• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Em escalada de conflito por terra no MS, governo teme suicídio coletivo de Guarani-Kaiowá

Foto: Lídia Farias/Cimi

Mais Lidos

  • “A inteligência artificial é interessante demais para ser deixada nas mãos do surgimento da economia do desperdício”. Entrevista com Jussi Parikka

    LER MAIS
  • O massacre no Rio. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS
  • Uma breve oração pelos mortos no massacre no Rio de Janeiro: “Nossa Senhora da minha escuridão, que me perdoe por gostar dos des-heróis”

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Deus tem misericórdia e ampara os humildes

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

04 Novembro 2025

Missão do governo federal tenta mediar conflito e evitar tragédia em área reivindicada por indígenas e cercada por fazendas no Mato Grosso do Sul; organizações relatam violência policial e ataques químicos de agrotóxicos contra Guarani-Kaiowá.

A reportagem é de Daniel Camargos, publicada por Repórter Brasil, 31-10-2025.

O alerta de um possível suicídio coletivo em uma comunidade Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, levou o governo federal a intervir em um dos conflitos fundiários mais antigos e violentos do país. Os indígenas reivindicam a área ocupada (“retomada”) Guyraroká, no município de Caarapó, também cobiçada por produtores rurais.

Em 16 de outubro, a tropa de choque da PM (Polícia Militar) escoltou tratores de fazendeiros para o replantio e usou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os indígenas. Segundo lideranças, nove pessoas teriam ficado feridas, entre elas um adolescente de 14 anos atingido na cabeça, e três mulheres grávidas teriam passado mal por causa da fumaça. Nove dias depois, os indígenas ocuparam e incendiaram a sede da fazenda onde ocorreu o conflito.

Após a escalada da violência, o diretor do departamento de mediação conflitos do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Leador Machado, contou à Repórter Brasil que lideranças indígenas e um ancião de 106 anos manifestaram a disposição de morrer na terra, caso a polícia voltasse a agir na área.

O caso está no radar de representantes da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo, ligada ao MDA, que passaram esta semana visitando comunidades indígenas e se reunindo com representantes das forças de segurança pública do governo sul-mato-grossense.

“Eles estão no limite. São um povo triste, acuado, que insinua a possibilidade de suicídio coletivo”, afirma Machado. “Para eles, morrer é lançar a semente de novas retomadas”, completa.

A fala dos indígenas aos representantes do governo federal remeteu à carta de 2012 da comunidade Pyelito Kue. O documento assinado pelos Guarani-Kaiowá gerou comoção ao pedir que a Justiça decretasse a “morte coletiva” em vez do despejo. “Já perdemos a esperança de sobreviver dignamente. Queremos ser enterrados junto aos nossos antepassados”, escreveram os indígenas na ocasião.

O missionário Matias Rempel, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que acompanha os moradores de Guyraroká, explica que as falas sobre morte coletiva expressam o desespero de comunidades historicamente confinadas. “O que eles observam ao lado deles é o agronegócio destruindo o resto da mata, envenenando com agrotóxicos a água, a fauna e a flora de uma terra sagrada”, descreve.

“Não é uma ameaça, é a forma de eles dizerem que não suportam mais viver sem o tekoha, o território sagrado. É o mesmo sentimento da carta de 2012, quando pediram para morrer na terra dos antepassados. É a tradução do esgotamento”, acrescenta Rempel.

O documento foi interpretado à época como uma ameaça de suicídio coletivo, mas o Cimi esclareceu que se tratava de uma expressão de resistência. A carta ganhou repercussão internacional e expôs a violência enfrentada pelos Guarani-Kaiowá há mais de um século.

Desde o início dos anos 2000, o povo Guarani-Kaiowá sofre com confinamento, ataques químicos com pulverização de agrotóxicos e violência armada. A situação levou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos a emitir, em 2019, uma medida cautelar exigindo que o Estado brasileiro protegesse a vida e a integridade física da comunidade de Guyraroká.

As famílias vivem em barracos de lona, sem água potável nem assistência médica regular. Para as lideranças, a permanência no tekoha é uma forma de continuar existindo. Como disse um dos anciãos à comissão, “se for para morrer, que seja na terra onde estão enterrados os antepassados”.

O procurador do MPF (Ministério Público Federal) Marco Antônio Delfino, que atua na região há mais de 15 anos, enxerga o conflito como resultado direto da falta de demarcação das terras. “O problema de fundo é a omissão fundiária. Os agrotóxicos, a violência policial e o desespero são sintomas. A terra continua sendo o centro do conflito”, explica.

Segundo ele, a demarcação de Guyraroká foi reconhecida em 2004 e anulada em 2014. Desde então, o processo está parado. “São áreas de extrema tensão. Em 2006, dois policiais civis morreram em Passo Piraju (outra área de retomada), e até hoje o trauma influencia a forma como a segurança pública age ali. Mas não há solução sem a devolução da terra tradicional”, afirma.

Ataques aos indígenas se acirraram em outubro

Uma das indígenas relatou ao Cimi que, em 16 de outubro, “os policiais vinham com tudo, chamando a gente de cachorro, de bicho”. Outro indígena disse ao conselho indigenista: “Um de nós talvez precise morrer para conquistar a terra. Em Nhanderu Marangatu foi assim. Se tiver que ser assim no Guyraroká, morro pra deixar a morada dos nossos antigos pros meus filhos”. Dias depois, a Justiça autorizou novamente a presença da PM na área, o que reacendeu o temor de novos confrontos.

Em 25 de outubro, a comunidade ocupou e incendiou a sede da Fazenda Ipuitã. Segundo relatório elaborado por autoridades públicas e acessado pela Aty Guasu, a assembleia representativa do povo Guarani-Kaiowá, a entrada dos indígenas na sede da fazenda teria sido motivada por um sequestro de uma jovem de 17 anos e pela suspeita de abuso sexual cometido por homens armados que circulavam na área.

A comunidade relatou que a indígena foi levada em uma caminhonete branca por indivíduos mascarados e encontrada horas depois, em estado de choque. Os indígenas afirmam que só permaneceram na fazenda para proteger a jovem e evitar a volta do grupo armado até a chegada da Força Nacional.

Segundo Machado, o governo do estado insistia em manter a Polícia Militar na área, amparado por decisão judicial. “O governo estava irredutível, dizendo que havia uma decisão judicial a ser cumprida, no sentido de manter a PM no local. Mas conseguimos inverter essa decisão junto ao Tribunal Regional Federal. Agora a Força Nacional é que deve permanecer na área”, diz.

Com o aumento da tensão, o Ministério dos Povos Indígenas pressionou para que o governo federal enviasse a comissão para intermediar as negociações.

Após o incêndio na fazenda, o governador Eduardo Riedel (PP) divulgou nota determinando “rigorosa investigação e punição dos responsáveis” e acusando “organizações de aliciamento e manipulação” de indígenas.

Antes de chegar ao governo, em 2013, quando presidia a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do MS), Riedel foi um dos organizadores do Leilão da Resistência, que arrecadou cerca de R$ 640 mil para financiar a reação de fazendeiros contra as retomadas indígenas.

Comissão negociou zona de amortecimento para pulverização de agrotóxicos

Machado relatou que, além da retirada da PM, a missão tenta definir uma zona de amortecimento para pulverização de agrotóxicos. “Estamos estabelecendo uma zona de segurança para que não se pulverize tão próximo às casas e à escola”, detalha.

Os agrotóxicos são uma das principais causas de tensão na região. Em Guyraroká, indígenas relatam que aviões e tratores pulverizam veneno nas lavouras vizinhas, atingindo casas, roças e até a escola.

Moradores afirmam que o produto cai sobre alimentos e na merenda escolar, provocando sintomas de intoxicação como febre, vômito e falta de ar. Um estudo realizado entre 2021 e 2022 identificou 20 tipos diferentes de substâncias químicas na água da comunidade, boa parte delas proibida na União Europeia.

O conflito se concentra na Terra Indígena Guyraroká, em Caarapó, reconhecida pela Funai em 2004 com 11,4 mil hectares, mas cuja demarcação foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) dez anos depois. Desde então, cerca de 200 Guarani e Kaiowá vivem em uma área de 50 hectares cercada por plantações de soja, milho e cana de açúcar.

A área é vizinha da Fazenda Ipuitã, de 1.361 hectares, alvo de ação civil pública do MPF por pulverização de agrotóxicos em área próxima à comunidade.

O MPF pediu que fosse imposta uma distância mínima de 250 metros para pulverizações, mas a Justiça Federal de Dourados negou o pedido em 2020, alegando que a medida “inutilizaria consideravelmente a propriedade rural” e não teria base legal.

Procurados, o advogado dos fazendeiros não respondeu às perguntas enviadas. O espaço segue aberto caso desejem se manifestarem.

Comissão tenta negociar uma trégua

“A ideia é que as retomadas dos indígenas não avancem até que o governo federal e o STF consigam negociar a questão da demarcação”, afirma Leador Machado. Ele diz ainda que vai buscar uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação sobre Guyraroká e com o presidente do STF, Edson Fachin.

A comissão federal comunicou às lideranças indígenas a decisão judicial que suspendeu a presença da PM e autoriza a permanência da Força Nacional. “Pedimos uma trégua no processo de retomadas e reafirmamos o compromisso do governo federal de buscar uma solução negociada. O que queremos é evitar uma tragédia”, explica Machado.

Segundo ele, uma portaria será publicada nos próximos dias para formalizar os encaminhamentos da comissão, com prazo de 180 dias para a conclusão das medidas. Integram a comitiva que esteve no Mato Grosso do Sul os ministérios do Desenvolvimento Agrário, Povos Indígenas, Saúde, Secretaria-Geral da Presidência e Direitos Humanos, além da Funai, Polícia Federal, o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério Público Federal.

Leia mais

  • Sequestro e suspeita de abuso sexual: relatório revela por que indígenas foram à sede de fazenda retomada na TI Guyraroká
  • TRF-3 decide manter PM em fazenda retomada pelos Guarani e Kaiowá na TI Guyraroká
  • Justiça repete caso Marangatu e autoriza atuação da PM em retomada da TI Guyraroká, mesmo reconhecendo interesse indígena
  • Retomada Guarani e Kaiowá de área da TI Guyraroká é um grito de socorro. Nota do Cimi
  • “Estão tratando a gente como animal”: a violência policial na retomada da TI Guyraroká
  • Retomada Guarani e Kaiowá da TI Nhanderu Marangatu é alvo de ataque policial e deixa três feridos
  • Missão de Direitos Humanos visita terras Avá-Guarani e Guarani e Kaiowá convertidas em 'zonas de guerra' no oeste do PR e MS
  • Retomadas Guarani: “Essa terra pertence a nós”
  • MS. Tropa de Choque escolta tratores e ataca retomada Guarani e Kaiowá na TI Guyraroká; há pelo menos nove feridos
  • Guarani e Kaiowá retomam fazenda na TI Guyraroká para impedir pulverização de veneno sobre a comunidade
  • Guarani Kaiowá resistem a ataques com tiros e agrotóxicos por retomada de terras em MS
  • União paga indenização de R$ 129,8 milhões e fazendeiros se retiram de território Guarani Kaiowá no MS
  • “O branco matou a mamãe”: ataques a indígenas Avá-Guarani vitimizam até crianças no PR
  • “Quem sente a dor não esquece”: em carta, comunidade de Nhanderu Marangatu narra histórico de violações e luta

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • Quinto vazamento de petróleo do ano pinta de preto a Amazônia peruana

    Horas depois do Dia Internacional dos Povos Indígenas, as imagens de fontes de água da Amazônia tingidas de petróleo volta[...]

    LER MAIS
  • A batalha do maracá contra o cassetete e a gravata

    "Foi gratificante acompanhar não apenas uma semana de mobilização pelos direitos dos povos e comunidades indígenas e tradicion[...]

    LER MAIS
  • Indígenas, quilombolas e pescadores pedem à Alemanha que não importe produtos de quem agride suas vidas e território

    Povos indígenas, quilombolas, pescadores e pescadoras e extrativistas realizaram uma caminhada na Avenida das Nações, em Brasí[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados