03 Junho 2016
Ativistas que lutam pela ordenação sacerdotal de mulheres realizam um congresso em Roma esta semana, onde lançaram uma campanha para chamar a atenção à causa e onde irão realizar o primeiro ato público oficial em torno do tema.
A reportagem é de Christopher Lamb, publicada por The Tablet, 01-06-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A organização Women’s Ordination Worldwide, que este ano completa o seu 20º aniversário, quer reabrir o diálogo na Igreja apesar da decisão do Papa João Paulo II de que este tema – a ordenação feminina – não deveria ser discutido.
Apesar de tal decisão, desde 2002 cerca de 150 mulheres foram “ordenadas” e todas elas acabaram, consequentemente, excomungadas.
No início da semana, duas dessas mulheres tiveram um encontro inédito com um funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, que concordou em repassar uma petição ao papa, documento que pede pela suspensão das excomunhões, e que, segundo as ativistas, ouviu “o nosso apelo sincero para termos mulheres ordenadas ao sacerdócio na nossa Igreja”.
A ordenação feminina é proibida na Igreja Católica com base no fato de que Cristo escolheu somente discípulos homens e somente um sacerdote homem pode agir “in persona Christi” (na pessoa de Cristo).
O Pe. Tony Flannery, redentorista irlandês que foi suspenso do ministério público pelo Vaticano devido, em parte, às suas opiniões a favor da ordenação feminina, disse que o argumento do “in persona Christi” era como dizer, hoje, que a “Terra é plana”.
Falando durante um painel de debates na Casa Internazionale delle donne, Flannery ressaltou que as mulheres estão em condições de representar a pessoa de Cristo.
Também falando durante o debate estava a Dra. Marinella Perroni, teóloga do Ateneo Pontificio Regina Apostolorum (instituto educacional da Igreja Católica) em Roma. Ela falou que o “edito” de João Paulo II levou a uma “paralisia” e fez com que alguns professores fossem denunciados pela Congregação para a Doutrina da Fé por tratarem do assunto.
Segundo ela, a ordenação feminina pode levar a uma “perda da unidade” na Igreja, mas que era igualmente inaceitável ter um “discipulado em duas medidas”, onde os homens têm autoridade ministerial e as mulheres não são propriamente reconhecidas.
O evento em Roma sugere uma confiança renovada no debate em torno da ordenação feminina. Ativistas ficaram animados com as recentes declarações do Papa Francisco de que ele quer estabelecer uma comissão para desenvolver a questão das diaconisas na Igreja.
Pela primeira vez, o grupo recebeu uma permissão oficial para realizar um protesto público nos jardins do Castelo de Santo Ângelo na sexta-feira, 3 de junho, dia em que o papa celebra uma missa jubilar para sacerdotes na Praça de São Pedro. Participantes do grupo defensor da ordenação feminina também receberam bilhetes de entrada para ir à celebração.
As fotos presentes nos pôsteres que estão sendo exibidos em Roma esta semana incluem 70 mulheres ordenadas ao sacerdócio nascidas nos Estados Unidos e na Colômbia, pessoas que foram fotografadas pela artista italiana Giulia Bianchi, como parte de um projeto em andamento.
O encontro desta semana foi organizado por Kate McElwee, primeira ativista pela ordenação feminina ao sacerdócio a morar permanentemente em Roma.
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Ativistas que lutam pela ordenação presbiteral de mulheres fazem encontro inédito com representante do Vaticano
O grupo recebeu uma permissão oficial para realizar um protesto público nos jardins do Castelo de Santo Ângelo
http://www.thetablet.co.uk/UserFiles/images/news/300x300/catholic_women_priests.jpg
Ativistas que lutam pela ordenação sacerdotal de mulheres realizam um congresso em Roma esta semana, onde lançaram uma campanha para chamar a atenção à causa e onde irão realizar o primeiro ato público oficial em torno do tema.
A reportagem é de Christopher Lamb, publicada por The Tablet, 01-06-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
A organização Women’s Ordination Worldwide, que este ano completa o seu 20º aniversário, quer reabrir o diálogo na Igreja apesar da decisão do Papa João Paulo II de que este tema – a ordenação feminina – não deveria ser discutido.
Apesar de tal decisão, desde 2002 cerca de 150 mulheres foram “ordenadas” e todas elas acabaram, consequentemente, excomungadas.
No início da semana, duas dessas mulheres tiveram um encontro inédito com um funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, que concordou em repassar uma petição ao papa, documento que pede pela suspensão das excomunhões, e que, segundo as ativistas, ouviu “o nosso apelo sincero para termos mulheres ordenadas ao sacerdócio na nossa Igreja”.
A ordenação feminina é proibida na Igreja Católica com base no fato de que Cristo escolheu somente discípulos homens e somente um sacerdote homem pode agir “in persona Christi” (na pessoa de Cristo).
O Pe. Tony Flannery, redentorista irlandês que foi suspenso do ministério público pelo Vaticano devido, em parte, às suas opiniões a favor da ordenação feminina, disse que o argumento do “in persona Christi” era como dizer, hoje, que a “Terra é plana”.
Falando durante um painel de debates na Casa Internazionale delle donne, Flannery ressaltou que as mulheres estão em condições de representar a pessoa de Cristo.
Também falando durante o debate estava a Dra. Marinella Perroni, teóloga do Ateneo Pontificio Regina Apostolorum (instituto educacional da Igreja Católica) em Roma. Ela falou que o “edito” de João Paulo II levou a uma “paralisia” e fez com que alguns professores fossem denunciados pela Congregação para a Doutrina da Fé por tratarem do assunto.
Segundo ela, a ordenação feminina pode levar a uma “perda da unidade” na Igreja, mas que era igualmente inaceitável ter um “discipulado em duas medidas”, onde os homens têm autoridade ministerial e as mulheres não são propriamente reconhecidas.
O evento em Roma sugere uma confiança renovada no debate em torno da ordenação feminina. Ativistas ficaram animados com as recentes declarações do Papa Francisco de que ele quer estabelecer uma comissão para desenvolver a questão das diaconisas na Igreja.
Pela primeira vez, o grupo recebeu uma permissão oficial para realizar um protesto público nos jardins do Castelo de Santo Ângelo na sexta-feira, 3 de junho, dia em que o papa celebra uma missa jubilar para sacerdotes na Praça de São Pedro. Participantes do grupo defensor da ordenação feminina também receberam bilhetes de entrada para ir à celebração.
As fotos presentes nos pôsteres que estão sendo exibidos em Roma esta semana incluem 70 mulheres ordenadas ao sacerdócio nascidas nos Estados Unidos e na Colômbia, pessoas que foram fotografadas pela artista italiana Giulia Bianchi, como parte de um projeto em andamento.
O encontro desta semana foi organizado por Kate McElwee, primeira ativista pela ordenação feminina ao sacerdócio a morar permanentemente em Roma.
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Ativistas que lutam pela ordenação presbiteral de mulheres fazem encontro inédito com representante do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU