23 Fevereiro 2021
Com investimentos em energias alternativas, Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão de CO² até 2025, aponta estudo.
World Economic Forum e Accenture ouviram mais de 25 empresas de serviços públicos globais e trazem análise específica para o País.
A reportagem é de Deborah Costa, Vinícius Chaves e Felipe de Paula , publicada por EcoDebate, 22-02-2021.
O Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, divulga uma nova análise em várias regiões, explorando o caminho das concessionárias em meio à pandemia de Covid-19 em curso e as oportunidades para acelerar o crescimento econômico e a transição para energia limpa.
Um Grupo de Ação da Indústria que incluiu mais de 25 empresas de serviços públicos globais e empresas de tecnologia de energia buscou avaliar de forma holística os resultados econômicos, ambientais, sociais, bem como desdobramentos técnicos de potenciais soluções de energia.
A análise revelou que no Brasil, nos próximos cinco anos, os investimentos da indústria de energia alternativa – como a solar e a eólica – e o impacto da digitalização das cidades para um modelo mais inteligente e eficiente podem gerar mais que 1,2 milhão de novos empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão de CO².
Na análise, foram mapeados diversos elementos da cadeia de valor do setor elétrico no País, como emissão de gás carbônico, pegadas d’água, acesso a eletricidade, qualidade do ar, resiliência e segurança do setor, qualidade de serviços e flexibilidade. No entanto, foram aspectos como: impactos no emprego e na economia, eficiência do setor e produtividade, investimento estrangeiro, atualização de sistemas e competitividade que se destacaram no cenário nacional.
Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi possível identificar um modelo que pode direcionar a transformação e atualização do País em termos de energia, utilizando sua grande fonte de energia hidrelétrica como alicerce para sustentar a população enquanto investimentos em fontes alternativas de energia ganham força, como a solar e a eólica, bem como o investimento em cidades integradas e inteligentes.
Energias alternativas (Foto: EcoDebate)
O relatório traz, ainda, que a demanda por energia no País deve triplicar até 2050, o que fortalece a necessidade de investimentos no setor. Para isso, o Brasil deve precisar de ao menos 38 novas linhas de distribuição de energia com mais de 5 mil quilômetros de extensão, o que significa um investimento de mais de R﹩ 10 bilhões¹.
¹dados da Empresa de Pesquisa Energética, articulada com o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia.
Apesar da necessidade de crescimento e modernização do setor elétrico, o Brasil – assim como todos os países do mundo – sofreu fortes impactos por conta da pandemia da Covid-19. Isso, somado aos problemas já existentes no País, pode dificultar a modernização do setor. Entre os principais pontos, pode-se destacar:
Ao longo do período de pandemia, o foco do País foi em manter a operação básica funcionando, com cortes massivos em investimentos vistos como não essenciais.
A demanda por energia caiu dois dígitos se comparado ao mês de maio do ano anterior.
O mercado como um todo sofreu um forte golpe, com redução do volume de operações em torno de 47% no mercado automotivo e 38% no setor de serviços.
Com isso, o PIB do País tem estimativa de queda de aproximadamente 9%.
O Brasil testemunhou um aumento de 53% na geração de energia solar em abril de 2020.
Como resultado da Covid-19, foi observado um aumento no foco em eficiência operacional e planejamento financeiro por parte das empresas operando no Brasil.
Durante o período de quarentena, foi possível notar uma queda abrupta na concentração de gases como NO, NO² e CO na cidade de São Paulo, com quedas de 77%, 54% e 65%, respectivamente.
O estudo aponta, contudo, alternativas para uma recuperação do setor elétrico no Brasil, baseado em três fatores principais:
Expansão de energias renováveis não hidrelétricas
Acelerar a expansão das energias renováveis não hídricas (~ 7 GW eólica e solar) por meio de várias iniciativas, como fomentar o mercado liberalizado (ACL) com contratos de compra de energia inovadores (PPAs), desenvolver uma nova solução estruturada para o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), e substituição de termo-planta fóssil.
Abordar os problemas de confiabilidade e qualidade de energia por meio de investimentos básicos na rede de distribuição e, em seguida, digitalizar e moderniza a rede elétrica do Brasil por meio de redes inteligentes, medidores inteligentes, internet das coisas (IoT) e recursos de energia distribuída (DER).
Investir em cidades inteligentes por meio do desenvolvimento de uma rede digital de energia, possibilitando eficiência energética e novos modelos de negócios de suporte à geração distribuída, DERs e mobilidade elétrica, além de serviços públicos como iluminação pública e manejo da vegetação.
Acesse os estudos completos com foco no Brasil e Global.
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Com energias alternativas, Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e reduzir emissão de CO² até 2025 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU