15 Novembro 2020
Estejamos preparados, porque como diz o bispo de Hipona: "Eu vos quero sem inquietações (1Cor 7,29-32). Quem não tem inquietações, aguarda com serenidade a vinda do seu Senhor. Pois, que amor ao Cristo é esse que teme a sua chegada? Irmãos, não nos envergonhamos? Amamos e temos medo de sua vinda. Será que amamos? Ou amamos muito mais nossos pecados? Odiemos, portanto, estes mesmos pecados e amemos aquele que virá castigar os pecados. Ele virá, quer queiramos, quer não. Se ainda não veio, não quer dizer que não virá. Virá em hora que não sabe; se te encontrar preparado, não haverá importância não saberes".
O comentário é de Patricia Fachin, jornalista, graduada e mestre em Filosofia pela Unisinos.
Hoje, 15 de novembro, dia de eleições no país e data em que celebramos a Proclamação da República - que pouco ou nada tem de republicana -, a Igreja nos sugere duas leituras que podem ser mais úteis para nós do que a esperança que muitos ainda depositam na política. Ao invés de confiarmos irrestritamente nos homens que elegeremos neste domingo, fica o convite para voltarmos nossos olhares para Deus.
No penúltimo domingo do Tempo Comum, o Evangelho e o Ofício das Leituras nos sugerem uma reflexão para nos prepararmos para o Domingo do Cristo Rei e, logo em seguida, para o Advento, em preparação para o Natal.
Depois de um ano de tanta escuridão, medo, incertezas, insegurança em função da crise pandêmica global e seus efeitos, a Igreja, sabiamente, nos faz um convite através destas duas leituras para nos prepararmos para o que há de vir, para começarmos um novo Tempo Comum, cheio de esperança. Novamente, a Igreja de Cristo nos encoraja a usarmos os próximos dias para nos prepararmos para os novos tempos. Como sugere Santo Agostinho nos Ofícios de hoje, "Não ofereçamos resistência à sua primeira vinda": Aqueles que não tiveram medo da primeira vinda, não tenham medo da segunda. Não sabemos quando Ele virá definitivamente, mas em cada Natal celebramos a sua vinda. O Natal está chegando e aqui está um convite para iniciarmos a nossa preparação para a espera tão esperada, que nos enche de alegria.
Estejamos preparados, porque como diz o bispo de Hipona: "Eu vos quero sem inquietações (1Cor 7,29-32). Quem não tem inquietações, aguarda com serenidade a vinda do seu Senhor. Pois, que amor ao Cristo é esse que teme a sua chegada? Irmãos, não nos envergonhamos? Amamos e temos medo de sua vinda. Será que amamos? Ou amamos muito mais nossos pecados? Odiemos, portanto, estes mesmos pecados e amemos aquele que virá castigar os pecados. Ele virá, quer queiramos, quer não. Se ainda não veio, não quer dizer que não virá. Virá em hora que não sabe; se te encontrar preparado, não haverá importância não saberes".
Mas voltando ao Evangelho, também é oportuno usarmos esse tempo de incertezas, que a tantos paralisou, para nos perguntarmos: Quantos talentos Jesus te confiou? 5, 2 ou 1? O que você fez com cada um desses talentos que equivalia a 35 quilos de ouro? Fez como os que ganharam cinco ou dois, isto é, multiplicou-os e louvou a Deus por tanta graça, dividindo-os com o próximo porque ama acima de tudo o teu Deus, ou guardou este talento somente para ti, por medo de arriscar, cultivar e multiplicar?
Como multiplicamos o Evangelho a partir de nós para o outro? Estamos preocupados em multiplicarmos os talentos que Deus nos deu ou queremos enterrar esse talento conosco, no nosso amor egoísta que só vê a si mesmo, para deixá-lo morrer sem frutificar, sem compartilhar? Se somos filhos da Luz, vigilantes, e acreditamos que Deus nos confiou os talentos que temos, sejamos propositivos, operantes, não nos acovardamos com o medo, com a escuridão. Ao contrário, diferentemente daqueles que temem, nós caminhamos para frente, em busca do caminho reto, e somos convidados a seguir para trabalhar e multiplicar nossos talentos, sendo fiéis ao nosso Deus e gerando novos frutos.
Mais uma vez o óbvio do ensinamento do Evangelho nos ensina: Ama acima de tudo o teu Deus e depois ao próximo como a si mesmo. Somente seguindo o mandamento de Jesus poderemos multiplicar nossos talentos e multiplicá-los em outros. E não esqueçam: a quem muito foi dado, muito será exigido e cobrado.
Em preparação para o que há de vir, sigamos em frente. Sugiro apenas uma palavra que aprendi e que faz todo sentido para não nos paralisar no meio do caminho: coragem! E não esqueçam: Alegrai-vos, o Espírito Santo age em nós!
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Um convite a reconhecermos os talentos que Deus nos deu para multiplicarmos em Seu nome - Instituto Humanitas Unisinos - IHU