05 Janeiro 2018
O governador de Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta terça-feira que vai vetar o "segunda sem carne", projeto aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo que instituía a dieta vegetariana às segundas-feiras na maioria dos órgãos públicos, com exceção de hospitais. “Embora bem intencionado, o projeto é equivocado, pois cerceia o direito das pessoas e desconsidera a capacidade de tomar decisões sobre sua própria alimentação”, afirmou o tucano ao Canal Rural.
A reportagem é publicada por El País, 02-01-2018.
A ideia acatada pela Assembleia se baseia no Segunda sem Carne, um movimento que existe em mais de 35 países e pede a redução de consumo de carne "pelas pessoas, pelos animais, pelo planeta". Em São Paulo, o autor do projeto foi o deputado Feliciano Filho (PEN), que a protocolou em fevereiro de 2016. A proposta agora vetada ainda previa uma multa pelo descumprimento da lei no valor de 300 unidades fiscais do Estado de São Paulo, o que corresponde hoje a 7.500 reais.
A reação à aprovação pela Assembleia foi imediata na semana passada. Várias entidades que representam pecuaristas se manifestaram contra a medida cobrando o veto de Alckmin, um movimento esperado dada a importância econômica do setor no Estado e no país, ainda mais em pleno ano eleitoral. Para as entidades, a medida era autoritária e limitava o direito de escolha dos cidadãos.
Já os ativistas vegetarianos argumentam que a restrição seria benéfica. Quatro fatores ambientais estão em jogo na produção da carne: a superfície ocupada pelas pastagens; a água consumida, tanto por parte dos animais como no processo de produção; os gases de efeito estufa provocados pela flatulência do gado. No caso brasileiro, um estudo também liga frigoríficos e suas áreas de compra na Amazônia à maior parte do desmatamento recente na zona.
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Veto ao “segunda sem carne” em São Paulo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU