Sheinbaum comentou sobre o assédio sexual que sofreu: “É algo que não deve acontecer”

Foto: Eneas de Troya/Wikimedia Commons

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06 Novembro 2025

O agressor foi detido pela Fiscalia de Investigação de Delitos Sexuais. Tem 40 anos e se chama Uriel Rivera Martínez.

A informação é publicada por Página|12, 06-11-2025. 

O México está comovido com o caso de assédio sexual sofrido nesta semana pela presidenta Claudia Sheinbaum, que resultou na prisão de um homem. Horas após o desagradável episódio, a chefe de Estado declarou em coletiva de imprensa: “Isso é algo que não deve acontecer em nosso país. Não falo como presidenta, mas como mulher e em nome das mulheres mexicanas. Não deve acontecer. Ninguém pode violar o nosso espaço pessoal. Ninguém”.

Claudia Sheinbaum foi vítima de assédio sexual nas ruas, em pleno centro da Cidade do México. Segundo as imagens que circularam nas redes sociais, enquanto a presidenta fazia um passeio nesta terça-feira pelo centro da capital, o homem se aproximou por trás, a abraçou sem consentimento, beijou-a na bochecha e, por fim, tocou-lhe os seios.

O agressor foi imediatamente detido, confirmou a chefe de governo da Cidade do México, Clara Brugada. De acordo com a revista Proceso, o homem se chama Uriel Rivera Martínez e foi levado à Fiscalia de Investigação de Delitos Sexuais.

“Será seguido o que determina a lei. Hoje reafirmamos nosso compromisso com a tolerância zero à violência contra as mulheres. Nesta cidade o assédio não tem lugar. Se tocam uma, tocam todas”, declarou Brugada em mensagem na rede X.

Por sua vez, Sheinbaum informou ter apresentado denúncia e queixa formal. Disse também que não percebeu o que estava acontecendo até que sua equipe de segurança afastou o homem, que estava “completamente embriagado”, e só depois, ao ver os vídeos, entendeu o ocorrido.

Sheinbaum tinha programado participar da primeira reunião nacional de Universidades e Instituições de Ensino Superior, nas instalações da Secretaria de Educação Pública (SEP), e decidiu ir a pé, pois o local fica a poucas quadras do Palácio Nacional. Questionada sobre o motivo de ter ido caminhando, explicou que de carro o trajeto levaria vinte minutos, enquanto a pé seriam “cinco minutos”.

Por isso, anunciou que revisará se o assédio está tipificado como crime penal em todos os estados e lançará uma campanha centrada no respeito às mulheres. “Se fazem isso com a Presidenta, o que pode acontecer com as jovens do nosso país?”, lamentou Sheinbaum.

Ela também encorajou outras mulheres que sofram qualquer tipo de assédio a denunciarem e não deixarem passar. Sobre sua própria segurança, afirmou que “não pensa em reforçar a escolta”.

Os números do assédio sexual no México

No México, o percentual de mulheres que sofreram assédio sexual, toques indevidos, exibicionismo ou tentativa de estupro é de 15,5%, cinco vezes maior que o dos homens (3,2%), segundo uma pesquisa de 2024 do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi).

Mais de 70% das mexicanas com mais de quinze anos já sofreram algum tipo de violência — psicológica (52%), física (35%) ou sexual (48%) — conforme dados do Inegi. No entanto, organizações e autoridades estimam uma subnotificação superior a 90% dos casos.

A polêmica em torno do assédio sofrido por Sheinbaum surgiu imediatamente, com mensagens lembrando que as mulheres enfrentam diariamente esse tipo de violência. Outras manifestações criticaram a falta de segurança da presidenta mexicana.

Por outro lado, setores da oposição sugeriram que se tratava de “uma encenação” ou minimizaram o assédio, o que provocou forte repúdio público.

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