19 Fevereiro 2020
Uma empresa dos EUA divulgou detalhes científicos de seu processo de "compostagem humana" para funerais ambientalmente amigáveis.
Um estudo piloto produzido com voluntários que morreram mostrou que os tecidos humanos se decompuseram de forma segura e completa em 30 dias.
A empresa, Recompose, diz que esse processo economiza mais de uma tonelada de carbono em comparação com a cremação ou o enterro tradicional.
A reportagem é de Pallab Ghosh, publicada por BBC News, 19-02-2020.
Ela afirma que oferecerá o primeiro serviço de compostagem humana no Estado de Washington (EUA) a partir de fevereiro.
A diretor executiva e fundadora da Recompose, Katrina Spade, disse à BBC que preocupações quanto às mudanças climáticas são um dos principais motivos que levam muitas pessoas a manifestar interesse no serviço.
"Até agora 15 mil pessoas assinaram nossa newsletter. E a legislação para permitir isso no Estado recebeu apoio bipartidário, permitindo que ela fosse aprovada na primeira vez que foi protocolada", diz ela.
"O projeto avançou tão rapidamente por causa da urgência da mudança climática e a consciência de que precisamos enfrentá-la".
Ela diz que, em comparação com a cremação, a redução natural orgânica de um corpo impede que 1,4 tonelada de carbono seja lançado na atmosfera. E ela acredita que haja uma economia similar quando o método é comparado com o enterro tradicional se levados em conta o transporte e a fabricação de um caixão.
"Para muitas pessoas, isso dialoga com a forma com que elas tentam conduzir suas vidas. Elas querem um plano de morte que dialogue com a forma como elas vivem."
O processo envolve deixar o corpo num compartimento de fechado com pedaços de madeira, alfafa e palha. O corpo é lentamente girado para permitir que micróbios o consumam."
Trinta dias depois, os restos ficam disponíveis para que familiares os despejem em plantas.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
Leia mais
- Morte. Uma experiência cada vez mais hermética e pasteurizada. Revista IHU On-Line, Nº 496
- Para que os mortos deixem de ser mercadorias
- Cemitérios e enterros sustentáveis
- Velório online e avatar pós-vida: as startups que querem revolucionar a indústria da morte
- A transfiguração na morte. Artigo de Leonardo Boff
- Morte, aquele ''confim'' sempre aberto. Artigo de Gianfranco Ravasi
- Como as redes sociais mudaram a forma de lidar com o luto e a morte
- China insta a cremação de mortos para economizar terra e salvar o meio ambiente
- Cemitérios se adaptam à laicização da morte
- Humanos de gaveta
- O novo humanismo diante da morte. Artigo de Eugenio Scalfari
- Morte feliz
- A dignidade do fim da vida. Artigo de Enzo Bianchi
- A sociedade diante da morte. Espelho de uma cultura
- Será um fardo para as pessoas de idade se a eutanásia for aprovada
- A negação da morte é "um retrocesso civilizacional"
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
A ‘compostagem humana’ como alternativa ‘verde’ a enterro ou cremação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU