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Outra volta ao tema da “liberdade”

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03 Fevereiro 2021

“A crise que hoje atinge o coração do sistema capitalista, e que está centrada em sua vertente neoliberal, deixa o indivíduo desprovido de certezas, existencialmente vazio e lançado na angústia de não encontrar nada sólido ao seu redor”, escreve Ricardo Forster, filósofo argentino, historiador de ideias e crítico político, em artigo publicado por Página|12, 02-02-2021. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

A construção neoliberal do “senso comum” se baseia na questão da liberdade, na percepção – artificialmente gerada, mas solidamente instalada – de que o indivíduo é o centro nevrálgico e indiscutível da liberdade. Desse modo, o que se impõe é uma cosmovisão que gira em torno do egoísmo, a autorreferencialidade, o individualismo, a suspeita de qualquer intervenção pública sobre “a liberdade individual” como restritiva, coercitiva e daninha, a concorrência como matriz das relações intersubjetivas, a dissolução do comum junto à persistente suspeita em relação ao “Estado” como máquina colocada à serviço do controle dos indivíduos e como grande usurpador das ações livres em benefício da “casta política”, sempre associada à corrupção populista ou – nas perspectivas das extremas direitas – à plutocracia neoliberal (na Argentina, impõe-se a primeira e não a segunda destas associações).

A trilogia liberdade, indivíduo e propriedade (que está na base filosófica do liberalismo clássico), convertida em ontológica, radicalizou-se na etapa neoliberal até romper qualquer vínculo de “responsabilidade” entre o indivíduo e sua comunidade, que era um traço ético decisivo no liberalismo clássico e que, na atualidade, foi praticamente descartado em favor da concorrência e a hipérbole individualista que se desprende de qualquer responsabilidade em relação a esse outro que surge mais como uma ameaça do que como parte de uma sociabilidade imprescindível.

É possível dizer que o neoliberalismo abandonou, por insubstancial e contraproducente, aquela “responsabilidade cívica e comunitária” que constituía um valor intrínseco ao velho liberalismo. O que oferece, em sua narrativa direta e selvagem, é a imagem de um indivíduo todo-poderoso que é o artífice tanto de seus êxitos como o responsável por seus fracassos. Êxitos e fracassos que sempre são o resultado de suas ações autossuficientes que nunca têm como objetivo o bem comum ou o cuidado da comunidade, mas a busca de sua própria rentabilidade.

O imaginário e as fantasias que habitam o sujeito neoliberal supõem um desprezo àqueles valores altruístas que, inclusive, estavam muito presentes nos pensadores liberais dos séculos XVIII, XIX e XX (a própria concepção econômica de John M. Keynes se relaciona diretamente com essa tradição do liberalismo social que hoje brilha por sua ausência). A irradiação desta mentalidade que potencializa o individualismo amoral e a concorrência destrutiva do tecido social conduzem o próprio neoliberalismo a um beco sem saída e à multiplicação do ressentimento, a ira e a rejeição de amplos setores médios, profundamente feridos por quatro décadas de economia de mercado e de impossíveis corridas para um êxito que apenas alguns conseguem.

A monstruosidade da desigualdade constitui uma evidência irrefutável do suposto “êxito” do capitalismo em sua fase neoliberal. Tudo indica que a pandemia continuará aprofundando este traço de um sistema autodestrutivo. Lançar um olhar à guerra impiedosa que se desencadeou em torno das vacinas nos devolve uma imagem do horror egoísta e da crueldade suicida daqueles que hoje monopolizam quase todas as riquezas do planeta.

Nas últimas quatro décadas, impôs-se um duplo dispositivo. Por um lado, a sociabilidade se fragmentou ao extremo, sustentando o que alguns críticos definem como um processo de dessocialização gigantesco, que rompe os vínculos de solidariedade e de classe no interior de um mundo social devastado. Por outro, incentiva-se a autorrealização, a capacidade de administrar adequadamente o próprio capital humano, assumir o risco para alcançar os objetivos buscados, a exacerbação da concorrência como um valor decisivo nas práticas sociais e a potencialização do narcisismo disparado pela exaltação da meritocracia.

Os dois dispositivos se conjugam na construção de um “senso comum” que não consegue pensar a liberdade a partir de qualquer outro lugar que não seja a autorreferencialidade: a liberdade como exercício puro do Eu, como realização permanente de meus desejos e como mônoda autossuficiente que é ameaçada por dispositivos estatais que buscam restringi-la, asfixiá-la e, utilizando uma metáfora exitosa, que acabam construindo “uma armadilha” que busca coibi-la, limitando o indivíduo e impondo condições externas às suas necessidades e valores formatados nas últimas décadas, a partir das usinas dos grandes meios de comunicação.

A construção sistemática desta relação “indestrutível” entre indivíduo e liberdade supôs, ao mesmo tempo, o meticuloso trabalho de aniquilar no imaginário da sociedade fragmentada a própria ideia de um “Estado social e de bem-estar”. O que se dissipa é a sociedade e se dá lugar à época do indivíduo como centro do mundo, como ator único do drama de sua vida, completamente desistoricizado e ausente de qualquer referência ao comum. Foi Margaret Thatcher que antecipou, sob a forma de uma frase ominosa, aquilo de que “não existe tal coisa como a sociedade... só indivíduos e suas famílias”.

Sem compreender esta dialética entre o indivíduo e liberdade, com a qual se associa a internalização da propriedade como o componente fundante da vida humana, é muito complicado interpelar a sociedade a partir de outra ideia de “liberdade” que possa escapar do abraço de urso do egoísmo para se expressar a partir de uma interioridade-exterioridade, ou seja, a partir da ideia do reconhecimento que vai do eu ao nós, do individual ao coletivo, do íntimo ao compartilhado, do privado ao público e que realce o valor do intersubjetivo.

Dito de outro modo, somos obrigados a reconstruir o espaço do comum, a reinventar os âmbitos em que a dimensão do social volte a abrigar as pessoas, abrindo a perspectiva do compartilhado, mas sem perder de vista que também precisamos proteger sua dimensão individual e as práticas em que sua liberdade está em questão. Ficarmos somente com a reivindicação por inclusão e igualdade, por mais justo e necessário que seja, constituiria um grave erro, já que esse outro componente do imaginário social, a liberdade, está profundamente enraizado na psique dos indivíduos, antepondo-se, muitas vezes, a seus interesses materiais, fazendo com que defendam opções que prejudicam irreversivelmente suas vidas.

A disputa pelo senso comum supõe entrelaçar as diferentes esferas do individual e do coletivo, do eu e do nós, do íntimo e do comum, do privado e do público. Supõe, também, romper preconceitos que nos impedem de compreender a complexidade do emaranhado social, cultural, econômico e político que reproduz valores absorvidos de modo imediato e irreflexivo por aqueles que acabam sendo suas vítimas.

As novas direitas sabem, com grande eficácia e astúcia, mobilizar o sentimento de pânico e de ira diante da dissolução dos âmbitos tracionais de pertença, ao ponto de tornar esses sentimentos energia antissistema e uma crítica à plutocracia globalizada (a derrota eleitoral de Trump não significa o fim, nem muito menos do desafio das direitas radicalizadas que, no desfecho da pandemia visto como injusto nos próprios países do norte rico, seguirão incitando as classes médias pauperizadas e os setores populares “nativos” em queda livre, sempre “ameaçados” pelos pobres migrantes do sul global e esfolados sem misericórdia pelo capitalismo de expropriação).

No âmbito das tradições progressistas, nacional-populares e de esquerda não se soube travar esta batalha que assenta suas raízes no simbólico, no afetivo e em lógicas identitárias sem as quais as pessoas se sentem abandonadas e desarticuladas. A política, com sua narrativa emancipatória e de raiz popular, deveria ser capaz de retomar esta disputa pelo “senso comum”, sem renunciar a sua ideia de uma liberdade que inclui tanto o indivíduo como a comunidade, que valoriza a dimensão do Eu, mas que também recupera o valor do compartilhado, do que se faz em comum, da solidariedade. Para isto, torna-se muito importante reconstruir um sentido de “pátria” vinculado à pertença, à memória da infância, aos afetos, às teias profundas que entrelaçam a vida de cada um com a vida social e as heranças recebidas.

O neoliberalismo foi uma contrarrevolução exitosa em toda a regra cujo foco principal foi a dissolução dos vínculos de integração e identidade social e cultural para privilegiar, de modo absoluto, o indivíduo competitivo e capaz de realizar a si mesmo. Conseguiu legitimar, além de gerar, “a desigualdade, a exclusão, a propriedade privada do comum, a plutocracia, e um imaginário democrático profundamente suavizado” (Wendy Brown, Nas ruínas do neoliberalismo, 2019).

E é neste sentido que a apropriação da ideia e a prática de liberdade foi um fator-chave e núcleo principal dessa reformulação radical da subjetividade contemporânea, capaz de golpear seriamente a memória social igualitária e dificultar a busca de modos de interpelação capazes de devolver profundidade e força a essa tradição que, nos últimos quarenta anos, foi duramente criticada e demonizada pela cultura dominante. Em todo caso, a crise que hoje atinge o coração do sistema capitalista, e que está centrada em sua vertente neoliberal, deixa o indivíduo desprovido de certezas, existencialmente vazio e lançado na angústia de não encontrar nada sólido ao seu redor.

O problema desta crise que irradia sobre o simbólico-cultural é que, ao menos até agora, os únicos que souberam tirar proveito dela, encontrando uma linguagem que mexe com esse sujeito ameaçado e assustado, além de estar atravessado por uma ira crescente, é a extrema direita. O problema das tradições igualitárias e democráticas é que não foram capazes de renovar sua linguagem, não souberam compreender o alcance e a dimensão de uma crise que não é apenas econômica, mas que evidencia uma corrosão civilizatória de envergadura gigantesca.

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