11 Mai 2021
Via Roberto Romano da Silva
Fotos tiradas com um mês de diferença.
Na primeira, uma criança indígena sem assistência, doente, desnutrida.
Na segunda, o presidente do país com pacotes de picanha que valem 600 reais, com um churrasqueiro vindo de Belém pra fazer seu almoço.
No último final de semana, ele comeu duas picanhas de gado da raça wagyu, de origem japonesa, por módicos R$ 1.799,99 o quilo. Uma peça tem em média 350 g e custa cerca de R$ 600.
O "homem simples" gastou 2 auxílios emergencias em picanha em uma refeição.
Enquanto isso 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil em 2021.
ATENÇÃO
Reportagem do Estado de S.Paulo revela que o orçamento secreto de Bolsonaro incluía a compra de tratores e equipamentos agrícolas por valores até 259% acima do preço de referência no mercado.
》Os dados foram encontrados em 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Via Roberto Romano da Silva
3 bi pra tratores SUPERfaturados não ofende o clube militar não?
Mais que nunca é verdadeiro o ditado: "aquele sujeito é um trator!". Copio para os não assinantes. RR
Deputados articulam criação da CPI do Tratoraço para investigar orçamento secreto
Esquema montado pelo governo Bolsonaro revelado pelo ‘Estadão’ destinou R$ 3 bilhões para grupo de parlamentares aliados
Camila Turtelli, Lauriberto Pompeu e Bruno de Castro, O Estado de S.Paulo
10 de maio de 2021 | 17h02
BRASÍLIA, SÃO PAULO - O esquema montado pelo governo Bolsonaro para conquistar apoio por meio de um orçamento secreto de R$ 3 bilhões não apenas será alvo de investigação no Ministério Público e no Tribunal de Contas da União (TCU) como parlamentares já falam até mesmo na criação da “CPI do Tratoraço”. O Estadão revelou que o presidente Jair Bolsonaro entregou para um grupo de deputados e senadores o direito de impor onde seriam aplicados bilhões de reais, provenientes de uma nova modalidade de emendas, chamada RP9.
Documentos aos quais o jornal teve acesso comprovam que congressistas usurparam funções do Executivo. Pelo acordo, deputados e senadores demandaram a compra de tratores e outras máquinas agrícolas, indicando até mesmo preços que chegaram a até 259% acima dos valores de referência fixados pelo próprio governo.
Bolsonaro vetou a tentativa do Congresso de definir a aplicação dos recursos das emendas RP-9. O presidente considerou que isso contrariava o “interesse público” e estimulava o “personalismo”. Um conjunto de 101 ofícios aos quais o Estadão teve acesso mostra, porém, que Bolsonaro ignorou o seu próprio ato e entregou nas mãos de sua base de apoio o destino de R$ 3 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional. Aquele veto, porém, nunca foi derrubado.
Além disso, o presidente também aumentou a área de atuação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), uma estatal controlada pelo Centrão, que vai aplicar os recursos do orçamento secreto conforme as indicações dos parlamentares. Na prática, Bolsonaro deu o dinheiro e a caneta para seus apoiadores.
Nesta segunda-feira, 10, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) iniciou a coleta de assinaturas para pedir ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o objetivo de investigar o direcionamento de R$ 3 bilhões do orçamento pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Para entregar o requerimento de CPI a Lira, Valente precisa da assinatura de 171 deputados.
“A criação de orçamento paralelo com execução condicionada à indicação de parlamentares que votam com o governo configura verdadeira compra de votos e fere gravemente a autonomia do Poder Legislativo e a separação de poderes assegurada na Constituição”, disse Valente no requerimento de abertura de CPI.
Ao Estadão, o deputado afirmou que a situação é “gravíssima”. "Quem não deve, não teme. Não falaram que não tem corrupção no governo Bolsonaro? Vamos para cima”, disse Valente.
Com o orçamento secreto, o governo negociou apoio para as candidaturas de Arthur Lira à presidência da Câmara e de Rodrigo Pacheco ao comando do Senado, em fevereiro. No modelo adotado pelo governo para atender aos parlamentares, a Codevasf virou a “estatal do Centrão”. A empresa foi loteada e, a pedido de parlamentares, sua área de atuação incluiu mil novos municípios, muitos deles localizados a mais de 1.500 quilômetros das águas do rio São Francisco.
O líder da bancada do Novo na Câmara, deputado Vinícius Poit (SP), disse que seu partido também insistirá na apuração das irregularidades. "Enviaremos representação ao TCU para investigar o tal orçamento secreto do governo, com indícios de compras superfaturadas de equipamentos agrícolas para aumentar a base de apoio na Câmara”, afirmou Poit, em mensagem publicada no Twitter. “O dinheiro do pagador de impostos precisa ser respeitado e usado com responsabilidade”.
O PSOL fez, ainda, uma representação contra Bolsonaro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o diretor da Codevasf Marcelo Pinto, solicitando a abertura de uma investigação pelo Ministério Público.
“É inadmissível que, na pior crise sanitária, social e econômica do mundo, com a população brasileira morrendo de fome, de covid-19 e de tiro, o presidente use de corrupção para conseguir que seus aliados ganhem as eleições para a Câmara e o Senado. No entanto, não nos surpreende. Bolsonaro é a mais velha forma de fazer a política do toma-lá, dá-cá”, disse a líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ).
Em sua conta no Twitter, o ministro Rogério Marinho admitiu que as indicações de uso dos recursos das chamadas emendas RP9 foram feitas pelos parlamentares. Disse, porém, que o governo não criou um orçamento secreto. Para exemplificar, ele citou o caso do senador de oposição Humberto Costa (PT-PE).
Numa planilha secreta do ministério, obtida pelo Estadão, a indicação referida por Marinho consta como de autoria de “Davi Alcolumbre/Humberto Costa”. À reportagem, Costa relatou ter sido procurado por Alcolumbre, então presidente do Senado e aliado do Palácio do Planalto, que lhe ofereceu a possibilidade de indicar verbas públicas do governo.
“A RP9 é de indicação do Parlamento. Não quer dizer que seja só do Davi (Alcolumbre), não. É uma indicação, não tem negociação. O grande problema está nisso aí: esse governo não fez negociação com ninguém. O recurso estava à disposição do Parlamento para indicar, vários parlamentares indicaram. Foi uma indicação política para aplicação fiscalizada. Não tem nada de ilegal, não”, afirmou o senador Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso.
Obras
O procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas da União, quer explicações sobre a paralisação de obras de pavimentação asfáltica e revitalização da infraestrutura urbana.
Conforme revelou o Estadão, o esquema de um orçamento secreto montado pelo presidente Jair Bolsonaro para garantir apoio no Congresso atropela a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e posições assumidas por ele na campanha e já no exercício do mandato.
Na liberação sigilosa de R$ 3 bilhões para serviços de obras e compras de tratores e máquinas agrícolas indicados por um grupo escolhido a dedo de deputados e senadores, no final di ano passado, o governo atropelou ao menos três exigências da legislação.
No que tange à LDO de 2020, as autorizações de repasses de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional deixaram de estabelecer critérios para definição das localidades beneficiadas e não apresentaram indicadores socioeconômicos ao distribuir os recursos. Além disso, não priorizaram a continuidade de obras iniciadas.
“Não se coaduna com o princípio da eficiência o aporte de recursos orçamentários para milhares de novas obras quando há obras paralisadas por falta de recursos orçamentários ou financeiros e obras em andamento sem a garantia de recursos financeiros suficientes para sua conclusão”, criticou Oliveira, em ofício assinado nesta segunda-feira, 10.
"Essa captura de recursos orçamentários por parlamentares, para além das emendas parlamentares que lhes são conferidas de forma transparente no orçamento, configura uma inconstitucional, ilegal e imoral forma de gestão dos recursos orçamentários", frisou o procurador.
Jacarezinho protesta contra a chacina: ‘Parem de nos matar’
Via Roberto Romano da Silva
Via Professor Tulio
Las manos de mi madre - Mercedes Sosa
Las manos de mi madre
Son como pájaros en el aire
Historias de cocina
Entre sus alas heridas
De hambre.
Las manos de mi madre
Saben que ocurre
Por las mañanas
Cuando amasa la vida
Hornos de barro
Pan de esperanza.
Las manos de mi madre
Llegan al patio desde temprano
Todo se vuelve fiesta
Cuando ellas vuelan
Junto a otros pájaros
Junto a los pájaros
Que aman la vida
Y la construyen con el trabajo
Arde la leña, harina y barro
Lo cotidiano
Se vuelve mágico.
Se vuelve mágico.
Las manos de mi madre
Me representan un cielo abierto
Y un recuerdo añorado
Trapos calientes en los inviernos.
Ellas se brindan cálidas
Nobles, sinceras, limpias de todo
¿Cómo serán las manos
Del que las mueve
Gracias al odio?
Para quem realmente deseja conhecer o pensamento de Giordano Bruno, além das obras italianas, que estamos traduzindo pela primeira vez integralmente (aqui) a partir da edição crítica do grande filólogo bruniano Giovanni Aquilecchia, coordenada por Yves Hersant e Nuccio Ordine, eis aqui uma edição online da obra latina, disponibilizada pelo Centro Internazionale di Studi Telesiani Bruniani e Campanelliani Alain Segonds e Giovanni Aquilecchia!
Por vezes o lobo mau, faz um grande mal!!!!
"Estou convencido de que a orientação homossexual não é má, nem o amor homossexuais é um pecado," disse Padre Korditschke à Associated Press numa entrevista sexta-feira. ′′ Quero celebrar o amor dos homossexuais com estas bênçãos porque o amor dos homosexuais é algo bom.
Progressive German Catholics to bless same-sex unions despite Vatican ban
Deu trabalho? Muito. Mas eu tô bem feliz com o resultado da minha dissertação sobre os Evangélicos e o Movimento sem teto.
Via Roberto Romano da Silva
PALAVRAS DE PEDRO
Memória dos 35 anos do Martírio do Pe. Josimo Morais Tavares
“Nem o medo me detém. É a hora de assumir. Morro por uma causa justa”. Josimo – o padre Josimo Morais Tavares, trinta e três anos, companheiro de andanças na CPT Araguaia-Tocantins – faz esta declaração no dia 27 de abril, na primeira assembleia diocesana de Tocantinópolis. No dia 15 haviam disparado contra ele cinco tiros na toyota que ele dirigia. E, tendo sido informa as autoridades de Brasília por uma comissão de bispos, nada fizeram elas para impedir esta nova “morte anunciada”. Josimo sabia há muito tempo. E “a causa dos pobres agricultores” e “a força do Evangelho” o levaram ao martírio. Era o dia 10 de maio. Em Imperatriz, do Maranhão; na violentíssima Imperatriz. Josimo, como vários de nós, ia para Miracema, onde aconteceria a Assembleia Regional da CPT. Ele seria eleito coordenador, pela imensa maioria, sem dúvida. Quando subia à tribuna da CPT, na praça de Nossa Senhora de Fátima, meio-dia, uma bala lhe atravessou o peito. Morreu duas horas depois. Com a idade de Jesus, diria o povo.
Ele, Josimo, foi a Assembleia; sua morte foi a Assembleia, a causa de sua morte. A violência no campo, sobretudo naquele sofrido Bico do Papagaio, norte de Goiás. Sepultamo-lo em Tocantinópolis, com boa companhia de agricultores, sentidos até as lágrimas e com a desconcertante presença de algum clero também. Dez bispos, entre eles o secretário-geral da CNBB, dom Luciano Mendes de Almeida. E o ministro da reforma agrária, Nelson Ribeiro, fortemente afetado pelo drama daquela morte tão avisada e impotente, ele como ministro menor, diante da farsa oficial da reforma agrária e da prepotência do latifúndio, publicamente armado, assassino e impune.
Naquela mesma manhã, um carro de pistoleiros do latifúndio teve a “coragem” de disparar contra um caminhão de agricultores que vinham ao enterro de Josimo.
Ele, Josimo, tinha já se preparado para vir a Ribeirão Bonito, por ocasião do décimo aniversário do martírio do padre João Bosco. Agora, entrará pessoalmente, como mais um e com pleno direito, na galeria dos mártires da Caminhada. Mártir da pastoral da terra, mais concretamente, filho da terra devolvido a esta terra tão encharcada de sangue.
Pedro Casaldáliga, Quando os dias fazem pensar, Maio de 1986.
#PedroCasaldáligaPresente!
#Casaldáliga
altamente recomendável. Frei Carlos Mesters e Francisco Orofino. Pela Paulus.
"A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele."
Se você tiver que ler uma coisa publicada hoje na imprensa internacional, sugiro que seja a reportagem de fôlego feita por Emma Brown, Aaron C. Davis, Jon Swaine e Josh Dawsey para o Washington Post, mostrando a gênese da impressionantemente influente mentira de que as eleições de 2020 nos EUA tenham sido fraudadas.
Um terço dos americanos acreditam nela. UM FUCKING TERÇO INTEIRO.
A história é bizarra e contraintuitiva. Um único pilantra, um vagabundo desses que trafica esquema de pirâmide na internet, que vende carro usado que não anda, tentou durante anos interessar deputados e senadores Republicanos extremistas na história da eleição fraudada.
Não colou, porque ninguém quis se arriscar, dado que as evidências e indícios são ZERO. Há zero evidência de morto votando, gente votando duas vezes, cédulas fraudulentas, nada além de uma ou outra coisinha minúscula que se vê em toda eleição. Até que Trump comprou a história. E o cabra, cujas motivações eram basicamente financeiras -- ele deu com uma mentira que ele suspeitava que poderia vender por bilhões --, vê sua lorota tomar conta de um terço dos americanos e inspirar um ataque ao Capitólio.
Vale a pena que vocês leiam, inclusive pelos possíveis paralelos com o Brasil de 2022. É a história de um cabra conseguindo vender terreno na lua, inacreditável.
Parabéns aos jornalistas.
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