, revelou a Comissão do Estado sobre Pedofilia no seu primeiro relatório.
A reportagem é publicada por RT, 27-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A comissão, que foi estabelecida pelo governo em 2019, compartilhou os resultados nesta segunda-feira, em um relatório de 250 páginas.
Os especialistas examinaram 349 casos de pedofilia durante este período, com padres sendo suspeitos em torno de 100 desses. Mais de 50 desses casos foram acompanhados pela Procuradoria do Estado, afirma o relatório.
A comissão também criticou a Igreja Católica polonesa por sua relutância em cooperar com o governo neste tema controverso.
“Em países como Austrália e EUA, os líderes da Igreja tinham um grande entendimento em atacar a pedofilia e que trabalhar junto com as autoridades do Estado é importante para a credibilidade de suas instituições”, mas não foi assim no caso da Polônia, revelou o relatório.
Os materiais contidos no relatório eram “assustadores”, mas eles apenas provam que a luta contra esses “crimes hediondos” precisa continuar, afirmou Blazej Kmieciak, o chefe da comissão.
Mas não apenas padres e estrangeiros foram acusados de molestar crianças, 35% das agressões foram atribuídas a membros da família, incluindo os pais, afirma o documento. A maioria eram homens (94%), acrescenta.
A maioria das vítimas tinham idade entre 11 e 15 anos, mas também havia de 3 a 10 anos. A mais jovem criança a sofrer abuso sexual entre os casos identificados pela comissão tinha um ano de idade.
O relatório enfatiza os severos traumas psicológicos sofridos pelas crianças abusadas. O relatório cobra que casos contra pedofilia sejam priorizados pelos procuradores e recomenda que uma posição especial para “advocacia especializada em infância” seja introduzida.
A Polônia é um país de maioria católica, e a Igreja tem sido acusada por abusos sexuais contra menores todo ano. Em 2019, a pressão pública forçou a instituição a divulgar um relatório que dizia que quase 400 padres molestaram 625 crianças desde 1990. Porém, os nomes dos agressores não foram revelados. Um documentário lançado no mesmo ano reclamou que os padres pedófilos nunca foram punidos por seus crimes, mas que eram apenas transferidos para outra paróquia onde eles podiam continuar com seus comportamentos criminosos.
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Polônia. Um a cada quatro suspeitos de pedofilia é padre, revela comissão do Estado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU