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Deus abraça o publicano e repudia o fariseu (Lc 18,9-14): religião que liberta. Artigo de Frei Gilvander Moreira

Foto: Duccio di Buoninsegna | Wikimedia Commons

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24 Outubro 2025

A postura humana de muitas pessoas consideradas profanas agrada muito mais a Deus do que a postura de muitas pessoas religiosas, arraigadas em práticas religiosas autorreferenciais, mas que são ríspidas e ranzinzas nas relações humanas e sociais.

O artigo é de Frei Gilvander Moreira. 

Gilvander é frei e padre da Ordem dos Carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; agente e assessor da CPT/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia Bíblica no Serviço de Animação Bíblica, em Belo Horizonte.

Eis o artigo. 

A texto de Lc 18,9-14, exclusivo do Evangelho de Lucas e parte da longa viagem a Jerusalém (Lc 9,51-21,27), é comumente chamada “a parábola do fariseu e do publicano”. Contém: uma introdução do evangelista Lucas, que procura mostrar o porquê da parábola (Lc 18,9); a parábola (Lc 18,10-13) e a conclusão de Jesus (Lc 18,14).

Jesus desmascara a falsa postura religiosa (Lc 18,9). A parábola tem duas finalidades: por um lado, desmascara a falsa postura religiosa de alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros (Lc 18,9); por outro lado, visa ensinar aos discípulos e discípulas o autêntico relacionamento com Deus e com o próximo. Os convencidos de serem justos se identificam com os fariseus, cujo comportamento foi muitas vezes condenado por Jesus. No Evangelho de Lucas, e somente nele (cf. Lc 16,14), os fariseus (palavra que significa “separados”) são chamados de “amigos do dinheiro”. Ou seja, são os que mantêm e defendem, com ideologia e com palavras, com relações de interesse (Lc 14,12-14) e com a religião do puro e do impuro (Lc 11,41) o sistema desigual e excludente das cidades, fundado na concentração de bens em poder de poucas pessoas. Os fariseus opõem-se a Jesus e sua prática, claramente favoráveis à partilha e à eliminação da religião do puro x impuro (veja, por exemplo, Lc 15,1-2).

Ninguém se justifica diante de Deus, que não é comprável (Lc 18,10-13). A parábola contrapõe dois modos de ser e de agir, um fariseu e um publicano, que vão ao Templo para rezar/orar (Lc 18,10). Ambos buscam entrar em comunhão com Deus mediante a oração. Entre os dois há um estridente contraste, seja quanto ao comportamento, seja quanto à ideia de religião e oração. Também a ideia de Deus que cada um deles possui é diferente e não conciliável. Uma é falsa, e a outra verdadeira. À primeira vista, tem-se a impressão de que o fariseu esteja certo e o publicano errado. Mas a decisão cabe a Jesus. O fariseu não pode ser juiz do publicano. Os fariseus se consideravam justos perante Deus. Acreditavam-se autênticos e puros. A própria palavra fariseu (= “separado”) denota a consciência que tinham e o rigor por eles usado na observância e aplicação da Lei de Moisés. Desprezavam os que não conheciam a Lei e os que não fossem – como eles – escrupulosos em observá-la nas minúcias. Julgavam-se aqueles que aplicavam autenticamente a Lei.

O fariseu da parábola denota a consciência e a escrupulosidade do movimento ao qual pertence. Tem consciência de não ser como o resto das pessoas, e por isso se dirige a Deus com altivez, rezando em voz alta, de pé, enumerando suas qualidades. Essas qualidades se caracterizam pelo não ser como os demais e pelo fazer escrupulosamente mais do que a Lei exigia. Ele não é como os outros. E passa a catalogar os pecados que evita: os outros são ladrões, injustos e adúlteros. Esses três pecados sintetizam a transgressão do Decálogo em relação ao próximo: não roube, não cometa adultério etc.

A seguir, enumera o que faz escrupulosamente: jejua duas vezes por semana. A Lei prescrevia um só jejum por ano, no dia da reconciliação. Ele é incrivelmente generoso, indo muito além do prescrito, provavelmente jejuando em representação-substituição pelos pecados do povo (é, como se dizia, uma “alma reparadora”). Além disso, paga o dízimo de todos os seus rendimentos, inclusive dos que fossem isentos de taxas dizimais. Trata-se, pois, de fariseu exemplar, íntegro em relação ao próximo e a Deus. Contudo, seu erro consiste em se julgar, por causa disso, merecedor da benevolência divina. Deus estaria sendo obrigado a reconhecê-lo justo. Não é por mérito que se encontra o Deus da vida.

O publicano é o oposto do fariseu. Sendo cobradores de impostos, os publicanos eram, e com razão, acusados de extorsão e corrupção. Por isso, tornaram-se impopulares, odiados como pessoas de moral pervertida. Enquanto cobradores de taxas, eram agentes do governo imperialista e ganancioso dos romanos. Colaboracionistas com os opressores, via-se neles a encarnação do pecado. Havia pelo menos duas classes de cobradores de impostos: os chefes (como Zaqueu, cf. Lc 19,1-10) e os subordinados. Os chefes praticavam a extorsão sobre seus comandados, e estes exploravam o povo. Os chefes eram ricos; os subordinados, remediados. Ambas as classes, malvistas, por serem colaboradoras do imperialismo romano, que era escravocrata.

A atitude do publicano diante de Deus choca-se frontalmente com a do fariseu. Reconhece-se pecador, não tem coragem de levantar os olhos, bate no peito e pede piedade (Lc 18,13). O pecador encontra a misericórdia divina (Lc 18,14). A conclusão de Jesus mostra que o publicano voltou para casa perdoado (justificado), e não o fariseu, que se propunha como modelo de religioso a ser seguido (Lc 18,14). Os fariseus se julgavam os primeiros (ou seja, os únicos, os “separados”) a serem recompensados por sua religiosidade e escrupulosidade em cumprir os mínimos detalhes da Lei. E julgavam os publicanos os últimos (ou seja, os excluídos), para os quais não havia esperança nem salvação. A conclusão de Jesus subverte essa mentalidade: o que se exalta (o fariseu) será humilhado (por Deus); o que se humilha (o publicano) será exaltado (por Deus). Como não reconhecer aqui um eco do Magnificat, o Cântico de Maria, que profetiza: “Deus dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes”? (Lc 1,51-52).

A oração do fariseu é inautêntica pelos seguintes motivos:

1) Por causa do rigor na aplicação da Lei – indo muito além do que ela prescrevia – ele crê que Deus se sinta mais que obrigado a recompensá-lo. Mas Deus não se sente obrigado, porque a oração do fariseu era pura exaltação das próprias qualidades. E, no fundo, acobertava sua ganância de “amigo do dinheiro” (Lc 16,14). Muitas vezes, uma pessoa que se enriqueceu explorando os pobres, por ser religiosa sente que Deus a abençoou e que por isso ela se enriqueceu. Assim, a fé da pessoa encobre as relações de exploração que viabilizaram o enriquecimento dela. Ela se sente uma santa e bendita e, pior, o pobre, o que não se enricou, é taxado como um vagabundo e incompetente.

2) É inautêntica porque cria classes entre as pessoas, duvidando que a oração do publicano possa redimir o passado de injustiças. Com sua oração, além de exaltar a si próprio, cria a ideia de um deus feito à sua imagem e semelhança, incapaz de transformar totalmente a vida da pessoa pecadora.

3) É inautêntica porque não deixa margem para a gratuidade. Rezar é acolher o dom de Deus, oferecido gratuitamente em Jesus. Este veio ao mundo não por causa da bondade dos fariseus, mas porque Deus é amoroso e bom (cf. Mc 10,18). Rezar não viabiliza troca de favores; pelo contrário, é pôr-se na atitude de quem está disposto a se humanizar buscando o mistério de Deus, que é infinito amor. O fariseu não tem nada a pedir. Julga-se, portanto, perfeito. O fariseu ignora o que Jesus Cristo nos ensina na oração do Pai-nosso (Lc 11,2-4).

A oração do publicano é autêntica, pois nasce da sua humildade e condição de pecador. Sabe-se devedor a Deus e às pessoas. Reconhece que, se não houver um Deus misericordioso, seu caso não tem solução nem salvação. Assim ele mergulha no mistério de Deus, que não quer a morte do pecador, mas sim que se converta e viva (cf. Ez 18,23; Lc 15,7; Jo 8,11).

Enfim, ao abraçar o publicano no seu jeito de orar, Jesus aponta o jeito libertador que se espera de uma pessoa religiosa: que não se exalte no sentido de ser merecedora de reconhecimento por pretensos méritos, mas que conviva na humildade buscando ser a cada dia expressão de uma ética amorosa. Um ensinamento fundamentalista e moralista leva a um jeito de orar farisaico. Por outro lado, quem está mergulhado nas relações humanas e sociais buscando ser pessoa ética, justa e solidária com todas as pessoas e com toda a biodiversidade pode orar acolhendo o amor de Deus que nos envolve e nos inspira à prática de um humanismo que nos dignifica a cada dia.

A postura humana de muitas pessoas consideradas profanas agrada muito mais a Deus do que a postura de muitas pessoas religiosas, arraigadas em práticas religiosas autorreferenciais, mas que são ríspidas e ranzinzas nas relações humanas e sociais.

Na "parábola do fariseu e do publicano", Jesus nos mostra que a oração diz respeito ao nosso modo de ser e viver, à nossa relação com Deus, com nós mesmos, com os outros seres humanos e toda a biodiversidade. Jesus nos ensina que nossa vocação é sermos humanos, o que não deixa espaço para soberba, vaidade, poder. Deus acolhe quem tem a coragem de se reconhecer pecador e busca, com sinceridade, a libertação, confiante no amor misericordioso de Deus, com a firme disposição de se transformar, de mudar de vida para ser mais humano a cada dia. Que a gente tenha a humildade e a coragem de ser mais humano/a e menos arrogante!

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