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Entre o sabor e as batalhas da Língua

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08 Mai 2020

"Eis a instigante inserção do verbo bubuiar. Como pingo d’água a alimentar a conjugação da diversidade em expressão para além da gramática ao enfrentar os programas ocultos que promovem pela linguagem a exclusão do papel público de tantos sujeitos e tantos povos", escreve Ivânia Vieira, jornalista e professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC-UFAM).

Eis o artigo.

“Bubuiar”, palavra recorrente na fala das populações ribeirinhas da Amazônia brasileira, vem sendo temperada. Se antes o ato de ‘ficar de bubuia’ remetia a imagens do ócio gostoso, de um corpo em plena conexão com a água do rio, hoje, a ele está incorporada a curiosidade, a vontade de experimentar e de produzir narrativas a respeito desse exercício de conhecimento.

O recheio na composição da palavra envolve um projeto de vida do pesquisador João de Jesus Paes Loureiro, poeta, escritor e professor-doutor na Universidade Federal do Pará. Paes Loureiro é catador de expressões da Amazônia profunda e escultor de inúmeras obras literárias nascidas nessas viagens de escuta pelos rios e igarapés amazônicos.

O bubuiar na perspectiva deste pesquisador assume a posição de colocar-se numa escuta profunda – como se estivéssemos viajando de canoa, sem usar o remo, deixando livre o movimento da água para conduzir a embarcação – dos sons da floresta, das águas, do céu, dos outros seres vistos ou sentidos. Sistematizar os textos nascidos dessa observação-participante tornou-se tarefa e compartilha-los, em coautoria, com o mundo, um dever de ofício.

A história das línguas é uma dessas viagens fantásticas em busca da história da humanidade, passa pelo momento em que o Verbo se fez carne e habitou entre nós às batalhas das narrativas pela audiência e o fisgar da mente e do coração, travadas neste Século 21. A língua como morada sócio-político-cultural corporifica os mapas de confrontos, dos vencidos e dos vencedores. Gramatiza os arranjos em torno do que é correto, implanta um modelo de justiça, de normalidade e institucionaliza um sistema, uma conduta a ser seguida.

A língua oficial portuguesa, comemorada em 5 de maio, é falada em nove países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste). Muitos povos. Tantas histórias a serem desveladas. Em meio a controvérsia dos números, o português aparece como quinta língua mais falada por aproximadamente 280 milhões de pessoas (dados 2019). Estão presentes nos processos que posicionaram e impuseram o português como a língua a ser falada uma versão das lutas travadas pelos impérios do velho mundo nas explorações de outras terras e na expansão do domínio desses impérios.

No Brasil, o projeto oficial português passou necessariamente pela definição de uma língua diante de tantas línguas existentes naquele então Novo Mundo e desconhecidas. Coube ao Nheengatu (a língua geral falada no Brasil até o século XVIII, numa construção feita por jesuítas, como meio de consolidar um idioma único) a tarefa de ser uma das colunas do projeto de conquista. Hoje são apresentadas 274 línguas indígenas (dados do IBGE-2010) sobre as quais pouco sabemos, destas, a maior concentração está no Amazonas que detém a fatia mais expressiva da população indígena nacional.

A ação sistemática de destruição dessas línguas corresponde à política de extermínio dos povos indígenas que permanece em vigor. Pensar em língua envolve desfiar fios das tramas do poder e da resiliência de povos, indígenas, africanos. Reencantar palavras e, neste português mundializado, descobrir o que une, reúne e impulsiona a nova construção do mundo da língua portuguesa, diversa na boniteza:

“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena [...]”

(Fernando Pessoa, 1934, segunda parte)

“Que fragmentos da língua se movem, de que modos, em quais formatos?” questiona a pesquisadora Joana Plaza Pinto (p.29. 2016) ao propor pensarmos sobre quais as alianças, as cumplicidades, as resistências nas interpretações de que signos em que modos estamos realizando na linguagem. Joana Pinto defende que nesta matéria sejamos críticos na formulação de problemas sob parâmetros não normativos, que tencionem o projeto moderno-colonial da globalização e façamos “ferver mais forte o caldo dos paradoxos das línguas-em-movimento e das mobilidades em quadros espaço-temporais [...] e criar perspectivas alternativas de confronto às hierarquias de corpos e de línguas no mundo contemporâneo”.

Eis a instigante inserção do verbo bubuiar. Como pingo d’água a alimentar a conjugação da diversidade em expressão para além da gramática ao enfrentar os programas ocultos que promovem pela linguagem a exclusão do papel público de tantos sujeitos e tantos povos.

Referências:

BURKE, Peter; Porter, Roy. História Social da Linguagem. Editora Unesp/Cambridge University Press. São Paulo, 1997;

PESSOA, Fernando. Mensagem. Parceria António Mário Pereira. Lisboa, 1934.

ZOLIN-VESZ, Fernando (Org.). Linguagens e Descolonialidades – arena de embates de sentidos. Editora Pontes. Campinas/SP. 2016.

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