11 Janeiro 2021
A Ordem do Pacto de Presbiterianos Evangélicos dos Estados Unidos realizou, na sexta-feira, 8, um dia de jejum e de orações pelo país, em decorrência dos acontecimentos que abalaram a democracia estadunidense na quarta-feira, quando apoiadores do derrotado presidente Donald Trump invadiram o Capitólio. “Mesmo quando esse impasse terminar, ainda viveremos em um país profundamente dividido”, apontaram presbiterianos.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Denunciamos com veemência o presidente Trump pelo papel que desempenhou em provocar essa situação, incentivando e participando de um comício ‘Stop the Steal’ (Parem o Roubo)”, quando continuou “a mentir sobre os resultados da eleição e se recusando a conceder e aceitar o resultado da eleição”, afirmou o presidente e secretário-geral do Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, Jim Winkler, em comunicado sobre o “Ataque da Máfia ao Capitólio”.
Winkler expressou preocupação pelo fato de que os votos contestados são aqueles legalmente expressos por negros e pardos no Arizona, Michigan, Pensilvânia e Geórgia. “Essas ações provaram mais uma vez que o vestígios de racismo e supremacia branca ainda afetam e infectam nossa democracia”, denunciou.
O arcebispo José H. Gomez, de Los Angeles, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, condenou a violência no ataque ao Capitólio. Ele emitiu comunicado condenando a violência no Capitólio dos Estados Unidos. “Não somos assim como americanos. A transição pacífica de poder é uma das marcas desta grande nação. Neste momento preocupante, devemos nos comprometer novamente com os valores e princípios de nossa democracia e nos unir como uma nação sob Deus”, disse.
A Igreja Unida de Cristo realizou vigília de oração online ainda na quarta-feira, 6, postada no YouTube. “Convido todos a orar esta noite para que a paz se estabeleça em nossa terra” e por “um fim rápido e pacífico para isso”, arrolou o ministro geral e presidente da denominação, reverendo John Dorthauer.
O diretor executivo da Igreja Cristã Reformada na América do Norte, Colin Watson, entende que “embora nossos documentos de fundação permitam protestos legais, as ações hoje não foram legais ou pacíficas”. O que aconteceu em Washington é “errado e vergonhoso. Este ataque direto à democracia não é religioso. Junte-se a mim e continue orando pelos Estados Unidos, por seus funcionários eleitos, por seus residentes e cidadãos, e por uma transição pacifica de governo”, convidou.
“Isto não é um protesto, isso não é apenas violar a lei, mas também uma ameaça à nossa democracia”, manifestou-se a bispa presidenta da Igreja Evangélica Luterana da América, pastora Elizabeth A. Eaton. O bispo presidente da Igreja Episcopal, Michael Curry, foi mais incisivo: “Os eventos em nosso Capitólio hoje são profundamente perturbadores. Acreditamos que as ações dos manifestantes armadas representam uma tentativa de golpe”.
O diretor do Centro de Ação Religiosa do Judaísmo Reformado, rabino Jonah Dov Pesner, divulgou declaração na qual condena as cenas “aterrorizantes e comoventes” de senadores e representantes escondidos sob cadeiras no chão da Câmara, orando com o capelão. “Estamos testemunhando um ataque sem precedentes não apenas ao prédio do Capitólio dos EUA e aos membros do Congresso, mas à própria democracia americana”, assinalou.
As ações antidemocráticas não ficaram restritas à invasão do Capitólio. Na sessão que durou até às 3h da manhã, oito senadores e 139 deputados republicanos votaram contra o reconhecimento da eleição de Joe Biden. “Isso representa 27,4% do total de representantes do povo americano – mais que um em cada quatro – e a maioria dos republicanos na Câmara”, elencou a jornalista Natalia Viana, da Agência Pública. Esses parlamentares “demonstraram seu desprezo pelo voto popular e sua determinação em ir até onde fosse preciso para permanecer no poder”, concluiu.
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Igrejas históricas condenam ataque ao Capitólio, um golpe à democracia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU