Bolsonaro já está em campanha

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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18 Setembro 2020

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, postou nas redes sociais, na quarta-feira, vídeo de reunião que manteve no Palácio do Planalto com pastores da bancada evangélica no Congresso Nacional.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

No vídeo, um dos pastores faz oração agradecendo a Deus “porque o Teu favor está sobre essa nação, pelo governo do nosso presidente”, e pede ao Senhor que “possamos viver os melhores dias da nossa história, que possamos ser um farol que brilha para o mundo inteiro”.

O vídeo foi editado para introduzir frases como “O Estado é laico. Respeitamos a todos. Mas o nosso governo é cristão”; “esse é um governo que ora pela sua nação”; “esse é um governo que ora pelo seu povo”.

Em entrevista ao Cai na Roda, programa semanal dos jornalistas do GGN no Youtube, a socióloga e pesquisadora do bolsonarismo, Esther Solano, frisou que o maior desafio que o campo progressista tem pela frente no enfrentamento do fenômeno Bolsonaro é aprender como disputar os territórios que foram ocupados nos últimos anos pelas igrejas pentecostais e neopentecostais.

Esse projeto territorial e político das igrejas neopentecostais vem sendo construído há anos. Hoje, apontou a socióloga, ele está dentro do governo na figura da pastora Damares Alves, por exemplo. Conforme os partidos de esquerda se afastaram das periferias, reporta o Jornal GGN, essas instituições religiosas foram ocupando os espaços vagos.

Em parceria com a pesquisadora Camila Rocha, Solano realizou a pesquisa “Bolsonarismo em crise?”, que entrevistou eleitores moderados de Bolsonaro sobre o seu governo. Eles estão em crise, concluiu a socióloga, mas admitem que podem reelegê-lo em 2022 por falta de alternativa confiável no campo progressista.

“Essas pessoas mais vulneráveis dizem que a única instituição que está dando uma proteção material, emocional, simbólica, é a igreja”, revelou Solano. “Não me ocorre outra forma que não seja fazer a disputa territorial”, frisou, porque sem essa disputa, que envolve também mais tolerância com a agenda de costumes ou agenda moral dos evangélicos, será muito difícil as esquerdas ganharem uma eleição novamente.

 

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