A demanda de energia e o crescimento das fontes renováveis até 2035

Foto: Wikipédia

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Fevereiro 2017

"As energias renováveis devem apresentar as maiores taxas de crescimento, contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A participação das renováveis no mix energético deve passar de 3% em 2015 para 10% em 2035. As energias renováveis deverão quadruplicar até 2035, a uma taxa de 7,6% ao ano, impulsionada pela expansão contínua da energia limpa, especialmente da China e pela queda nos custos de energia solar e eólica", escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, 24/02/2017

Eis o artigo.


O relatório anual Energy Outlook de 2017, da BP, mostra que a demanda global de petróleo continuará a crescer até a década de 2035, mesmo considerando que as frotas de veículos elétricos devem se expandir e o processo de transição energética de baixo carbono ganha força em todo o mundo.

Mesmo com a diminuição da demanda global, a presença de combustíveis fósseis – petróleo, carvão mineral e gás deverão continuar a ser as fontes dominantes de energia que alimentam o mundo, mas passarão de 85% em 2015 para 75% em 2035.

Entre os combustíveis fósseis, o gás será o combustível de maior crescimento, aumentando a participação no mix energético, devendo superar o carvão, para ser a segunda maior fonte de combustível até 2035. O petróleo deve continua a crescer, mas em ritmo menor, diminuindo sua participação relativa na matriz energética. O mesmo deve acontecer com o carvão, que deverá atingir o seu pico em meados da década de 2020.

As energias renováveis devem apresentar as maiores taxas de crescimento, contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A participação das renováveis no mix energético deve passar de 3% em 2015 para 10% em 2035. As energias renováveis deverão quadruplicar até 2035, a uma taxa de 7,6% ao ano, impulsionada pela expansão contínua da energia limpa, especialmente da China e pela queda nos custos de energia solar e eólica.

Enquanto alguns ambientalistas veem estes números com otimismo, as previsões da BP indicam que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ainda devem crescer 13% até 2035, número que supera em muito os objetivos climáticos estabelecidos no Acordo de Paris. Para cumprir os acordos internacionais, as emissões precisam cair em 30% até 2035, constata o relatório da petroleira BP.

O crescimento da produção de energia solar e a venda de carros elétricos tem aumentado muito. O gráfico abaixo, de Robert Rapier (do site Forbes, 05/02/2017) mostra que a venda de veículos elétricos aumentou 8 vezes em cinco anos nos Estados Unidos.


Assim, mesmo considerando que a transição energética está acelerada em algumas áreas, o ritmo de mudança é ainda lento para reverter as emissões de gases de efeito estufa. O mundo vai continuar aumentando as emissões de GEE, o que provoca o aumento da concentração de CO2 na atmosfera e o aumento do aquecimento global. Por sua vez, o aquecimento global provoca a acidificação dos oceanos e a elevação do nível do mar. Todas as áreas costeiras do mundo estão ameaçadas. O impacto em termos econômicos e sociais pode ser dramático e, até mesmo, provocar o colapso da civilização, se não houver mudanças mais profundas no metabolismo entrópico do modelo hegemônico “Extrai-Produz-Descarta”.

Referência:

BP Energy Outlook, 2017 edition

Leia mais