Papa Francisco retomará toda a sua vitalidade depois da operação?

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12 Julho 2021

 

Apesar de certos rumores, os relatórios informam que a evolução do Papa é boa. A forma que enfrentará os próximos desafios que o esperam na Igreja servirá para tirar as dúvidas sobre sua saúde.

A reportagem é de Sergio Rubin, publicada por Todo Noticias, 11-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Era inevitável. Depois da operação de cólon por divertículos, começaram as especulações sobre a quais condições de saúde Francisco continuará seu pontificado. A vitalidade de um Papa não é um tema menor, ainda mais quando se trata de um que, como Jorge Bergoglio, enfrenta a resistência dos setores mais conservadores frente a seu objetivo de uma Igreja mais compreensiva e despojada. Pois, ademais, leva adiante uma reforma econômica para dotar de maior transparência as finanças vaticanas.

A versão que mais repercussão teve foi a que repercutiu o site católico italiano “Il Sismografo”, de boa sintonia com Francisco e consultado pelos jornalistas que seguem a atividade papal. Sem dar precisões clínicas, afirmam sem voltas que “a doença que castigou o Papa Francisco é severa e degenerativa”. Aventura que “poderia ser também crônica”. E vaticina que “certamente o Santo Padre retornará ao Vaticano para retomar seu caminho pelas pegadas de Pedro, porém não será mais o mesmo”.

O artigo aponta que não foi possível realizar a operação mediante a técnica laparoscópica, mas sim a tradicional e que retiraram vários centímetros do cólon que estão “sob rigorosos exames histológicos”. Acrescenta que Francisco “viverá a vida que Deus lhe deu com muitos limites físicos, fisiológicos e também metabólicos. Ele sabe — completa — que deverá mudar muito sua vida: fadigas, repousos, limites, alimentação, exercícios físicos de reabilitação...”.

Será assim realmente? Primeiramente, pode se dizer é que o artigo foi escrito 48 horas após ser operado, quando ainda não se tinha informação suficiente sobre seu quadro clínico. Depois, soube-se que a impossibilidade de o operar pela técnica laparoscopia foi devido às cicatrizes que tem pela importante intervenção a qual foi submetido há 40 anos devido a uma gangrena vesicular. Ainda, os estudos apontaram que não tem câncer de cólon.

Por outro lado, outras duas questões que causaram inquietude com o passar do tempo foram se esclarecendo. A primeira é por que, na noite da operação, se demorou para passar o boletim médico à imprensa. Agora se sabe que se esperou para ver como reagiria à anestesia, um aspecto delicado para pessoas idosas. E a outra é por que se havia dito que a internação duraria cinco dias e se estendeu, porém, isso foi devido à operação tradicional, e não laparoscópica.

Em todo esse tempo passado desde a operação, os relatórios informam que a evolução foi boa, o que o permite caminhar pelo apartamento, comer com alguns de seus colaboradores e celebrar a missa na capela privada. E inclusive se ventila a possibilidade de que volte ao Vaticano entre segunda e quarta-feira, onde seguramente a volta à atividade será progressiva e em função do ritmo de recuperação para um homem de 84 anos.

Um indício de seu grau de recuperação será se viajar ou não entre 12 e 15 de setembro a Hungria e Eslováquia, como o próprio Francisco anunciou horas antes de ser internado, para tirar a gravidade da operação. O site “Il Sismografo” diz que hoje ninguém pode dizer se essa viagem “será possível”. Enquanto isso, julho é período de recesso no Vaticano, e em agosto a atividade do Papa é sempre reduzida.

Em definitivo, os dados de hoje revelam que Francisco evoluiu favoravelmente. Porém, o panorama que o espera não é fácil. Aparece em meio às duas mais poderosas igrejas: a dos Estados Unidos, com um vasto setor conservador que não acata suas orientações, e a alemã, com uma grande corrente progressista que o demanda até o sacerdócio feminino.

Enquanto isso, aproxima-se o julgamento que o Vaticano submeterá a um outrora influente cardeal — ex-número três do Vaticano —, Angelo Becciu, por desvio de fundos, que promete levantar a poeira. E o final de uma muito esperada reforma orgânica da cúria romana. A forma que Francisco enfrentará os próximos desafios que o esperam na Igreja servirá para tirar as dúvidas sobre sua saúde.

 

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