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05 Outubro 2018

“Viver como seres humanos, viver como filhos de Deus, implica saber renunciar à biolatria, ir além do culto da Vida.”

A opinião é de Emanuele Curzel, professor de História Medieval na Universidade de Trento e de História das Religiões no Instituto de Ciências Religiosas de Bolzano. O artigo foi publicado por Settimana News, 01-10-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Na espaçonave do fascinante filme da Disney Wall-E, a “comida” não é mais um pressuposto necessário para a vida, mas é o seu ponto de chegada. Muitas das nossas festas não têm mais no “comer” um acessório, mas o nome e o fim; em nome da comida se fazem batalhas culturais e exposições universais.

Como já dizia Kierkegaard nos anos 1840, o navio está nas mãos do cozinheiro de bordo, “e o que transmite o megafone do comandante não é mais a rota, mas o que vamos comer amanhã”. O que tudo isso significa? Será talvez um vestígio do modo como a nossa época vê as perspectivas últimas do agir singular e coletivo?

* * *

Um pequeno exercício de caráter histórico leva a compreender algumas constantes e algumas variáveis das vicissitudes humanas. O (rude) exame que eu proponho passa por cinco “festividades” com as quais os homens e as mulheres dos últimos dois séculos e meio buscaram expressar o objeto do seu compromisso e da sua veneração, o horizonte de sentido em que inscreviam a si mesmos e a sua história:

- a festa da Razão, nascida da Revolução Francesa em 1793 (embora ela tenha tido pouca sorte como tal, o culto da Razão esteve no centro de várias crenças filosóficas durante pelo menos todo o século XIX);

- as festas da Nação, ligadas a aniversários de batalhas vencidas, libertações, aniversários de reis e heróis, típicos momentos de celebração do mito fundador de uma comunidade nacional que é ou quer ser Estado (e que, através dessas festas, declara que está em crédito com a História);

- a festa do Trabalho, nascida no leito do movimento operário dos anos 1880, expressão da fé no trabalho como instrumento de humanização do ser humano e do seu mundo;

- o dia da Paz, nascido em 1968 a partir de uma iniciativa do Papa Paulo VI, expressão de um clima cultural e político que temia o confronto nuclear global; graças à poliedricidade do termo (não desprovido de ambiguidades, como prova da dificuldade de traduzi-lo), a “Paz” foi, durante décadas, o centro de uma vasta atividade de caráter político e social que a indicou como horizonte último de ação;

- o dia da Vida: embora em muitos casos “setorial” (foi promovido pela Igreja Católica italiana em 1979, em referência à discussão sobre a lei do aborto), parece-me que ele é o sintoma de algo que, em nível bem mais amplo, está hoje no centro das atenções. Quem festeja hoje a Razão, a Nação, o Trabalho ou a Paz, de fato, tem a percepção muito clara de oficiar um “culto de minoria”, em comparação com aquela que hoje é a nova divindade de massa.

Ressalto que essas cinco festas correspondem a cinco ideias de “pobreza”, de situações nas quais é moralmente necessário agir: na era em que se venera a Razão, o pobre é o ignorante (e é preciso intervir com a escola e a cultura).

Na era em que se venera a Nação, o pobre é aquele que está impedido de viver aquelas dimensões – língua, tradições – que o fazem se sentir pertencente à comunidade de destino (e a solução é a independência da nação).

Na era em que se venera o Trabalho, o pobre é o trabalhador alienado (para o qual os meios de produção devem ser tornados públicos).

Na era em que se venera a Paz, o pobre é quem se encontra em situação de guerra (e, então, devem ser combatidas as causas que a geram).

Na era em que se venera a Vida, o pobre é quem se encontra em uma situação-limite, que o faz correr o risco de perder a própria vida, biologicamente entendida.

E também lhes correspondem cinco imagens de “malvado”: o obscurantista; o imperialista-opressor; o capitalista; o belicista-traficante-de-armas; enfim, hoje, todas aquelas figuras que ameaçam a Vida nas situações-limite, especialmente quando levam à morte das crianças e dos doentes.

A adoração da Vida é uma chave interpretativa que explica o vínculo entre fenômenos aparentemente diferentes. De fato, acredito que ela esteja na origem, por um lado, da ênfase na comida (não mais instrumento, mas fim) e no corpo (a ponto de o seu desprezo ter se tornado obsceno); por outro lado, está na base da angústia que nos toma diante do embrião e do doente terminal (angústia que não nos toma na mesma medida diante do ignorante, do patriota em exílio, do trabalhador explorado, de quem sofre uma guerra).

Tenho a impressão de que essa atitude pode ser remetida em geral à falta (ou à perda) de perspectivas para a ação humana que vão além da conservação ou da reprodução da entidade biológica. Desapareceu o horizonte do progresso marcado pelo triunfo da racionalidade; confundiu-se o destino dos corpos coletivos; fracassou a sociedade que pretendia exaltar o trabalho; esfacelou-se o sonho da paz mundial; restou apenas a exaltação do “vivente”.

A política, a economia, a sociedade e até mesmo a religião hoje são avaliadas e autoavaliadas com base na sua capacidade de servir a esse não projeto. Depois de ter renunciado a construir a catedral, tudo o que se pode e se quer fazer é dar de comer aos operários.

* * *

Essa perspectiva – que eu descrevi em cores deliberadamente fortes –, na verdade, poderia ser julgada positivamente: em certo sentido, é o triunfo do liberalismo. Não há Estado, família, coletividade de qualquer gênero que pense em poder ou dever dar aos seus membros indicações de caráter geral ou uma direção para agir. O único sentido do esforço coletivo é o de garantir a vida (ou pelo menos a sobrevivência) dos indivíduos, que, portanto, são deixados livres para decidir a sua perspectiva de compromisso existencial. O que há de errado em tudo isso?

O fato é que o agnosticismo dos valores, ostentado pelos corpos coletivos, também já sobrecarregou os indivíduos, que vivem existências fim em si mesmas, alheias a uma perspectiva de compromisso (os árabes diriam de jihad), que vá além da pura sobrevivência do indivíduo (ou, no máximo, da espécie biologicamente entendida).

No plano político, isso ficou evidente pela “radicalização” (no sentido de triunfo de determinadas reivindicações do Partido Radical) de todas as principais facções políticas e culturais (quem se colocaria hoje explicitamente em contraste com aqueles que são considerados os direitos individuais?).

No plano social, chegou-se ao paradoxo segundo o qual um crime cometido para satisfazer as pulsões do indivíduo (por paixão, por orgulho, por desejo de enriquecimento, por qualquer motivo individual) é esquecido, senão perdoado, muito mais rapidamente do que qualquer crime cometido por uma causa coletiva.

* * *

Na cultura atual, portanto, a Vida é Deus (frase bem diferente de outra expressão, apenas aparentemente sinônima: “Deus é a vida”). E é a vida que conhecemos ou pensamos que conhecemos, em relação à qual qualquer “alteridade” radical é excluída. Um mecanismo similar ao que havia levado, no passado, a divinizar outras dimensões que “têm na ordem natural um lugar essencial e digno de respeito”: a Razão, a Nação, o Trabalho, a Paz (as palavras entre aspas são as mesmas da Mit Brennender Sorge de Pio XI e se referiam à raça, ao povo e ao Estado!).

Nessa divinização, nessa elevação da Vida “a suprema norma de tudo” (ainda Pio XI), repete-se, a meu ver, o que foi feito pelos judeus no deserto, quando construíram um bezerro de metal fundido (Êxodo 30). Aarão havia pensado que a melhor maneira de honrar o Deus que os havia feito sair do Egito era representá-lo como um possante touro jovem, expressão máxima da Vida. Como se sabe, Deus não gostou disso. O problema não estava na forma da representação, mas sim na própria representação, que expressava a vontade de “possuir” a divindade.

Outras épocas quiseram fazer a mesma coisa, com símbolos diferentes. É claro, “razão”, “trabalho”, “paz” e “vida” (assim como “amor”, “unidade”, “caridade”) certamente são atributos divinos: mas divinizá-los equivale a refazer o bezerro de ouro.

* * *

A pessoa que crê, portanto, é convidada a estar alerta, a manter uma “reserva crítica” em relação a esses riscos de idolatria: Deus dá a vida, mas a Vida não é Deus.

Mas eu gostaria de ir além dessa conclusão genérica. De fato, acho que a biolatria é uma forma de idolatria particularmente sutil, por dois motivos que tento explicar.

- A Vida escapa de caracterizações mais precisas: o que não é a Vida? Qual ação política, social, econômica pode realmente ser indicada como tal a ponto de ir contra a Vida? Se o risco da instrumentalização dos ideais (e dos ídolos) está sempre presente, a biolatria abre amplos espaços para quem é capaz de controlar os meios de comunicação e se apresentar como seu arauto, quer faça o que faça. Hitler, talvez, não queria para a Alemanha um Lebensraum, um espaço vital ?

- A Vida é o “ponto zero”, além (abaixo) do qual que não é possível ir. Mas é um nível a partir do qual outros ídolos (e outros ideais) podem ser facilmente corroídos. Se a Vida é a perspectiva última, em nome de que eu poderia ser obrigado a renunciar a ela? Não há dúvida de que um Sócrates biólatra morreria de velhice. E Jesus Cristo não apenas não se isentou da morte, e da morte de cruz, mas também previu que aqueles que gostariam de ser suas testemunhas sofreriam o mesmo destino.

Viver como seres humanos, viver como filhos de Deus, implica, então, saber renunciar à biolatria, ir além do culto da Vida.

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