20 Setembro 2016
A XXXVI Congregação Geral dos jesuítas, que começa no próximo dia 2 de outubro, “verificará, na relação sobre o estatuto da Companhia, se foi dada resposta adequada” ao discurso de Bento XVI à XXXV Congregação, que “abria uma nova época para a Companhia em suas relações com a Santa Sé”. Além disso, verificarão tudo o que o Papa Francisco disse e pediu aos jesuítas, de sua eleição até o momento, pois, embora seja verdade que todos os Papas tenham se dirigido aos jesuítas, também é verdade que se trata do primeiro papa jesuíta, na bimilenária história da Igreja, que se dirige aos irmãos “conhecendo por dentro nossa condição de jesuítas”: “Com certa frequência, ele se reconhece explicitamente jesuíta, expõe com simplicidade, quase em voz baixa, mas sem rodeios de palavras, os grandes e fortes traços de nossa espiritualidade e identidade”.
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 19-09-2016. A tradução é do Cepat.
Nestes termos, a revista La Civiltà Cattolica explica a novidade da próxima Congregação Geral, convocada para escolher o sucessor do espanhol Adolfo Nicolás, que a guia desde 2008, e que está preparando os trabalhos da Congregação se concentrando no perfil que Francisco traçou para os jesuítas, nestes anos. A revista romana dos jesuítas, cujo texto é revisado pela Secretaria de Estado vaticana, publica um recente artigo do padre Elías Royon que oferece muito bom terreno para os trabalhos da Congregação Geral, além da entrevista com o padre geral Nicolás, realizada por Antonio Spadaro, diretor da revista.
Recordando alguns dos discursos do Papa aos jesuítas, o artigo ressalta três elementos: no centro da vida dos jesuítas, como indivíduos e como Companhia, não pode deixar de existir o “Deus das surpresas”, e a identidade da Companhia de Jesus não pode se construir a não ser com todos juntos, “não sozinhos”. A Companhia, resume o padre Royon, “estará segura” e se sentirá “suficiente” não quando não se ver a si própria, mas quando souber viver com o desejo de se conformar ao Cristo pobre e humilde dos Exercícios, ao Deus encarnado em Jesus de Nazaré, o máximo modelo de ‘descentralização’ na história”. A Companhia não poderá seguir “caminhos paralelos”, mas terá que servir dentro da Igreja, inclusive, quando tiver que “enfrentar incompreensões”, quando se tornar “objeto de equívocos e de calúnias”. O discernimento é o instrumento inaciano por excelência, que o Papa indica a seus irmãos para “compreender a vontade de Deus” e realizar seus "projetos apostólicos”.
Para concluir, os jesuítas são homens de “diálogo” e de “fronteira”, e não devem ceder à “tentação de domesticar as fronteiras”, de “levar para casa as fronteiras”. Ao contrário, devem viver “nas fronteiras”, e também devem ser audazes”.
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“Que os Jesuítas não cedam à tentação de domesticar as fronteiras” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU