25 Mai 2021
O Papa abre a assembleia dos bispos italianos com um discurso improvisado.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 24-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O caminho da sinodalidade implica presença, companhia, proximidade. E isso é o que pareceu querer fazer o Papa Francisco nesta tarde, quando atendeu à abertura da 74ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Italiana, da qual faz parte o bispo de Roma. O tema era propício: “Anunciar o Evangelho em um tempo de renascimento – para empreender um caminho sinodal”.
Não se pôde escutar toda a intervenção de Bergoglio, ainda que estivesse anunciada – e de fato, transmitiu-se ao vivo por Vatican News –, mas sim boa parte da mesma antes que, abruptamente, se cortasse o sinal de um discurso que o Papa não havia preparado. De fato, antes de começar a falar “a braccio” perguntou ao cardeal Bassetti se havia jornalistas na sala, e este lhe disse que não. Ainda assim seguiram ao vivo por oito ou dez minutos, nada desperdiçados.
Antes de sua intervenção, escutaram-se algumas palavras introdutórias do presidente da CEI, Gualtiero Bassetti, quem agradeceu ao Papa por sua presença, e recordou dos falecidos e infectados pelo coronavírus (o próprio esteve perto de perder a vida). O caminho sinodal “é uma oportunidade para nossa Igreja italiana”, destacou o purpurado.
Francisco começou brincando pela presença da assembleia em um hotel: “não sei se estamos em uma reunião de irmãos, ou em uma reunião de quem é o bispo mais bonito”, para depois anunciar que “hoje vou falar das coisas que me interessam”. Concretamente, de três: dos tribunais, da formação de seminaristas e do Sínodo.
“Primeiro, os tribunais: estou contente com os passos dados”, apontou o Papa, destacando que esteve reunido com o decano da Rota Romana a respeito disso.
Em segundo lugar, os seminários, do que advertiu: “Temos um perigo muito grande, na formação e potência dos seminaristas”. “Vimos com frequência seminaristas que parecem bons, mas muito rígidos. A rigidez é um de nossos grandes problemas”, clamou Bergoglio, que também pôs ênfase na formação: “Creio que o cardeal recebeu uma carta do prefeito do Clero sobre a preocupação da formação sacerdotal. Não podemos brincar com os rapazes que entram no seminário”.
Por fim, “o Sínodo, que começa a caminhar”, frisou Bergoglio, que lamentou que um dos grandes problemas da Igreja está “na amnésia. Perdemos a memória do que fizemos, e seguimos adiante”. Ele quis recordar como há cinco anos, em um encontro celebrado em Florença, “demos um passo adiante”. “E o Sínodo deve se desenvolver com a luz do encontro de Florença, que deve iluminar de cima a baixo. E, as pequenas paróquias e as pequenas comunidades iluminarem de baixo para cima”.
“O Sínodo deve começar desde as pequenas comunidades, das pequenas paróquias. Isso requererá paciência, trabalho, deixar o povo falar. A sabedoria do Povo de Deus”, começou a explicar Bergoglio, que acrescentou, antes de que se cortasse a transmissão, que “um Sínodo não é outra coisa senão explicitar o que diz a Lumen Gentium: a totalidade do Povo de Deus é infalível, porém, deve se explicitar com a fé”. E cortaram a transmissão.
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“Vimos com frequência seminaristas que parecem bons, mas muito rígidos. A rigidez é um de nossos grandes problemas”, constata Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU