‘Dono é quem desmata’

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04 Abril 2017

Livro recém-lançado percorre os caminhos da grilagem e desmatamento no sudoeste do Pará

A reportagem é publicada por ISA, 01-04-2017. 


Capa do livro ‘Dono é quem desmata”, que reproduz vista aérea de crime ambiental em grilagem na gleba Pacoval, Santarém, no Pará A foto é de Mauricio Torres, de novembro de 2006

Debruçando-se sobre a porção sudoeste do Pará, ao longo do eixo da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), a publicação Dono é quem desmata: conexões entre grilagem e desmatamento no sudoeste paraense, de Mauricio Torres, Daniela Fernandes Alarcon e o assessor do ISA Juan Doblas investiga as dinâmicas de desmatamento associadas à grilagem e o controle de unidades de conservação pelo crime organizado da madeira. Amparando-se em trabalhos de campo realizados entre 2004 e 2016, a obra analisa três regiões principais: a zona de influência da sede municipal de Novo Progresso, o distrito de Castelo de Sonhos, no município de Altamira, e a área da Gleba Leite, localizada em porções dos municípios de Altamira, Rurópolis e Trairão.

A atuação de grileiros como Ezequiel Castanha e Antonio José Junqueira Vilela Filho – alvos, respectivamente, das operações Castanheira e Rios Voadores, da Polícia Federal (PF) – é caracterizada em detalhes pelos autores. Também são descritos os mecanismos empregados para compra de gado de áreas desmatadas ilegalmente por processadoras de carne, como a JBS, investigada nas operações Carne Fraca, da PF, e Carne Fria, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

O livro empresta seu título da fala de um grileiro de Novo Progresso, que buscava, assim, justificar seu “direito” às terras por ele desmatadas. “A máxima, além de sintetizar a articulação entre desflorestamento e grilagem de terras públicas na Amazônia, revela uma triste realidade: sim, quem derruba a floresta acaba dono. Apesar de emitir multas e embargos, o Estado não retoma essas terras e, comumente, beneficia o criminoso por meio de políticas públicas que permitem a legitimação da grilagem”, concluem os autores.

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