“Funeral” dos combustíveis fósseis reforça negociações na COP30 por “Mapa do Caminho”

Foto: Damir K . | Pexels

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17 Novembro 2025

De um lado, manifestantes enviam recado claro para negociadores, de outro, governo brasileiro costura para oficializar acordo.

 A informação é publicada por ClimaInfo, 17-11-2025.

O Funeral dos Fósseis foi um dos principais atos da Marcha dos Povos, que aconteceu no sábado (15/11), em Belém. Apesar de não fazer parte da agenda oficial da ONU, o evento reúne centenas de participantes para encenar um enterro simbólico dos combustíveis fósseis.

Grandes caixões representavam o petróleo, o carvão e o gás; 15 mulheres de roupas pretas em clima fúnebre, representando carpideiras; pessoas fantasiadas de onça, esqueletos de 3 metros de altura; este bloco tomou as ruas com 200 pessoas, entre organizadores, artistas e ativistas da Universidade Federal do Pará (UFPA), Peru e Colômbia, contam R7 e Folha.

“Essa é a mensagem que a COP precisa ouvir. Os cientistas já disseram que não tem como resolver a questão climática se não acabarmos com os combustíveis fósseis. É física, não dá pra negociar” disse João Talocchi, um dos organizadores do ato à Veja.

Segundo Talocchi, o Brasil pode ser a 4ª maior potência do mundo se abraçar a transição energética. “Mais de 60 países já demonstraram alguma intenção em integrar essa jornada. Ficar correndo atrás de petróleo na Amazônia não faz qualquer sentido”.

Em entrevista ao Globo, Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, afirmou que agora “cabe aos negociadores da COP30 entregarem resultados tão históricos quanto foi a marcha”.

Foto: Alaor Filho/Fotos Públicas

Uma das principais metas da presidência brasileira na conferência é integrar o Mapa do Caminho (“Roadmap“) para o abandono definitivo de combustíveis, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas. Por ora, o plano está fora das negociações oficiais, mas os negociadores do governo brasileiro têm se mobilizado nos bastidores para, com apoio de outros países, trazê-lo para a agenda de discussão, informa o g1.

Um mapa do caminho é um roteiro político e técnico que define “quem faz o quê, até quando e com quais recursos”. A proposta é criar um grupo de trabalho que atuará por dois anos e apresentará os resultados na COP32, que acontece em 2027 na Etiópia.

Quem pode apresentá-la é a Colômbia, que receberá apoio do Brasil e de outros países como Quênia e Alemanha. O maior obstáculo fica, claro, com os países petroleiros, como a Arábia Saudita, que já barraram a discussão em outras COPs.

Caso não entre no texto final da COP30, condição que exige o consenso de todos os países participantes, o plano pode ficar como uma “decisão de capa”, o que significa que o documento será apresentado pelo presidente da conferência para incluir temas que não foram negociados por todos.

O Funeral dos Fósseis também foi notícia em Estado do Pará Online e Terra.

Em tempo

Uma proposta de criação de zonas livres de exploração de petróleo, gás natural e mineração em áreas habitadas por Povos Indígenas isolados ou de recente contato está entre colchetes em documento proposto à COP, o que significa que está assim disputa, mas, ainda sim, é um grande avanço na discussão internacional sobre a proteção de populações extremamente vulneráveis. O item foi apresentado como contribuição das populações indígenas durante reuniões do Programa de Trabalho sobre Transição Justa. A InfoAmazonia dá mais detalhes.

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