Índia. Sem liberdade para o padre Swamy, 83, ‘terrorista perigoso’

Padre Swamy (Foto: Reprodução de Frame do YouTube)

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16 Dezembro 2020

De acordo com a Agência antiterrorista, o sacerdote jesuíta está "diretamente envolvido" com os movimentos terroristas maoístas (Naxalitas) e em defesa dos tribais. Em 21 de dezembro, o tribunal decidirá sobre sua libertação sob fiança. Em Washington, Londres, Itália e Filipinas, manifestações a favor do pe. Stan.

A reportagem é de Nirmala Carvalho, publicada por Asia News, 15-12-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

A NIA (National Investigation Agency), agência estatal de combate ao terrorismo, opõe-se totalmente ao pedido de libertação sob fiança apresentado pelo pe. Stan Swamy, padre jesuíta de 83 anos, preso desde outubro passado. De acordo com a Nia, o sacerdote foi preso por ligações com movimentos maoístas e com o movimento tribal Naxalita. Numa série de provas entregues ao tribunal, afirma-se que pe. Stan está envolvido em uma conspiração profundamente enraizada e diretamente envolvido no movimento Naxalita.

Originário de Kerala, o padre passou quase 50 anos na região tribal de Jharkhand trabalhando pelos direitos florestais da comunidade Adivasi.

Em especial, a acusação de terrorismo remonta a um encontro público em Pune, realizado em 31 de dezembro de 2017 no qual - de acordo com a polícia e a NIA – o pe. Swamy fez discursos inflamados, que levaram à violência e prisões em Maharashtra. Disso decorre a acusação de ligações com os maoístas.

O padre, que tem problemas de locomoção e sofre de Parkinson, está trancado no presídio de Taloja (Navi Mumbai), onde é ajudado nas tarefas de comer e se lavar pela dedicação de seus companheiros de cela.

O tribunal decidirá sobre a libertação sob fiança em 21 de dezembro. Na ocasião, pe. Stan também pedirá que a NIA devolva sua mochila e um computador idêntico ao apreendido.

Para o sociólogo pe. Frazer Mascarenhas, sj, a lei antiterrorismo que nega a soltura do pe. Stan cria abusos contra ativistas de direitos humanos, jornalistas, advogados, escritores. Ela foi promulgada em tempos de emergência e deveria ser rejeitada.

Enquanto isso, multiplicam-se as manifestações de apoio ao pe. Stan. Em 9 de dezembro, os jesuítas em Washington protestaram em frente à embaixada da Índia, justamente aos pés da estátua de Gandhi. O padre Tim Kesicki, presidente da Conferência Jesuíta do Canadá e dos EUA, pediu a ajuda do embaixador para a libertação do pe. Stan, “em sintonia com a grande tradição indiana pela defesa da

democracia e dos direitos humanos”. O P. Thomas Reese apontou o dedo contra "o uso das chamadas leis antiterrorismo para demonizar líderes religiosos que trabalham pela justiça".

Em Londres, no dia 11 de dezembro, houve um protesto diante o Alto Comissariado Indiano. O diretor da missão jesuíta no Reino Unido explicou que uma prorrogação de sua prisão poderia ser fatal para o padre. Stan, cuja saúde é muito frágil e deteriorada.

Outras manifestações em favor do sacerdote preso aconteceram na Itália e nas Filipinas.

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