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Oração por Ernesto Cardenal, uma homenagem à sua poesia

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20 Fevereiro 2019

Nascido em Manágua, na Nicarágua, em 1925, Ernesto Cardenal é considerado por muitos o maior poeta hispano-americano de sua geração. Foi discípulo do monge trapista Thomas Merton. Participou na Revolução Sandinista, porém hoje se soma aos que rechaçam o governo de Daniel Ortega.

Poeta e sacerdote, entre suas obras mais relevantes se contam Epigramas, Hora 0, Vida en el amor, Oración por Marilyn Monroe y otros poemas, El estrecho dudoso y Canto cósmico. Aos seus 94 anos, e no meio de complicações médicas, que contaram com o consolo e a companhia de Sílvio Baez, bispo auxiliar de Manágua, Ernesto Cardenal recebeu a notícia de que o Vaticano levantava a sanção imposta nos tempos de João Paulo II que lhe impedia de administrar os sacramentos.

Esse texto é uma passagem por alguns dos momentos de sua obra poética.

O artigo é de Miguel Estupiñán, publicado por Religión Digital, 19-02-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

A linguagem do povo

O amor à beleza está no princípio da poesia de Ernesto Cardenal. Está nos versos de Epigramas (1962), entre cujas linhas se dedica a Claudia, Ileana e Myriam, em tempos de repressão. Um dia se esquecerá o nome do ditador Anastasio Somoza, mas os poemas que circulavam clandestinamente em sua oposição e que, ao mesmo tempo, se ocupavam daquelas moças, seguirão sendo lidos.

Enquanto o opressor roubava a linguagem do povo, fazendo-se chamar “paladino da democracia na América” e “defensor do catolicismo”, Cardenal polia as palavras para purificar o idioma. “Eu não canto a defesa de Stalingrado / nem a campanha do Egito / nem o desembarque da Sicília / nem a cruzada do Rhin do general Eisenhower / Eu só canto a conquista de uma muchacha./ Nem com as joias da joalheria Morlock / nem com os perfumes do Dreyfus/ nem com orquídeas dentro da sua caixa de jóias/ nem com cadillac/ mas sim somente com meus poemas a conquistei./ E ela me prefere, ainda que seja pobre, a todos os milhões de Somoza”.

Logo, soa na noite o uivo lúgubre da sirene, “como o grito da Cegua [Nota IHU On-Line: A Cegua é um espectro da mitologia centro-americana. É uma mulher bonita que aparece para os homens mulherengos e se transforma em um monstro com cabeça de cavalo putrefata]”. Não é incêndio, nem morte, mas sim Somoza que passa. Hora 0 caracteriza a tirania no meio do qual se gestaram muitas das convicções do escritor; a influência nefasta das multinacionais (corruptoras da prosa), que fizeram do presidente um escravo dos interesses estrangeiros. “Todas as noitas em Manágua a Casa Presidencial/ se enche de sombras”. As sombras de quem, como Sandino, perderam sua vida buscando a liberdade.

Cardenal participou na falida rebelião de abril de 1954, na qual foram massacrados muitos dos seus antigos companheiros. A um amigo dedica essas palavras no extenso poema: “As vezes nasce um homem em uma terra/ que é essa terra./ E a terra na qual esta enterrado esse homem/ é esse homem./ E os homens que depois nascem nessa terra/ são esse homem./ E Adolfo Báez Bone era esse homem”.

Somoza dançando mambo enquanto seu filho efetua as torturas. “Os cachorros da prisão acuavam de lástima”, e na Casa Presidencial as sombras de quem nunca figurarão nos textos de história.

1957. O poeta sai do país e se integra à abadia trapense de Nossa Senhora de Getsemani, no Kentucky, onde Thomas Merton se torna seu pai espiritual. Vida en el amor, um livro de meditações, funde suas raízes naqueles anos. O amor à beleza se converte em amor a Deus.

México e Colômbia, cenários da sua formação como sacerdote durante a primeira metade da década de 1960. Em Antioquia, Cardenal inicia a escrita dos seus Salmos. Poesia profética na qual denuncia as injustiças do presente e anuncia um reino novo. “Os pobres terão um baquete/ nosso povo celebrará uma grande festa/ O povo novo que vai nascer” (Salmo 21). O “tu” de seus poemas deixa de ser uma mulher para converter-se em Deus, “la muchacha de las muchachas”, nas palavras de Fernando González, o filósofo de Envigado, quem o leu exaustivamente. “Eu cantarei a ti porque és justo” (Salmo 7). “Na hora da Sirene do Alarme tu estarás comigo” (Salmo 5). Quando um jornalista lhe perguntou porque escrevia poesia, respondeu: “pela mesma razão que Amós, Naum, Ageu, Jeremias...”.

“Uma utopia na selva”

O amor a Deus o levou à revolução, também disse. Ordenado sacerdote em 1965, Cardenal fundou uma comunidade cristão no arquipélago de Solentiname. Sua própria “Arcádia perdida”, destruída por ordem de Somoza Debayle. Há muito dessa experiência na forma como o poeta fala das missões jesuíticas do Paraguai: uma “utopia na selva”, animada por uma espiritualidade econômica, artística e popular.

William Agudelo, que participou da aventura, recorda que a ideia do sacerdote a respeito de uma comunidade contemplativa na Nicarágua vinha de seus tempos como noviço trapista. Os primeiros anos foram duros: abrir monte, tentar infrutuosamente desenvolver uma chácara, viver sem luz elétrica. Mais tarde se tornaram famosos os processos de conscientização através da arte e se geraram novas formas de economia em benefícios dos moradores locais. “O que mais nos radicalizou politicamente foi o Evangelho”, recorda Cardenal. Todos os domingos na missa, os campesinos comentavam em forma de diálogo o texto bíblico. Em 1976, Julio Cortázar visitou a comunidade. “Esse dia era a prisão de Jesus no horto, um tema que o povo tratava como se falasse deles mesmos, da ameaça de tombarem na noite ou em pleno dia, essa vida em permanente incerteza, das ilhas e da terra firme, de toda Nicarágua, e não somente de toda Nicarágua, mas de quase toda América Latina, vida rodeada de medo e de morte, vida da Guatemala e vida de El Salvador, vida da Argentina e da Bolívia, vida do Chile e de Santo Domingo, vida do Paraguai, vida do Brasil e da Colômbia”. Um ano depois “as tropas do ditador Somoza arrasaram e destruíram essa pequena, maravilhosa comunidade cristã”.

O amor essencial

Com a vitória da revolução sandinista e o fim da dinastia Somoza, Ernesto Cardenal foi designado ministro da Cultura de seu país em 1979. Na memória coletiva ficara para sempre a reprimenda que recebeu por parte de João Paulo II, quando o bispo de Roma visitou a Nicarágua, em 1983.

Herói nacional por ter apoiado a Frente Sandinista de Libertação Nacional e membro do gabinete, o sacerdote se ajoelhou para beijar o anel do Papa no aeroporto, no cumprimento de sua chegada. O pontífice não me permitiu que o beijasse e em tom de reprovação lhe disse: “você deve regularizar sua situação”. Os sacerdotes com cargos no governo os tinham com a autorização dos bispos, e eles fizeram pública essa autorização.

Nas palavras de Cardenal, “não derrotada pelos gringos, na realidade, traída por seus líderes”, a revolução perdida da Nicarágua, quando ocorreu, aproximou o povo “ao Reino dos céus”. Sua épica astrofísica, presente nas obras como Canto Cósmico e Telescópio en la noiche oscura, vincula o gemido da sociedade em espera da justiça à ânsia de tudo que existe. “A revolução é também de lagos, rios, árvores, animais”. Nela retoma a ideia central da sua poesia: “Amor essencial que estás no coração do universo!”. A lei do amor rege a história e rege a obra de um dos grandes autores da língua espanhola.

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