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América Central. “Trump está usando as gangues e chamando de integrantes os que fogem delas”. Entrevista com Roberto Valencia

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10 Novembro 2018

El Salvador tem cerca de 6,5 milhões de habitantes. Mais da metade de sua população convive diariamente com um estigma que tornou o país um dos mais perigosos do mundo: a violência das gangues. Os números são muito claros: em 2015, chegou a ocorrer 103 homicídios para cada 100.000 habitantes. Números que caíram para 81,6 e 60 nos dois anos posteriores.

Roberto Valencia (Vitoria, 1976) não gosta de centrar o fenômeno da violência na América Central nos números causados pela Mara Salvatrucha, Barrio 18, Sailors Locos ou Pana di Locos. Por isso, pesquisou durante quase oito anos as experiências e as histórias dos que conheceram Gustavo Adolfo Parada Morales, o integrante da Mara que foi conhecido em El Salvador como El Directo.

O resultado é Carta desde Zacatraz (Libros del K.O.), uma reportagem jornalística em forma de livro que analisa as gangues, desde que os Estados Unidos exportaram o problema. Um país que, segundo Valencia, tem “uma dívida histórica indiscutível” com o país centro-americano, no qual reside há 17 anos.

A entrevista é de Jesús Travieso, publicada por El Diario, 08-11-2018. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

O que uma mara oferece para que um jovem queira se unir a elas?

O perfil do membro da gangue que se destaca é o de um garoto que quer alcançar o seu aniversário de 13 anos. A ideia destes adolescentes, sobretudo nos anos 1990, era desejar estar na gangue porque assegurava um status ou um poder em nível de comunidade marginal, somado a um sucesso com as garotas ou o acesso a drogas. Isto, felizmente, não seduz todos os jovens, mas continua sendo um atrativo, como em todos os lugares. Acredito que isso não mudou radicalmente.

Pode-se dizer que o que oferecem é uma satisfação pelo imediato, como fizeram em outro âmbito alguns líderes políticos?

Não acredito que se possa comparar. O fenômeno evoluiu na América Central, mas acredito que os riscos de ser membro de uma gangue são conhecidos pelos que entram. Apesar do que tem brotado, apesar da repressão, as gangues continuam tendo mais demandas do que praças. Sempre digo que se fossem uma empresa, teriam mais currículos do que ofertas. Não se entra pensando que isso é um clube de boyscouts, e os motivos não mudaram para os jovens de 12 ou 13 anos. Entram sabendo que confere um status, algo cobiçado nas mentes que não estão formadas.

Qual foi essa evolução?

Há algo muito anterior que convém esclarecer. O fenômeno é importado de Los Angeles. A Mara Salvatrucha e a Barrio 18 são duas entre centenas de gangues latinas, e essa semente a espalham outros, em inícios dos anos 1990, nas sociedades centro-americanas. Essa evolução foi em função das particularidades destas regiões. No caso de El Salvador, ainda que tenham assumido o mesmo nome e as mesmas letras das gangues do passado, o que acontece lá não pode ser comparado com outros lugares. Isto corresponde a algumas características próprias destas sociedades, onde há níveis de pobreza e desigualdade que não tem nada a ver com a Califórnia. Acontece o mesmo com o enfraquecimento institucional.

O que torna El Salvador tão singular?

Lá existe uma forma recorrente de solucionar os problemas com métodos violentos. Em nível de políticas de Estado e de relações interpessoais é assim. Em El Salvador, é fácil que uma briga por uma colisão no semáforo termine mal. Estas condições, além de um culto excessivo ao classismo e ao individualismo, se somam a uma aposta no neoliberalismo, após acabar a guerra em 1992, que foi muito ruim. Tudo isto fez com que um fenômeno de gangues, que ocorre em todos os países do mundo, se tornasse um problema de segurança pública muito forte, e que agora seja um problema de segurança nacional.

Como se chegou ao ponto em que os números de homicídios no país sejam tão altos?

Com os números, tenho a experiência de que entram por um lado e saem por outro. Acredito que, às vezes, deixamos de lado o que significam esses números. Isto vai muito além de fazer uma visita turística e se sentar com um membro de uma gangue e lhe fazer quatro perguntas, ou ver uma vítima. Na Sala Negra de El Faro, acreditamos que o jornalismo precisa ser persistente com certas temáticas. Vivemos na região mais violenta do planeta, o triângulo norte de Honduras, Guatemala e El Salvador. E essa violência vai além desses números escandalosos. Sei que soa feio, mas, muitas vezes, o problema é para os que estão vivos.

A que se refere?

É preciso contar o que é viver em uma comunidade de gangues. Se você vive em uma controlada pela Mara Salvatrucha, e na frente existe uma rua que a separa de outra que é controlada pela Barrio 18, como habitualmente ocorre, você não pode colocar um pé ali. Se na frente de sua casa tem uma escola na qual seu filho precisa frequentar, mas fica localizada na região de uma gangue rival, você não pode fazer a matrícula aí, mesmo que odeie os membros da gangue de sua comunidade, é o oposto. Se você tem um familiar nessa comunidade e ele morre, não pode ir ao seu velório. Até passar de ônibus por uma rua que atravesse várias colônias é um ato de perigo no qual você está arriscando a vida.

O país todo convive com este problema?

Isto atinge algumas camadas sociais, não todas. Você pode fazer uma visita e sair encantado com um país de algumas praias preciosas, visitar vulcões... Contudo, há três ou quatro milhões, dos 6,5 milhões de habitantes, que convivem com esta violência. As gangues têm o controle e impõem seu lema, resumindo em ouvir, ver e silenciar. E se você faz isso, mais ou menos, conduz o dia a dia. Mas, muitas pessoas não são conscientes das renúncias que fazem, porque viveram isto desde criança e agora como pais. E se deseja, claro, que seu filho não se envolva com elas, submete-o a um fechamento em casa.

Que relação as gangues possuem com as caravanas que migram para os Estados Unidos?

É necessário partir da análise do que pode levar milhares de pais a pegar seus filhos, após uma convocação de WhatsApp, para caminhar milhares de quilômetros e ir a um país hostil aos migrantes. De nossas comodidades, pode ser muito fácil chamar de irresponsável um pai que quer atravessar um rio com um menino. Contudo, não é nisso que se deve colocar o foco. É necessário se centrar no motivo pelo qual fogem. Em nossas sociedades, existe este classismo de não nos fazer as perguntas adequadas.

Os Estados Unidos possuem uma dívida histórica com El Salvador pelas gangues?

Isso é indiscutível. E o problema se agrava mais ainda vendo Donald Trump militarizar a fronteira para frear um êxodo e algumas caravanas motivadas, em grande parte, pelas gangues. A emigração se explica por vários fatores, mas um dos que tem muitíssimo peso em El Salvador é a fuga da violência. Nos Estados Unidos não se fazem responsável pelo óbvio, de que estas [as gangues] surgiram em Los Angeles, não em San Salvador ou Cidade da Guatemala. E Trump está usando as gangues e chamando de bandidos os que fogem delas.

Por que Trump tem essa fixação em amedrontar com as gangues?

Não acredito que seja gratuito. Trump chegou à presidência com um discurso xenófobo, contra a imigração. Chamou El Salvador de “país de merda”. Isso é o que está presidindo o país mais poderoso do mundo. Também escreveu em um tuíte “MS-13”, em referência à Mara Salvatrucha, e isso nunca foi feito antes por um presidente dos Estados Unidos. E age assim com frequência, para a vincular às pessoas, como as das caravanas, que estão sendo criminalizadas. É uma estratégia que tem como finalidade satisfazer sua base ideológica, e pelo visto não funciona tão mal para ele.

O que acontece com esses jovens que não terminam nas gangues?

Por isso, El Salvador é tão maravilhoso. Precisamos ter sempre presente que é um fenômeno juvenil, ainda que já haja avós nas gangues. Nestes contextos de violência, surgem histórias de jovens que apostam em estudar, buscar uma bolsa, ir com uma tia para uma região mais calma... Essas histórias reconciliam você com esse país.

Por que ‘El Directo’ é o protagonista do livro?

Chegou a ser considerado o inimigo público número 1, quando lhe atribuíram de antemão 17 assassinatos. Para mim, não é, porque há outros casos de membros com dezenas de homicídios. Mas, o sistema o utilizou porque emergiu em um momento preciso e porque matou outro membro bem relacionado, com família com capacidade de atuar contra ele.

El Salvador é um Estado falido?

Considerá-lo um país único já seria um debate interessante. Eu acredito que há abismos sociais que fazem com que o Estado, de direito ou democrático, de alguma maneira funcione para os estratos mais acomodados. E não falo de gente abastada com camionetes grandes. Se você tiver uma renda de 600 dólares em uma comunidade familiar, já está entre os 15 e 20% de famílias com maiores ingressos. Nesses estratos, daí para cima, sim, funciona o Estado de direito. Essa ausência do Estado provoca o auge. Que as gangues tenham êxito preenchendo esse vazio.

Como se explica que os governos do país não tenham conseguido enfrentar as gangues?

O problema é que o Estado não aparece em lugares onde não esteve nos últimos anos, com brigadas médicas ou com psicólogos, para abordar problemas de saúde mental. Isso não foi feito nem quando terminou a guerra. Na Colômbia, foram muito mais hábeis nesse sentido. O Estado aparece com uniformizados que têm uma presença pública com o governo de suposta esquerda que há em El Salvador. Soldados e policiais com fuzis M16 que, dito em termos suaves, não têm muita consideração na hora de tratar a juventude. Entre 2015 e 2017, as forças de segurança em El Salvador, em seu horário de trabalho, mataram 1.500 pessoas por ser supostos bandidos. Traduz isso para a Espanha em um país com 6,5 milhões. Com um governo de esquerda.

Sentiu certa inquietação durante o trabalho para o livro? Possui algum temor agora por publicá-lo?

Neste caso, sim. Entrevistei pessoas da Mara Salvatrucha, e foi tenso. Em alguma entrevista, antes de imprimir o livro, comentei que já iria com medo por publicá-lo. Não é por atuar com malícia, mas temos suficiente experiência para não saber o que vai incomodá-los. Em El Faro, já tivemos problemas de ameaças, sobretudo por fazer perguntas delicadas aos membros de gangues. Agora, mediria muito mais os passos se entrevistasse pessoas da Mesa de la Ranfla, que são os que mandam na Mara.

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