21 Outubro 2016
Joe Tosini, pentecostal, é fundador do Movimento João 17 (“John 17 Movement”), sediado em Phoenix. O movimento é uma iniciativa ecumênica dedicada a formar relações e amizades entre os cristãos. O Papa Francisco vem sendo um grande apoiador do Movimento João 17 e outras iniciativas ecumênicas, no chamado “ecumenismo do caminho”.
A reportagem é de Cindy Wooden publicado por Crux, 17-10-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Joe Tosini acredita que no último dia Jesus vai julgar as pessoas levando em conta se elas alimentaram os famintos, vestiram os despidos e, principalmente, se amaram uns aos outros, e não se foram batizadas com uma pitada de água, como uma criança em uma comunidade católica, ou por imersão, como um adulto em uma cerimônia evangélica.
Joe Tosini, pentecostal, é fundador do Movimento João 17 (“John 17 Movement”), sediado em Phoenix, EUA. O movimento é uma iniciativa ecumênica voltada a formar relações e amizades entre os cristãos.
Diferentemente dos diálogos ecumênicos formais em que se engajam as igrejas católica, ortodoxas, anglicanas e protestantes históricas, o Movimento João 17 não envolve um diálogo ecumênico ou o exame das semelhanças e diferenças doutrinárias.
Tosini e outros focam as ações e as palavras de Jesus na Última Ceia e, em particular, na oração em João 17,21: “Para que todos seja um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste”.
O Papa Francisco vem sendo um grande apoiador do Movimento João 17 e outras iniciativas ecumênicas informais com evangélicos e pentecostais.
Esta e outras iniciativas se enquadram em um “ecumenismo do caminho”, que o papa descreveu durante um encontro em 12 de outubro com os membros da Conferência dos Secretários das Comunhões Cristãs Mundiais
Francisco disse ao grupo: “É importante que os teólogos estudem, entrem de acordo e expressam desacordo. Isso é muito importante. Entretanto, o ecumenismo se faz a caminho e a caminho com Jesus, não com o meu Jesus contra o teu Jesus, mas com o nosso Jesus”.
“O caminho é simples: Faz-se com a oração e com a ajuda aos outros”, continuou o papa. “Rezar sempre: ecumenismo da oração uns com os outros e todos pela unidade. O ecumenismo do trabalho em prol de tantas pessoas carentes, muitos homens e mulheres que hoje sofrem injustiças, guerras, coisas terríveis”.
Ao ajudar, ao praticar a caridade para com o próximo e ao rezar juntos, “isto é ecumenismo. Esta é a unidade. Unidade a caminho com Jesus”.
Tosini esteve no Vaticano no início de outubro. Ele ficou na pousada onde o Papa Francisco vive e participou de reuniões de planejamento dos eventos de 4 de junho, quando se comemorará a Festa de Pentecostes.
Em 2014, Francisco convidou algumas pessoas para virem Roma em 2017 a celebrar a Festa de Pentecostes, visando marcar o 50º aniversário do movimento carismático católico, cujas origens remontam a um retiro realizado em 1967 na Universidade de Duquesne, em Pittsburgh.
Tosini quer estar lá para celebrar com o Papa Francisco um novo processo, chamado por ele de “reconciliação relacional”: um processo que “não tem a ver com um alinhamento doutrinário” ou diferenças teológicas entre os cristãos. Trata-se de reafirmar que, em Cristo, os cristãos são irmãos e irmãs chamados a amarem uns aos outros, mesmo quando diferem entre si como irmãos, como em qualquer família.
“O escândalo da divisão é completamente contrário àquilo que Jesus pedia”, disse Tosini.
“O nosso desafio vai ser a diversidade, as diferenças que temos”, disse ele, mas a chave é deixá-las se “reconciliar em Cristo”, assim como membros de uma família saudável aceitam a diferença como uma parte natural da vida familiar.
Um passo importante, acrescentou Tosini, é seguir o exemplo do Papa Francisco, tendo os católicos e pentecostais reconhecendo-se uns aos outros como cristãos e parando de tratar e falar negativamente entre si.
“Todos somos pecadores”, continuou. “Se todos nos focarmos em Jesus como sendo o único Senhor, aquele que salva; se nos focarmos nisso, se nos aproximarmos desta cruz, limitamos todas aquelas distinções” que criam hostilidade e a “ignorância e intolerância que, muitas vezes, marcaram as relações entre católicos e evangélicos”.
Unindo-se como irmãos e irmãs, os cristãos são chamados a ir ao mundo juntos, disse ele. Em Mateus 25, Jesus disse que as pessoas seriam julgadas levando em conta se deram de comer aos famintos, se visitaram os enfermos e se consolaram os que choram; “ele não disse: ‘a propósito, como vocês foram batizados?’”
“O nosso mundo perdido e agonizante está desesperado em ver uma família amorosa e saudável”, disse “John 17 Movement”. “É o clamor do coração humano, e essa é a parte que estamos tentando pôr em prática”, unindo os cristãos e dizendo: “Perdoemos uns aos outros, amemos uns aos outros, respeitemos uns aos outros, escutemos uns aos outros, comamos juntos em primeiro lugar”.
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Cristão pentecostal promove aquilo que o Papa chama de “ecumenismo do caminho” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU