Trump avalia possível participação dos Estados Unidos na COP30

Donald Trump | Foto: Daniel Torok/Flickr

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15 Setembro 2025

EUA podem comparecer à conferência para ter um "diálogo honesto" sobre a viabilidade da transição verde, diz secretário de energia do país.

A informação é publicada por ClimaInfo, 15-09-2025. 

Uma das primeiras medidas de Donald Trump ao assumir a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, foi retirar o país do Acordo de Paris, exatamente como fez em seu primeiro mandato. Desde então, tudo o que o “agente laranja” pode fazer para atacar a agenda climática, tanto em território estadunidense como em negociações multilaterais, ele tem feito. Inclusive ameaçando países dispostos a avançarem na descarbonização com tarifas comerciais, numa covardia sem precedentes.

Diante disso, surpreende a declaração do secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, de que o país considera a possibilidade de participar da COP30. Trump foi formalmente convidado pelo presidente Lula. Mas tudo indicava que o negacionista topetudo jamais poria os pés em Belém para o evento, ou mandaria delegados para a conferência.

O secretário Wright é fundador e ex-CEO da Liberty Energy, prestadora de serviços para a indústria petrolífera. Ele disse à Bloomberg e Bloomberg Línea que os EUA podem estar na COP30 para ter um “diálogo honesto” sobre a viabilidade da transição verde mundial [???].

Wright disse que as mudanças climáticas são “uma realidade”, surpreendente para quem negava a crise do clima, assim como seu chefe, até há pouco tempo. E frisou que “não seria nem um pouco contra ir (à conferência em Belém), se tivesse um público e uma plataforma para interagir com o mundo”.

Aí é que mora o perigo. Se a ausência dos EUA mexe com a evolução da agenda climática, sua presença na cúpula do clima sob o comando de Trump pode ser bem pior. Como diz o ditado popular, “muito ajuda quem não atrapalha”. Mas tudo o que Trump tem feito desde janeiro é atrapalhar – e muito.

O tarifaço do “agente laranja” se junta às guerras que ocorrem no mundo para formar um cenário desfavorável às negociações do clima, reitera a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Valor. Ainda assim, ela afirma que a COP30 será um momento de “botar o dedo na ferida” e de implementar o que já foi combinado anteriormente em outras conferências do clima.

A ausência dos EUA nos debates sobre a agenda climática é minimizada por Bernice Lee, integrante do Grupo Consultivo Internacional do Comitê de Mudanças Climáticas do Reino Unido. Para ela, as conferências do clima da ONU continuam indispensáveis, apesar das críticas sobre seu modelo.

“Os críticos ignoram três realidades persistentes. Primeiro, nenhum outro fórum possui a universalidade da UNFCCC. Até mesmo os céticos países do BRICS a reafirmam como o único fórum global legítimo. Em segundo, o desmantelamento do regime descartaria mecanismos e diplomacia desenvolvidos ao longo de décadas para tornar possível a ação climática coordenada. Em terceiro, a Convenção-Quadro não impede o progresso em outros lugares. Iniciativas como o Compromisso Global do Metano e as Parcerias para uma Transição Energética Justa floresceram paralelamente a ela”, detalhou na Chatham House.

Em tempo 1

O governo da Austrália vem reduzindo sua expectativa de sediar a COP31, diante da insistência da Turquia em concorrer pelo evento, informa o Guardian. O governo descartou o uso de fundos públicos para efetivamente comprar a desistência turca, mas especialistas acreditam que será necessário fazer outras ofertas para romper o impasse. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, planeja reunir-se com o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York este mês, na esperança de convencê-lo a retirar a candidatura turca.

Em tempo 2

A China afirma que as tensões comerciais e a pandemia de COVID-19 dificultam o corte de suas emissões. Controlar a intensidade das emissões tem sido "mais desafiador", disse o ministro da Ecologia e Meio Ambiente do país, Huang Runqiu, em um discurso ao Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, segundo a Bloomberg. No 1º semestre, a China reduziu suas emissões totais em 1%, de acordo com o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, informa o Opi.

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