Padres casados e diaconisas acrescentariam “dinamismo”, diz assessor do Vaticano

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28 Julho 2015

“Padres casados e diaconisas devem ser reintroduzidos o mais rápido possível. Isso traria um novo dinamismo à Igreja”, disse Dietmar Winkler, futuro reitor da Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Salzburgo, ao jornal austríaco Salzburger Nachrichten em entrevista durante o Festival de Salzburgo.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada pelo National Catholic Reporter, 23-07-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Na ocasião, Winkler falou que não via motivos para que os homens que se sentem chamados ao sacerdócio devam ser forçados a viver uma vida celibatária. O ascetismo, a que os religiosos se sentem chamados, é um carisma que não deveria ser forçado às pessoas, declarou.

O entrevistado explicou que, durante séculos, o celibato obrigatório não fazia parte da Igreja – o que veio a acontecer por diversas razões, uma das quais sendo a de evitar que dinastias imperiais herdassem os bens da Igreja.

Questionado sobre o que acontecia com os sacerdotes casados supondo que se divorciassem, Winkler respondeu que havia muitos que não conseguiram permanecer celibatários. O fracasso, aqui, sempre foi algo possível. “Jesus veio para os imperfeitos, e não para os perfeitos”, disse ele.

“Isso significava que se podia casar duas vezes?”, perguntou o jornalista.

A Igreja Ortodoxa encontrou uma boa solução, ele disse: Ela conta com padres casados e, sob certas condições, permite um segundo casamento na Igreja. De acordo com o presente ensino católico romano, os parceiros de um segundo casamento vivem em pecado permanente. “Acho que esta postura é, de fato, errada; e esta problemática vai ser um entrave no Sínodo em outubro, no Vaticano”, disse Winkler. “Discutir a teologia do matrimônio é uma obrigação”.

A questão da ordenação feminina é “teologicamente complicada”, disse ele, mas diaconisas “que são bem documentadas até a Idade Média” deveriam ser reintroduzidas o mais rápido possível.

Winkler, de 52 anos, patrólogo e orientalista de renome, foi nomeado pelo Papa Bento XVI para atuar como assessor do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e confirmado, para este ofício, pelo Papa Francisco. É também assessor da Congregação para as Igrejas Orientais.