08 Setembro 2025
Que queremos uma "paz desarmada e desarmante" corre o risco de se tornar um slogan simples e vazio, ou seja, corre o risco de se transformar em um refrão de efeito que — na melhor das hipóteses — indica uma boa vontade tão utópica quanto inconsistente.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, publicado por Mosaico Dipace, 04-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o comentário.
Estou certo, porém, de que o Papa Leão XIV nunca pretendeu reiterar o conceito para vender incenso, mas sim para demonstrar o único caminho indicado pelos Evangelhos para a resolução de conflitos, que — traduzido — se chama não violência.
Essa intuição é tão verdadeira que é corroborada pelos fatos que vemos em todos os conflitos em curso, onde, como uma pedra no sapato do poderoso da vez, movimentos desarmados de cidadãs e cidadãos, grupos organizados e iniciativas não violentas generalizadas tiram o consenso à guerra e se tornam desarmantes.
Muitas fissuras se abriram no consenso da sociedade israelense, por exemplo. Isso é demonstrado pelas manifestações diárias que ocorrem nas ruas de Tel Aviv e Jerusalém, pela objeção de consciência de inúmeros reservistas, pelas iniciativas de boicote e por muito mais. Talvez valha a pena apoiar esse povo "desarmado e desarmante", invisível à informação oficial, mas mais vivo do que nunca, na esperança da paz. E na sua construção.
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